Ao final do texto, para dar conselho aos editores e a quem ...
Sobre a dificuldade de ler
Gostaria de lhes falar não da leitura e dos riscos que ela comporta, mas de um risco ainda maior, ou seja, da dificuldade ou da impossibilidade de ler; gostaria de tentar lhes falar não da leitura, mas da ilegibilidade.
Cada um de vocês terá feito a experiência daqueles momentos nos quais gostaríamos de ler, mas não conseguimos, nos quais nos obstinamos a folhear as páginas de um livro, mas ele nos cai literalmente das mãos.
Gostaria de lhes sugerir que prestassem atenção aos seus momentos de não leitura, quando o livro do mundo cai das suas mãos, porque a impossibilidade de ler lhes diz respeito tanto quanto a leitura e é, talvez, tanto ou mais instrutiva do que esta.
Há também uma outra e mais radical impossibilidade de ler, que até poucos anos atrás era, antes de tudo, comum. Refiro-me aos analfabetos, que, há apenas um século, eram a maioria. Um grande poeta espanhol do século 20 dedicou um livro de poesia seu “ao analfabeto para/por quem eu escrevo”. É importante compreender o sentido desse “para/por”.
Gostaria que vocês refletissem sobre o estatuto especial desse livro que, na sua essência, é destinado aos olhos que não podem lê-lo e foi escrito com uma mão que, em um certo sentido, não sabe escrever. O poeta ou escritor que escreve pelo/para o analfabeto tenta escrever o que não pode ser lido, põe no papel o ilegível. Mas precisamente isso torna a sua escrita mais interessante do que a que foi escrita somente por/para quem sabe ler.
Há, finalmente, um outro caso de não leitura do qual gostaria de lhes falar. Refiro-me aos livros que foram escritos e publicados, mas estão − talvez para sempre − à espera de serem lidos. Eu conheço − e cada um de vocês, eu acredito, poderia citar − livros que mereciam ser lidos e não foram lidos, ou foram lidos por pouquíssimos leitores. Eu penso que, se esses livros eram verdadeiramente bons, não se deveria falar de uma espera, mas de uma exigência. Esses livros não esperam, mas exigem ser lidos, mesmo que não o tenham sido ou não o serão jamais.
Mas agora gostaria de dar um conselho aos editores e àqueles que se ocupam de livros: parem de olhar para as infames, sim, infames classificações de livros mais vendidos e − presume-se − mais lidos e tentem construir em vez disso na mente de vocês uma classificação dos livros que exigem ser lidos. Só uma editora fundada nessa classificação mental poderia fazer o livro sair da crise que − pelo que ouço ser dito e repetido − está atravessando.
(Adaptado de: AGAMBEN, Giorgio. Sobre a dificuldade de ler. Trad. de Cláudio Oliveira. Revista Cult, ano 16, n. 180. São Paulo: Bregantini, junho de 2013. p. 46 e 47)
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Gabarito B
Modos verbais:
Os modos verbais indicam a posição da pessoa falante face a ação verbal. Os verbos podem ser utilizados de diferentes maneiras, conforme a significação que se quer transmitir.
Existem três modos verbais: o indicativo, o subjuntivo e o imperativo.
Modo indicativo
O modo indicativo transmite uma ação certa e real. A pessoa falante apresenta uma posição de certeza e segurança, exprimindo a ação com precisão.
Frases no modo indicativo:
Ontem eu comprei uma blusa nova.
Nós estudaremos para a prova a partir de amanhã.
Meu pai costumava almoçar neste restaurante.
Modo subjuntivo
O modo subjuntivo transmite uma ação possível, porém incerta, que ainda não foi realizada e que está dependente de outra. A pessoa falante apresenta uma posição de dúvida, exprimindo a ação com imprecisão, visto ser apenas uma possibilidade.
Frases no modo subjuntivo:
Ela está esperando que eu vá primeiro.
Se você viesse agora, poderíamos resolver esse assunto rapidamente.
Vou ligar apenas quando eu quiser.
Modo imperativo
O modo imperativo transmite uma ordem, um pedido, uma exortação ou um conselho. A pessoa falante exige algo, exprimindo o que quer que outra pessoa faça.
Frases no modo imperativo:
Traz as caixas, por favor!
Não faça barulho!
Tudo posso Naquele que me fortalece!
Modo imperativo não se relaciona apenas a uma ordem, mas também com:
Súplica - pedido, conselho.
"... parem de olhar para as infames, sim, infames classificações de livros mais vendidos e − presume-se − mais lidos e tentem construir em vez disso na mente de vocês..."
Parar y Tentar.
Gab.:B
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