A conjunção destacada em: “Eu fiquei um pouco assustada e ...
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Ano: 2020
Banca:
INSTITUTO AOCP
Órgão:
Prefeitura de Novo Hamburgo - RS
Provas:
INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Novo Hamburgo - RS - Assistente Administrativo
|
INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Novo Hamburgo - RS - Agente Social |
INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Novo Hamburgo - RS - Operador de Monitoramento |
INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Novo Hamburgo - RS - Técnico em Desenvolvimento de Sistemas |
Q1156850
Português
Texto associado
ENTENDENDO DIALETOS
Clara Braga
Quem já teve a oportunidade de conviver
minimamente com uma criança, sabe que o
processo de aprender a falar pode render boas
histórias.
As crianças, antes de desenvolverem 100%
dessa habilidade, parece que criam um dialeto. E
engana-se quem acha que o dialeto de todas as
crianças é igual e que, se você entende o que seu
sobrinho ou priminho fala, vai entender todas as
crianças.
O dialeto da criança é tão complexo que, com
exceção de poucas palavras que todas parecem
falar de uma forma igual, só aquela criança fala
aquela língua e só uma pessoa entende 100% do
que está sendo dito: o ser que eu chamo de “pãe”.
“Pãe” seria a mistura do pai e da mãe, pois
raramente um dos dois entende tudo o que o filho
está dizendo, eles podem entender a frase toda
pelo contexto, mas decifrar e compreender
palavrinha por palavrinha, é um trabalho de grupo.
Às vezes pode parecer complicada essa coisa
de não entender o que a criança está querendo
dizer, mas confiem, em alguns momentos isso
pode ser bom.
Outro dia estava em um restaurante com meu
filho e, como toda criança, ele ficou um tempo
sentado e depois foi explorar a redondeza. Fui
acompanhando e, no caminho, encontramos uma
avó que estava acompanhando a neta enquanto a
mãe jantava no mesmo restaurante onde
estávamos. A senhora começou a puxar assunto com meu
filho, na tentativa de aproximar a neta. Meu filho se
mostrou aberto à aproximação e ia respondendo
tudo que a senhora perguntava. Lá pelas tantas,
quando eu já estava surpreendida com a
quantidade de palavras que a senhora estava
entendendo do dialeto do meu filho, ele decidiu
pegar algo com a mão e mostrar para a senhora e
para a pequena netinha o quão forte ele era. Foi
então que a senhora soltou a frase: uau, como
você é forte!
Ele respondeu com uma de suas frases
prediletas, aprendida por causa de seu interesse e
do vício do pai pelo universo dos heróis: Hulk
esmagaaaaaa! Mas ele não disse com um ar doce,
ele disse como se estivesse com raiva e de fato
esmagando o que estava na sua mão, tudo isso
enquanto olhava bem nos olhos na netinha da
senhora.
Eu fiquei um pouco assustada e com receio do
que viria depois, já dei um riso meio sem graça e
estava procurando uma desculpa para aquela
frase nada acolhedora. Porém, os santos do
dialeto me salvaram. Quando ouviu a frase a
senhora logo respondeu para meu filho: ah sim,
você é forte porque come manga! Vou dar muita
manga para minha netinha, assim ela fica forte
como você!
Fiquei aliviada com a interpretação que ela fez
da frase que, para mim, ele tinha dito com muita
clareza. Muito melhor uma neta comendo muita
manga do que traumatizada com um bebê que
estava prestes a ficar verde e esmagar as coisas
ao redor. Acho que vou optar por mostrar para ele
desenhos com frases mais amigáveis, ele está
indo bem no processo da fala, mas talvez algo
mais dócil ajude no processo de socialização.
Disponível em:
<http://www.cronicadodia.com.br/2020/01/entendendo-dialetos-clara-braga.html>. Acesso em: 04 fev. 2020.
A conjunção destacada em: “Eu fiquei um
pouco assustada e com receio do que
viria depois, já dei um riso meio sem
graça e estava procurando uma desculpa
para aquela frase nada acolhedora.
Porém, os santos do dialeto me
salvaram.” indica que a oração seguinte
apresenta