Entre as consequências da crise econômica dos Estados Unidos...

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Q90497 Atualidades
Julgue os seguintes itens, relativos a atualidades no âmbito
internacional.

Entre as consequências da crise econômica dos Estados Unidos da América, inclui-se o fortalecimento do euro em relação às demais moedas, como se constata no reconhecimento dessa moeda, pelo Fundo Monetário Internacional, como referencial de valor nas transações comerciais internacionais.
Alternativas

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A alternativa correta para a questão é E - errado.

Tema central: A questão aborda as consequências da crise econômica nos Estados Unidos, particularmente em relação ao fortalecimento do euro na economia global. Compreender essa questão exige conhecimento sobre economia internacional, a relação entre moedas e as funções do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Resumo teórico: Em meados dos anos 2008 e 2009, os Estados Unidos enfrentaram uma grave crise econômica, conhecida como a Crise Financeira Global. Essa crise teve impacto significativo em todo o mundo, incluindo a Europa. No entanto, afirmar que essa crise levou ao fortalecimento do euro não é correto. Na realidade, a crise também afetou a Europa, culminando na crise da dívida soberana da zona do euro.

O euro, em vez de se fortalecer, enfrentou desafios significativos durante esse período, com vários países europeus, como Grécia, Irlanda, e Portugal, enfrentando sérios problemas econômicos. As ações do FMI foram mais direcionadas a ajudar a estabilizar essas economias, e não a estabelecer o euro como referencial de valor nas transações internacionais. O dólar americano continuou a ser a principal moeda de reserva.

Justificativa da resposta: A alternativa é errada porque, apesar da crise nos EUA, o euro não se fortaleceu como descrito. Os desafios econômicos na Europa provocaram uma percepção de instabilidade em relação ao euro, que não foi reconhecido pelo FMI como o referencial de valor nas transações internacionais.

Análise das alternativas: Como a questão é de "Certo ou Errado", basta explicar que a ideia principal apresentada está incorreta. O euro não se tornou a moeda de referência nas transações internacionais em decorrência da crise dos EUA, e a declaração sugerida pelo enunciado não ocorreu.

Fontes relevantes: Para aprofundar o estudo, recomendo consultar relatórios do FMI e estudos sobre a Crise Financeira Global e a Crise da Dívida Europeia.

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Comentários

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O dólar norte-americano ainda é o referencial.
o euro também foi afetado e perdeu parte de seu poder , sendo desvalorizado paulatinamente.

http://klebercaverna.blogspot.com/2011/02/questoes-de-atualidades-do-stm.html
Prezados,

Basta verificarmos a grande crise financeira que a Europa está sofrendo.

Att,
GABARITO: ASSERTIVA ERRADA

Complementando os comentários dos colegas acima:
A folha de São Paulo tem um artigo muito interessante para se entender o que ocorreu na crise financeira dos EUA:


A crise no mercado hipotecário dos EUA é uma decorrência da crise imobiliária pela qual passa o país, e deu origem, por sua vez, a uma crise mais ampla, no mercado de crédito de modo geral. O principal segmento afetado, que deu origem ao atual estado de coisas, foi o de hipotecas chamadas de "subprime", que embutem um risco maior de inadimplência.

O mercado imobiliário americano passou por uma fase de expansão acelerada logo depois da crise das empresas "pontocom", em 2001. Os juros do Federal Reserve (Fed, o BC americano) vieram caindo para que a economia se recuperasse, e o setor imobiliário se aproveitou desse momento de juros baixos. A demanda por imóveis cresceu, devido às taxas baixas de juros nos financiamentos imobiliários e nas hipotecas. Em 2003, por exemplo, os juros do Fed chegaram a cair para 1% ao ano.

Em 2005, o "boom" no mercado imobiliário já estava avançado; comprar uma casa (ou mais de uma) tornou-se um bom negócio, na expectativa de que a valorização dos imóveis fizesse da nova compra um investimento. Também cresceu a procura por novas hipotecas, a fim de usar o dinheiro do financiamento para quitar dívidas e, também, gastar (mais).

As empresas financeiras especializadas no mercado imobiliário, para aproveitar o bom momento do mercado, passaram a atender o segmento "subprime". O cliente "subprime" é um cliente de renda muito baixa, por vezes com histórico de inadimplência e com dificuldade de comprovar renda. Esse empréstimo tem, assim, uma qualidade mais baixa --ou seja, cujo risco de não ser pago é maior, mas oferece uma taxa de retorno mais alta, a fim de compensar esse risco.

Em busca de rendimentos maiores, gestores de fundos e bancos compram esses títulos "subprime" das instituições que fizeram o primeiro empréstimo e permitem que uma nova quantia em dinheiro seja emprestada, antes mesmo do primeiro empréstimo ser pago. Também interessado em lucrar, um segundo gestor pode comprar o título adquirido pelo primeiro, e assim por diante, gerando uma cadeia de venda de títulos.

Porém, se a ponta (o tomador) não consegue pagar sua dívida inicial, ele dá início a um ciclo de não-recebimento por parte dos compradores dos títulos. O resultado: todo o mercado passa a ter medo de emprestar e comprar os "subprime", o que termina por gerar uma crise de liquidez (retração de crédito).

Após atingir um pico em 2006, os preços dos imóveis, no entanto, passaram a cair: os juros do Fed, que vinham subindo desde 2004, encareceram o crédito e afastaram compradores; com isso, a oferta começa a superar a demanda e desde então o que se viu foi uma espiral descendente no valor dos imóveis.

Com os juros altos, o que se temia veio a acontecer: a inadimplência aumentou e o temor de novos calotes fez o crédito sofrer uma desaceleração expressiva no país como um todo, desaquecendo a maior economia do planeta --com menos liquidez (dinheiro disponível), menos se compra, menos as empresas lucram e menos pessoas são contratadas.

No mundo da globalização financeira, créditos gerados nos EUA podem ser convertidos em ativos que vão render juros para investidores na Europa e outras partes do mundo, por isso o pessimismo influencia os mercados globais.



Foi esse o efeito visto em setembro do ano passado, quando o BNP Paribas Investment Partners --divisão do banco francês BNP Paribas-- congelou cerca de 2 bilhões de euros dos fundos Parvest Dynamic ABS, o BNP Paribas ABS Euribor e o BNP Paribas ABS Eonia, citando preocupações sobre o setor de crédito "subprime" (de maior risco) nos EUA. Segundo o banco, os três fundos tiveram suas negociações suspensas por não ser possível avaliá-los com precisão, devido aos problemas no mercado "subprime" americano.

Depois dessa medida, o mercado imobiliário passou a reagir em pânico e algumas das principais empresas de financiamento imobiliário passaram a sofrer os efeitos da retração; a American Home Mortgage (AHM), uma das 10 maiores empresa do setor de crédito imobiliário e hipotecas dos EUA, pediu concordata. Outra das principais empresas do setor, a Countrywide Financial, registrou prejuízos decorrentes da crise e foi comprada pelo Bank of America.

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