A partir dos elementos estruturais que compõem o texto apre...
Texto para responder à questão.
Carta ao leitor: 221 vezes por dia
Esse é o número de vezes que as pessoas tiram o celular do
bolso, em média. Há algo de errado aí.
O século 21 começou no dia 9 de janeiro de 2007. Foi quando Steve Jobs apresentou o iPhone num evento da Apple. No momento em que o fundador da companhia abriu a homepage do New York Times no aparelhinho, começava uma nova era: a do computador realmente pessoal. A internet se libertava dos PCs, e chegava aos bolsos de todo mundo.
Bom, não exatamente de todo mundo. O iPhone de 2007 era uma Lamborghini, algo feito para uma minoria endinheirada. Mas isso começaria a mudar no final de 2008, com a chegada do Android. Agora qualquer empresa que quisesse copiar a Apple e fabricar seu próprio smartphone podia usar o sistema operacional do Google, o que diminuía violentamente o custo de desenvolvimento. Isso permitiu a criação de smartphones que cabiam mesmo no bolso – agora, no sentido financeiro da expressão.
Ainda era tudo mato: não existia WhatsApp nem Instagram. E o Facebook, que compraria os dois na década seguinte, ainda tomava pau do Orkut. Mas a revolução já tinha começado. Em 2008, foram vendidos 139 milhões de smartphones no mundo. Em 2011, com mais dispositivos baratos à disposição, 472 milhões. De 2014 em diante, mais de um bilhão. Resultado: 4 bilhões de pessoas têm smartphone hoje. Isso dá 51,9% da população mundial – ou 80% da população adulta (entre 15 e 65 anos). Os aparelhos só não tendem mesmo à onipresença em bolsões de pobreza extrema – África subsaariana, Bangladesh, Paquistão.
O normal, inclusive, é que boa parte dos países tenham tantos smartphones quanto habitantes. É o caso do Brasil. De acordo com a Anatel, há 183,5 milhões de linhas 3G e 4G ativas no Brasil. Mesmo descontando quem possui mais de um chip no aparelho, então, temos quase um smartphone por pessoa por aqui, mesmo amargando o 70° PIB per capita do planeta.
Falar como o smartphone mudou o mundo é chover no molhado. Ele criou as empresas mais valiosas do planeta (Apple, Google, Facebook, Huawei), revolucionou o dia a dia (Uber, Rappi), e mudou a política (uma presença forte nas redes sociais vale mais do que toneladas de horário eleitoral na TV, como as eleições de 2018 provaram). Mas não é “só” isso.
Os smartphones passaram a moldar a realidade não apenas pela eficiência absurda, mas também porque viciam. Não é à toa que cada pessoa tira o celular do bolso ou da bolsa 221 vezes por dia, em média. Como dizem o editor Bruno Garattoni e o repórter Eduardo Szklarz na reportagem principal desta edição: “Por trás dos ícones coloridos, as gigantes da tecnologia fazem um esforço consciente para nos manipular, usando recursos da psicologia, da neurologia e até dos cassinos”. É isso.
(Por Alexandre Versignassi. Disponível em: https://super.abril.com.br/
blog/alexandre-versignassi/carta-ao-leitor-221-vezes-por-dia/Acesso em:
janeiro de 2020.)
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Comentários
Veja os comentários dos nossos alunos
Gabarito B: Apresenta os fatos de forma subjetiva, aplicando à informação em questão a opinião e o ponto de vista do enunciador.
Isso é possível ser verificado já no seu título:
"Esse é o número de vezes que as pessoas tiram o celular do
bolso, em média. Há algo de errado aí."
e em outros pontos do texto, como por exemplo:
2º parágrafo:"Bom, não exatamente de todo mundo "
3º parágrafo: "E o Facebook, que compraria os dois na década seguinte, ainda tomava p#@u do Orkut." (Apenas um desabafo, Fiquei de cara com o QC agora, não permitem escrever uma palavra (p#@u) que está no próprio texto, meio infantil essa censura, não acham?)
...entre outros, o texto em si denota a intenção do autor de levar ao leitor sua opinião.
BONS ESTUDOS!!!
Quer dizer que o autor não foi objetivo?
ai complica..
Ui! Então todos os dados informados pelo enunciador, para embasar seu texto, eu pego e jogo no lixo?
Resposta da banca aos pedidos de recurso:
A alternativa “A) Apresenta informações de forma imparcial de acordo com o suporte de caráter midiático em que é veiculado. ” não pode ser considerada correta, pois, conforme a fonte citada ao final do texto: “(Por Alexandre Versignassi. Disponível em: https://super.abril.com.br/ blog/alexandre-versignassi/carta-ao-leitor-221-vezes-por-dia/Acessoem: janeiro de 2020.)”trata-se de uma carta ao leitor assinada por Alexandre Versignassi o que indica o caráter dissertativo argumentativo do texto e, portanto, a apresentação de um ponto de vista.
A alternativa “B) Apresenta os fatos de forma subjetiva, aplicando à informação em questão a opinião e o ponto de vista do enunciador.” foi indicada como correta. A Carta ao Leitor é um Editorial.Cada jornal ou Revista tem seu Editorial. Quando um assunto está no centro das atenções o Jornal oua Revista dá a opinião do Editor a seus leitores. Pode vir com um desses nomes: Editor ouEditorial ou Carta ao Leitor. A Carta ao Leitor é otextode um jornal ou Revista em que o conteúdo expressa a opinião da empresa, da direção ou da equipe de redação, sem a obrigação de ter alguma imparcialidade ou objetividade. Tem por objetivo informar, mas sema obrigação de ser neutro, indiferente, poiso redator dispõe da opinião do jornal ou da Revista sobre o assunto narrado.OEditorial ou Carta ao Leitoré um texto mais opinativo do que informativo. Possui um fato e uma opinião. O fato informa o que aconteceu e a opinião transmite a interpretação do que aconteceu. É comum haver uma seção chamada Editorial ou Carta ao Leitor nosgrandes jornais ou revistas, que reservam um espaço predeterminado para os editoriais em duas ou mais colunas, logo nas primeiras páginas internas.
A alternativa “C) A objetividade é de fundamental importância para que o posicionamento do enunciador mostre-se coerente e confiável a seu interlocutor.” não pode ser considerada correta, pois, quando se mostra o posicionamento de alguém dizemos que, neste caso, trata-se da subjetividade do texto que faz oposição à objetividade, em que há imparcialidade.Fonte: Savioli, Francisco Platão. Para Entender o Texto -Leitura e Redação. Ed. Ática.
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