“Viemos ao mundo para dar nome às coisas: (...)”. Observe o ...

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Q979083 Português

Leia o texto e responda o que se pede nos comandos da questão.


                           A força das palavras
 

      Palavras assustam mais do que fatos: às vezes é assim.

      Descobri isso quando as pessoas discutiam e lançavam palavras como dardos sobre a mesa de jantar. Nessa época, meus olhos mal alcançavam o tampo da mesa e o mundo dos adultos me parecia fascinante. O meu era demais limitado por horários que tinham de ser obedecidos (porque criança tinha de dormir tão cedo?), regras chatas (porque não correr descalça na chuva? por que não botar os pés em cima do sofá, por quê, por quê, por quê ...?), e a escola era um fardo (seria tão mais divertido ficar lendo debaixo das árvores no jardim de casa...).

      Mas, em compensação, na escola também se brincava com palavras: lá, como em casa, havia livros, e neles as palavras eram caramelos saborosos ou pedrinhas coloridas que a gente colecionava, olhava contra a luz, revirava no céu da boca. E, às vezes, cuspia na cara de alguém de propósito para machucar (...).

      A palavra faz parte da nossa essência: com ela, nos acercamos do outro, nos entregamos ou nos negamos, apaziguamos, ferimos e matamos. Com a palavra seduzimos num texto; com a palavra, liquidamos - negócios, amores. Uma palavra confere o nome ao filho que nasce e ao navio que transportará vidas ou armas.

      "Vá”, “Venha”, "Fique”, “Eu vou”, “Eu não sei”, “Eu quero, mas não posso”, “Eu não sou capaz”, “Sim, eu mereço” - dessa forma, marcamos as nossas escolhas, a derrota diante do nosso medo ou a vitória sobre o nosso susto. Viemos ao mundo para dar nome às coisas: dessa forma, nos tornamos senhores delas ou servos de quem as batizar antes de nós.

                                              Fonte: Lya Luft. Ponto de Vista. Veja, 14/07/04

“Viemos ao mundo para dar nome às coisas: (...)”. Observe o uso do acento grave, indicativo da crase, em “às coisas”, e assinale a alternativa correta:
Alternativas

Comentários

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GABARITO: LETRA D

“Viemos ao mundo para dar nome às coisas: (...)” >>> quem dá, dá alguma coisa (objeto direto), A alguém (objeto indireto).

“Viemos ao mundo para dar nome às coisas --- àquele homem a(preposição) + pronome demonstrativo "aquele" = àquele.

A) O acento grave continuaria se o termo grifado fosse “a você”. >>> não seria mantido, pois "a você" temos somente a preposição "a", não havendo artigo.

B) O acento grave persistiria se o termo grifado fosse “a coisas”. >>> Não persistiria, pois "coisas" está no plural, logo não pode haver somente o "a."

C) O acento grave desapareceria se o termo grifado fosse “a casa de mamãe”. Existiria o acento, pois casa está especificado.

E) O acento grave seria mantido se o termo grifado fosse “a sorrir”. >>> não seria mantido, pois não há artigo antes de verbo, somente se esse estiver substantivado. No caso da alternativa temos somente a preposição "a." Logo não ocorreu a crase.

Força, guerreiros(as)!!

Na letra D, não fica errado se colocar crase antes de palavras masculinas? "Aquele homem" não é palavra masculina? Se alguém puder me explicar eu agradeço.

dar nome às coisas. Dar verbo bitransitivo.

Dar algo a alguém. No caso, dar nome àquele homem. Juntou o a preposição com o a de aquele, por isso houve crase.

Nossa achei essa questão muito esqusita kkkk ... pesquisei algumas coisas p/ tentar entender a assertiva.

Vamos lá !

Como identificar se há ou não crase?

Existe um método prático e rápido de identificar se há ou não crase antes de aquele e aquela. Basta substituir por a este ou a esta. Vejamos!

ex¹: Entrei sua carta a este homem => Entreguei sua carta àquele homem.

ex²: Chegamos a esta cidade ontem à noite => Chegamos àquela cidade ontem à noite.

IMPORTANTE: Um dos passos para utilizar bem a crase é saber se há ou não uma preposição na frase.

Fonte:

Para que haja a crase é necessário que existam as duas vogais idênticas. Um deles é a preposição. O outro ‘a’ pode se encaixar nas possibilidades a seguir:

• ARTIGO DEFINIDO

“Ela se referiu a (preposição) + a (artigo) proposta”

“Ela se referiu à proposta”

 

• PRONOME DEMONSTRATIVO:

“Sua roupa é igual a (preposição) + a pronome = a (roupa) minha”

“Sua roupa é igual à minha”

“Ele fez referência a (preposição) + as pronome = (aquelas) que saíram”

“Ele fez referência às que saíram”

 

• VOGAL A DOS PRONOMES AQUELE, AQUELES, AQUELA, AQUELAS E AQUILO:

“Prefiro essa peça a (preposição) + aquela”

“Prefiro essa peça àquela”

“Eu me refiro a (preposição) + aqueles dias”

“Eu me refiro àqueles dias”

 

VEJA ABAIXO SETE ERROS IMPERDOÁVEIS NO USO DA CRASE:

O uso de crase antes de verbos ou de pronome indefinido, além do uso da crase antes de palavras masculinas. Este é o primeiro erro a ser descartado. A palavra que vem depois do (a) preposição é masculina? Então não tem crase!

 

1) Antes de palavra masculina: “Já falei a respeito disso”;

2) Antes de artigo indefinido : “Chegamos a uma boa conclusão” ;

3) Antes de verbo: “Salário a combinar” ;

4) Antes de expressão de tratamento: “Trouxe uma mensagem a Vossa Majestade” ;

5) Antes de pronomes pessoais, indefinidos e demonstrativos :“Já contei tudo a ela” ;

6)  Em expressões em que usamos palavras repetidas : “Nos vimos cara a cara pela primeira vez” ;

7) Quando, antes do “a”, já existir uma preposição:“Compareceram perante a Justiça” .

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