O termo em negrito no enunciado “Mas não para pânico público...

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Ano: 2006 Banca: FJPF Órgão: CONAB Prova: FJPF - 2006 - CONAB - Técnico Administrativo |
Q386562 Português

Faz pelo menos dois anos que o mundo aguarda uma pandemia do calibre da gripe espanhola, que matou mais de 20 milhões de pessoas entre 1918 e 1920. Se não provocou ainda a epidemia globalizada, porém, a cepa pré- apocaliptica do vírus H5N1 já garantiu um belo surto de pânico midiático.


Nunca os jornais falaram tanto de algo que não aconteceu. Talvez, apenas, na nunca materializada pandemia de Sars, a “pneumonia asiática” que tirou o sono de muita gente em novembro de 2002 e causou menos de 800 mortes.

O terror na forma de vírus vem mais uma vez da Ásia. A mortandade de aves domésticas e casos isolados de pessoas infectadas com o H5N1 se espalharam pelo Oriente a partir de 2003 e daí, periodicamente, para as manchetes do mundo todo. O contágio jornalístico parece muito mais fácil que o físico.

Há motivo para precaução de autoridades sanitárias? Sem dúvida. Mas não para pânico público, nem para sair comprando do próprio bolso caixas e caixas de oseltamivir (marca registrada Tamiflu). Até que haja contágio entre humanos, e não de ave para homem, corre-se o risco de gastar dinheiro à toa. Já se o H5N1 ganhar a faculdade de infectar humanos facilmente, nada garante que a droga vá ser eficaz contra o vírus mutante.

Enquanto isso, o remédio é buscar um pouco de informação. O H5N1 é uma cepa do tipo A do vírus da influenza (gripe), bem mais problemático que os outros dois, B e C. Normalmente infecta aves, domésticas ou selvagens (inclusive migratórias). Desse reservatório pode ser transmitido para pessoas, quando manifesta alta capacidade de matar (em alguns surtos, as mortes chegaram a um terço dos doentes)

O nome atribuído às cepas tem relação direta com seu poder sinistro, mais precisamente com proteínas de sua superfície cruciais para a capacidade de invadir células do aparelho respiratório, multiplicar-se dentro delas e depois abandoná-las em legião. O H se refere à hemaglutinina, envolvida na invasão, e o N à neuraminidase, que ajuda as partículas virais multiplicadas a deixarem a célula infectada.

O H5N1 só se tornaria realmente perigoso se sofresse uma mutação que facilitasse sua transmissão entre pessoas, do que ainda não se tem notícia. Os repetidos surtos de infecção de gente que lida com galináceos multiplicam as chances estatísticas de que isso se torne uma realidade. Aves migratórias e o comércio de aves ajudam a espalhar o vírus pelo mundo, levando-o por exemplo para a Europa, mas muito improvavelmente para a América do Sul.

O temor de epidemiologistas é que o vírus sofra uma recombinação (intercâmbio de material genético), no corpo dos raros doentes, com o vírus da gripe comum. Facilidade de contágio e poder de matar podem resultar dessa aliança, mas, de novo, nada garante que isso vá ocorrer.

É como andar de avião, ou morar perto de uma usina nuclear: probabilidade muito baixa de um acidente, que no entanto teria efeitos devastadores. A diferença é que, no mundo globalizado, ninguém pode escolher deixar de respirar.


O termo em negrito no enunciado “Mas não para pânico público, nem para sair comprando do próprio bolso caixas e caixas de oseltamivir (marca registrada Tamiflu)” (4º §) tem o seguinte propósito, em relação ao conteúdo do tópico do quarto parágrafo:
Alternativas

Gabarito comentado

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Para resolver a questão apresentada, é importante entender o propósito do termo em negrito, que é a palavra "Mas" no texto. Este termo funciona como um elemento de contraste ou oposição ao que foi dito anteriormente no parágrafo.

A alternativa correta é a D - refutar. Essa escolha se justifica porque a palavra "Mas" introduz uma ideia que se contrapõe à anterior, ou seja, refuta a necessidade de pânico público e de compras desenfreadas do medicamento oseltamivir. O autor usa "mas" para refutar a ideia de que o público deve reagir com pânico.

Vamos analisar por que as outras alternativas não são corretas:

A - justificar: Justificar seria fornecer uma razão ou explicação para algo. O termo "Mas" não está fornecendo razões, mas sim contrapondo-se a uma afirmação anterior.

B - especificar: Especificar significaria detalhar ou esclarecer algo específico. O termo "Mas" não está detalhando, mas está apresentando uma oposição.

C - analisar: Analisar envolve examinar ou estudar algo em detalhes. "Mas" não está examinando, apenas contrapõe informações.

E - retificar: Retificar seria corrigir ou ajustar algo. "Mas" não está realizando nenhuma correção no contexto em questão.

Portanto, a utilização do termo "Mas" no texto tem o propósito de refutar e apresentar uma ideia contrária à exposta anteriormente, justificando assim a escolha da alternativa D - refutar.

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Comentários

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Gab.:D Refutar:o mesmo que dizer o oposto de algo...

D. Refutar significa oposição. Então a palavra MAS é uma conjunção adversativa ou opositiva.

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