O novo tipo de passividade que, segundo a autora, caracteriz...
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Ano: 2017
Banca:
FADESP
Órgão:
COSANPA
Provas:
FADESP - 2017 - COSANPA - Engenheiro de Computação
|
FADESP - 2017 - COSANPA - Engenheiro Sanitarista |
Q2717256
Português
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EXCERTO 2- QUESTÕES 7 a 10
- Talvez parte do que consideramos ativismo seja um novo tipo de passividade. Há
- tanta informação disponível, mas talvez estejamos nos imbecilizando. Porque nos falta
- contemplação, nos falta o vazio que impele à criação, nos falta silêncios. Nos falta até o tédio.
- Sem experiência não há conhecimento. E talvez uma parcela do ativismo seja uma ilusão de
- ativismo, porque sem o outro. Talvez parte do que acreditamos ser ativismo seja, ao
- contrário, passividade. Um novo tipo de passividade, cheia de gritos, de certezas e de pontos
- de exclamação. Os espasmos tornaram-se a rotina e, ao se viver aos espasmos, um
- espasmo anula o outro espasmo que anula o outro espasmo. Quando tudo é grito não há
- mais grito. Quando tudo é urgência nada é urgência. Ao final do dia que não acaba resta a
- ilusão de ter lutado todas as lutas, intervindo em todos os processos, protestado contra todas
- as injustiças. Os espasmos esgotam, exaurem, consomem. Mas não movem. Apaziguam,
- mas não movem. Entorpecem, mas será que movem?
- Sobre esse tema há um pequeno livro, precioso, chamado sugestivamente de
- Sociedade do Cansaço. (...) Sobre nossa nova condição, Han diz: “A sociedade do trabalho e
- a sociedade do desempenho não são sociedades livres. Elas geram novas coerções. A
- dialética do senhor e escravo está, não em última instância, naquela sociedade na qual cada
- um é livre e capaz também de ter tempo livre para o lazer. Leva, ao contrário, a uma
- sociedade do trabalho, na qual o próprio senhor se transformou num escravo do trabalho.
- Nessa sociedade coercitiva, cada um carrega consigo seu campo de trabalho. A
- especificidade desse campo de trabalho é que somos ao mesmo tempo prisioneiro e vigia,
- vítima e agressor. Assim, acabamos explorando a nós mesmos. Com isso, a exploração
- é possível mesmo sem senhorio”.
O novo tipo de passividade que, segundo a autora, caracteriza a nossa época, traduz-se por um(a)