Para dar mais verossimilhança ao seu relato, Raul Seixas re...

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Q2006850 Português

Leia o texto abaixo para responder à próxima questão:

Eu nasci há dez mil anos atrás

Eu nasci há dez mil anos atrás

e não tem nada nesse mundo que eu não saiba de mais


Eu vi Cristo ser crucificado

O amor nascer e ser assassinado

Eu vi as bruxas pegando fogo para pagarem seus pecados,

Eu vi,

Eu vi Moisés cruzar o mar vermelho

Vi Maomé cair na terra de joelhos

Eu vi Pedro negar Cristo por três vezes diante do espelho

Eu vi,


Eu vi as velas se acenderem para o Papa

Vi Babilônia ser riscada do mapa

Vi conde Drácula sugando o sangue novo

e se escondendo atrás da capa

Eu vi,

Eu vi a arca de Noé cruzar os mares

Vi Salomão cantar seus salmos pelos ares

Eu vi Zumbi fugir com os negros para floresta

pro quilombo dos palmares

Eu vi,


Eu vi o sangue que corria da montanha

quando Hitler chamou toda a Alemanha

Vi o soldado que sonhava com a amada numa cama de campanha


Eu li,

Eu li os símbolos sagrados de Umbanda

Eu fui criança para poder dançar ciranda

E, quando todos paraguejavam contra o frio,

eu fiz a cama na varanda


Eu tava junto com os macacos na caverna

Eu bebi vinho com as mulheres na taverna

E quando a pedra despencou da ribanceira

Eu também quebrei a perna

Eu também,

Eu fui testemunha do amor de Rapunzel

Eu vi a estrela de Davi brilhar no céu

E pra aquele que provar que eu estou mentindo

eu tiro o meu chapéu

Raul Seixas

Para dar mais verossimilhança ao seu relato, Raul Seixas repete a palavra “Eu”, no começo da maioria dos versos da canção. Essa figura de linguagem, que nesta canção tem o objetivo de convencer o interlocutor das ações do eu-lírico recebe o nome de:
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Usos da anáfora

Essa figura é muito comum em textos poéticos ou em músicas, quando os versos começam com a mesma palavra ou expressão, "

ANÁFORA, consiste em repetir palavras em geral, inclusive conjunção.

GABARITO LETRA A

Anáfora > Repetição de uma mesma palavra/expressão no início de orações, versos, períodos.

Quando não tinha nada, eu quis

Quando tudo era ausência, esperei

Quando tive frio, tremi

Quando tive coragem, liguei ...

Anacoluto > Interrupção da estrutura sintática da frase, uma "quebra" na frase.

Esse chapéu que esta na moda, você que gosta de chapéu devia comprar um.

Esse chapéu que esta na moda> espera um complemento que não existe, fica solto na frase.

Sinestesia> Mistura dos sentidos, sensações (tato, olfato, audição, paladar e visão.

  • Júlia tinha um cheiro doce.

cheiro> olfato doce> paladar

  • Ela me deu aquele olhar frio.

olhar> visão frio> tato

Antítese> Palavras que se opõem quanto ao sentido.

  • Uma noite longa pra uma vida curta.

Eufemismo> uso de palavra/expressão para amenizar suavizar o sentido de outra.

  • Vovô foi jogar xadrez com São Pedro. (Vovô morreu)

  • Hoje estou naqueles dias. (Estou menstruada).

Anáfora: repetição de uma ou mais palavras

Antitese: termos com sentidos opostos. ex: ódio e amor

Anacoluto: mudança da estrutura da frase

Sinestesia: sensação por órgãos de sentidos diferentes. ex: olhar frio

Eufemismo: suavizar, amenizar ex: fulano foi descansar (morreu)

GABARITO: LETRA A

Anáfora:

Repetição de vocábulo ou expressão no início de cada verso ou frase.

- “ Quando não tinha nada, eu quis / Quando tudo era ausência, esperei / Quando tive frio, tremi / Quando tive coragem, liguei…” (Chico César)

- “Era uma estrela tão alta! / Era uma estrela tão fria! / Era uma estrela sozinha / Luzindo no fim do dia.” (Manoel Bandeira)

OBS: Não confunda anáfora, figura de linguagem, com anáfora, processo de coesão. Nesta, um vocábulo tem o papel de retomar outro já mencionado.

FONTE: A gramática para concursos públicos / Fernando Pestana. – 2. ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2015.

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