“Procissão, de Gilberto Gil, virou sucesso [...] ‘Olha lá v...
“Procissão, de Gilberto Gil, virou sucesso [...] ‘Olha lá vai passando a procissão/ Se arrastando que nem cobra pelo chão/As pessoas que nela vão passando/Acreditam nas coisas lá do céu/ [...] Entra ano, sai ano, e nada vem/ Meu sertão continua ao Deus-dará/ Mas se existe Jesus no firmamento/ Cá na terra isso tem que se acabar.’ [...] a regravação de Procissão, em 1968, incorporou guitarras e o som estridente do rock pioneiro de Os Mutantes, sob a regência de Rogério Duprat, maestro de origem erudita. O importante não era apenas o protesto contra o latifúndio presente na letra da canção que, na gravação de 1965, apresentava uma sonoridade mais tradicional. A nova interpretação impunha também uma forma perturbadora da ordem musical estabelecida. Embaralhavam-se as fronteiras entre popular, erudito, tradicional, vanguarda, pop, regional nordestino, nacional, internacional, a arte e o convencional, a revolução e o mercado.”
RIDENTI, Marcelo. Cultura. In REIS, Daniel Aarão (Coord.). História do Brasil Nação. Modernização, Ditadura e Democracia, 1964-2010. v. 5. Rio de Janeiro: Fundación Mapfre e Editora Objetiva, 2014. p. 254.
A segunda gravação de Procissão de Gilberto Gil foi realizada bem ao estilo do movimento tropicalista, cujo período de maior visibilidade na música popular foi entre 1967 e 1968.
Este movimento, analisado pela descrição, colocou-se como vanguarda nesse período porque: