Sobre as relações de Dom Aquino Corrêa com o Estado Novo, é ...

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Q535853 História e Geografia de Estados e Municípios
Sobre as relações de Dom Aquino Corrêa com o Estado Novo, é correto afirmar:
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Em 1917, foi indicado pelo governo de Venceslau Brás como elemento conciliador e eleito governador de Mato Grosso

As relações de Dom Aquino Corrêa com o Estado Novo foram de proximidade e aliança política.

A capacidade de articulação política, a qualidade de orador experiente e as posições conservadoras no interior da Igreja Católica abriram perspectivas de aproximação com o governo de Getúlio Vargas a partir de 1930. A relação do campo religioso e com o campo político no regime varguista tornou a figura de dom Aquino bastante conhecida nacionalmente. Sua simpatia pelo Estado Novo (1937-1945) ficou patente nos inúmeros discursos proferidos no período, em que abertamente elogiava o estreitamento de relações entre a Igreja e o regime político em vigor.

 

Fonte: http://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-republica/CORREIA,%20Aquino.pdf

Nem sabia, mas só de saber que religião está, em sua maior parte, envolvida com a política, chutei a B...

Fragmento retirado do artigo : Os posicionamentos do Arcebispo de Cuiabá, D. Francisco de Aquino Corrêa, e a defesa do patriotismo cristão (Jérri Roberto Marin, Diálogos v. 20 n. 3 (2016), 155-172)

Para D. Aquino, a posse de Vargas marcou o fim de um período de trevas e foi o resultado da intervenção da providência divina a fim de salvar o país e reintroduzir Deus na sociedade. A vitória reacendia a “esperança patriótica” de irradiar-se no Brasil o espiritualismo religioso ao ser extinto o “Estado leigo e ateu” (CORRÊA, 1985b. p. 150, 145). A “revolução triunfante” de Vargas representava o fim de três “males capitais”: o “enfraquecimento do princípio de autoridade, a carência de lei constitucional e a infiltração comunista” (CORRÊA, 1985b. p. 129-130). Abolir a Constituição de 1889 representava o fim de uma “afronta a Deus e à Pátria”, pois não reconhecia que a maioria da população brasileira era católica, sendo necessário reafirmar essa proeminência na legislação e na vida pública. (CORRÊA, 1985b. p. 132). O Governo Provisório, ao permitir o ensino religioso nas escolas públicas, por meio do decreto de 30 de abril de 1931, confirmava a união entre os poderes espiritual e temporal ao promover uma “revolução espiritual” a fim de salvar o Brasil. O ensino religioso seria um meio de defender o país de tudo que o pudesse ameaçar a sua integridade (CORRÊA, 1985b. p. 136, 145). Como decorrência, a Igreja Católica apresentava-se como colaboradora do Estado para defender os valores nacionais, para garantir a coesão da sociedade e para combater os inimigos.

D. Aquino defendia que a missão patriótica, espiritualista, regeneradora e de reconstrução política de Vargas iria “salvar o país” e tinha de ser apoiada pelos católicos. Opor-se a ela significava ser impatriótico, pois significaria defender a “anarquia comunista” (CORRÊA, 1985b. p. 146-150, 156). A Constituição de 1934 era saudada como instituidora de uma nova situação política da religião, que orientaria os destinos nacionais (CORRÊA, 1985b. p. 154). Com a instalação do Estado Novo, em 1937, não houve nenhuma reação da hierarquia eclesiástica, evidenciando o apoio a Vargas e a colaboração entre os dois poderes. Na Carta Pastoral Coletiva, publicada por ocasião do Primeiro Concílio Plenário Brasileiro, em 1939, a hierarquia eclesiástica exortava os fiéis a serem patriotas e a obedecerem às autoridades civis, contribuindo assim para a “reconstrução de um Brasil melhor” (BEOZZO, 1984, p. 325).

Em 1937, a carta pastoral Deus e pátria, de D. Aquino, justificava a instalação do Estado Novo e manifestava um otimismo com relação a Getúlio Vargas, pois ele iria irradiar o “espiritualismo religioso no Brasil” (CORRÊA, 1985b, p. 129-130). 

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