Em “Da alegria à tristeza”, (4º§) o emprego do sinal indicat...

Próximas questões
Com base no mesmo assunto
Q1372205 Português
Os três vazios – Sobre como fomos esvaziados e lavados para fazer escoar a angústia consumista

    Podemos caracterizar nossa época a partir de (três) grandes vazios:
    1 – O primeiro deles é o vazio do pensamento, tal como o denominou Hannah Arendt. A característica desse vazio é a ausência de reflexão, em palavras simples, de questionamento. Como é impossível viver sem pensamento, o uso de ideias prontas se torna a cada dia mais necessário e vemos ideias se transformarem em mercadorias para facilitar a circulação. Não são apenas as ideias que viram mercadorias. As mercadorias também vêm substituir ideias. Elas se “consubstanciam” em ideias e fazem a sua vez. O império do design de nosso tempo tem a ver com isso. Cada vez mais gostamos de coisas nas quais se guarda uma ideia. Hoje em dia vende-se autenticidade e prosperidade como um dia se vendeu felicidade, liberdade e imortalidade. A ideia é melhor vendida por meio de conceitos que podemos possuir ou, pelo menos, queremos possuir. O design garante isso. O que antigamente se chamava de “arte pela arte”, agora se chama de “estética pela estética”.

    Com isso quero dizer que o mundo da aparência substituiu o da essência e isso atingiu até mesmo o pensamento. A inteligência se tornou algo da ordem da aparência, uma moda. Por isso mesmo, a ignorância populista também faz muito sucesso. Enquanto uns vendem aparência de inteligência, outros vendem aparência de ignorância. Se há realmente inteligência ou ignorância, não é bem a questão. Ganham os que sabem administrar essas aparências para a mistificação das massas. A indústria cultural também é do design. E o design também é da inteligência e da ignorância.

    2 – O segundo vazio parece ainda mais profundo, até porque, tradicionalmente tem relação com o território do que chamamos de sensibilidade que está revestido de mistérios. Nesse campo, entra em jogo o vazio da emoção. A impressão de que vivemos em uma sociedade anestesiada, na qual as pessoas são incapazes de sentir emoções, não é nova. Alguns já falaram em culto da emoção, em sociedade excitada, em sociedade fissurada. Buscamos de modo ensandecido uma emoção qualquer. Pagamos caro. Da alegria à tristeza, queremos que a religião, o sexo, a alimentação, os filmes, as drogas, os esportes radicais, tudo nos provoque algum tipo de êxtase. A emoção virou mercadoria e o que não emociona não vale a pena. Alegrias suaves e tristezas leves não interessam. Tudo tem que ser extasiante. As mercadorias aparecem com a promessa de garantir esse êxtase. Das roupas de marca ao turismo, tudo tem que ser intenso, cinematográfico, transcendental, radical, impressionante. É o império da emoção contra a chateação, da excitação contra o tédio, da rapidez contra a calma, da festa contra a tranquilidade. A questão que está em jogo é a do esvaziamento afetivo. Se usarmos um clichê, diremos que nos tornamos cada vez mais frios, cada vez mais robotizados. Há uma verdade nisso: quer dizer que perdemos nosso calor humano, nosso calor animal, o que nos confirma como seres vivos. Ficamos cada vez mais vitimados pelo universo da plasticidade. O império do design se instaura aí. Da plasticidade exterior ao plástico (que consumimos fisiologicamente no uso de uma garrafa de água), não há muita diferença. [...]

(TIBURI, Márcia. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2016/08/os-tres-vazios-sobre-como-fomos-esvaziados-e-lavados-parafazer-escoar-a-angustia-consumista/. Adaptado.)
Em “Da alegria à tristeza”, (4º§) o emprego do sinal indicativo de crase é ____________________, pois, __________________________________.” Assinale a alternativa que completa correta e sequencialmente a afirmativa anterior.
Alternativas

Comentários

Veja os comentários dos nossos alunos

REGRA DO PARALELISMO - NO EXEMPLO O ACENTO INDICATIVO DE CRASE SE FAZ OBRIGATÓRIO!!

Da alegria à tristeza

REGRA DO PARALELISMO:

Se o primeiro dos termos não possui artigo a, o segundo também não terá. Se o primeiro tiver, o segundo receberá a crase.

Por ex.: Ficarei das 8 às 13 horas.

Logo, a alternativa é a C.

PARALELISMO sempre vai crase.

DA ALEGRIA À TRISTEZA

DA TRISTEZA À ALEGRIA

A questão é sobre crase e quer saber qual das alternativas abaixo preenche corretamente as lacunas abaixo. Vejamos:

 .

Em “Da alegria à tristeza”, (4º§) o emprego do sinal indicativo de crase é __________, pois, _____________.

 .

Temos aqui um caso de paralelismo sintático: DE + A (= DA) e A + A (= À) - preposições + artigo definido "a". Por isso, para manter o paralelismo, a crase é obrigatória.

 .

A) facultativo / ocorre antes de substantivo comum e abstrato

Errado. A crase, nesse caso, é obrigatória.

 .

B) facultativo / há regência de preposição diante do termo “tristeza”

Errado. A crase, nesse caso, é obrigatória.

 .

C) obrigatório / há exigência de preposição associada à admissão do artigo feminino

Certo. O sinal indicativo de crase, nesse caso, é obrigatório, pois há exigência de preposição (A) associada à admissão do artigo feminino (A).

 .

D) obrigatório / ocorre diante de qualquer nome feminino tomado em sentido genérico

Errado. Não ocorre diante de qualquer nome feminino tomado em sentido genérico, mas sim, por causa da preposição "a" e do artigo definido feminino "a".

 .

Gabarito: Letra C

Colegas, segue o link para nos manifestarmos oficialmente sobre a PEC 32/2020 que trata sobre a Reforma Administrativa. Acesse a página da Câmara e clique em "Discordo Totalmente": forms.camara.leg.br/ex/enquetes/2262083/resultado

Clique para visualizar este comentário

Visualize os comentários desta questão clicando no botão abaixo