Assinale a alternativa incorreta sobre a pontuação empregad...

Próximas questões
Com base no mesmo assunto
Ano: 2017 Banca: UEM Órgão: UEM Prova: UEM - 2017 - UEM - Técnico Administrativo |
Q812838 Português

O exagero das festas infantis é uma ignorância peculiar do Brasil?

(Ivana Ebel)

1 Se tem uma coisa que eu nunca entendi no Brasil foi o exagero dos pais na hora de organizar uma festa de aniversário para as crianças. Isso é mesmo parte da nossa tradição cultural? O país tem uma verdadeira indústria em torno do que parece um desfile carnavalesco temático encerrado em qualquer dos salões de festa de Norte a Sul. Não, não me entenda mal: não sou contra celebrar a vida, festejar mais um ano. Mas chamar cem pessoas para um cenário emaranhado de figuras de isopor e balões porque o bebê está fazendo um aninho é de um exagero.

2 Quando cheguei aqui na Alemanha notei essa diferença antes mesmo de ter amigos com filhos. Nas lojas e supermercados, o setor das festinhas é bem pequeno. Velinhas, um ou dois brinquedinhos e deu. Pratos, copos, chapéus temáticos são raridade. As decoradoras de festas infantis morreriam de fome por aqui e os adultos gulosos pelos docinhos podem tirar o cavalinho da chuva.

3 Primeiro que os salgadinhos, docinhos e afins não existem. Alemães geralmente detestam brigadeiro: acham doce demais. Em algumas comunidades brasileiras aparecem pessoas que oferecem os serviços pela internet para mães brasileiras que querem fazer as festas como na terra natal, para espanto e choque dos alemães. Ninguém por aqui entende o motivo de tanta pompa e circunstância – e eu compartilho esse sentimento: por aqui se celebra muito mais o primeiro dia de aula de uma criança do que o fato de ela fazer mais um ano.

4 Os primeiros anos dos bebês alemães que vi por aqui foram festejados pelo pai, pela mãe e, em alguns casos, pelos avós. Um bolo na mesa marcou a data, mas a vida não mudou seu curso por causa disso. E é assim até quando a criança está maiorzinha e passa a ter relações de amizade no jardim. Só então a festinha passa a ser mais importante. Aos 4 anos, ela pode convidar quatro amiguinhos. Aos 5, cinco. O convite para a festa é específico: tem a hora em que os pais devem deixar os filhos na casa do aniversariante e a hora em que devem buscá-los.

5 Os pais dos convidados não ficam na festa. Geralmente a mesa é posta com bolo, salsichas (claro!) e salgados feitos em casa, não se bebe refrigerante e, depois de comer, as crianças participam de brincadeiras organizadas pela mãe anfitriã. Nessas brincadeiras existem pequenas prendas e no final todos ganham uma sacolinha de balas para levar para casa. Mas a festa não precisa ser necessariamente uma festa. Pode ser apenas um dia especial em que a criança comemora com os amigos em um programa que ela escolheu: ir ao cinema, ir a um parque fazer piquenique, um parque de diversões.

 6 Na escolinha, nada de frescura. A mãe leva um bolo ou muffins e algo salgado. Podem ser palitos de cenoura ou rodelas de pepino, por exemplo. Nada de decoração. O aniversariante usa uma coroa e é o rei da turma naquele dia. Geralmente se senta em uma cadeira em forma de troninho e é isso. A vida por aqui é muito, muito menos complicada. E menos consumista também.

7 Os casamentos seguem a mesma linha. Muita gente se casa apenas no civil, festeja no quintal de casa, faz fotos com amigos queridos em um parque e ninguém acha que por isso exista menos amor. Na verdade, confesso que a simplicidade da cerimônia me faz crer na cumplicidade do casal, mas isso é outro debate. Nunca fui uma moçoila casadeira mesmo.

8 Mas depois de alguns anos aqui começo a achar que uma coisa é o resultado da outra. Quando os pais transformam cada aniversário do filho em um show pirotécnico, o que sobra para eles na hora de festejar o que realmente importa na vida? Estamos constantemente preocupados em mostrar para o vizinho que a Pepa Pig da festa do nosso filho tem mais purpurina do que Elza do cenário do outro. No fundo, em vez de passarmos tempo de qualidade com quem amamos correndo por um parque ou cuidando do jardim, estamos mais preocupados em decidir o tema da próxima festa de isopor.

9 É na simplicidade de viver que os alemães e seu jeito austero nos fazem pensar no porquê de tanta complicação. Sem arcos de balões, eles dão de mil a zero na nossa pretensão de sermos calorosos, porque investimos mais nas aparências e convidamos dezenas de pessoas que nem gostamos tanto assim. Apostamos mais no cenário do que nas relações verdadeiras.

Texto adaptado de <http://www.pragmatismopolitico.com.br/2016/03/o-exagero-das-festas-infantis-e-uma-ignorancia-peculiar-do-brasil.html>.Acessado em 14 de março de 2016. 

Assinale a alternativa incorreta sobre a pontuação empregada no texto.
Alternativas

Gabarito comentado

Confira o gabarito comentado por um dos nossos professores

Alternativa correta: C

A questão aborda o uso correto da pontuação no texto, um tema essencial para concursos públicos. Para resolvê-la, é necessário compreender o uso adequado de diferentes sinais de pontuação como ponto final, vírgula, travessão, ponto de interrogação e dois-pontos. Vamos analisar cada alternativa para entender por que a alternativa C é a incorreta.

Alternativa A: Em "Isso é mesmo parte da nossa tradição cultural?" (primeiro parágrafo), o ponto de interrogação foi empregado para fazer uma pergunta.

Comentário: A afirmação está correta. O ponto de interrogação é usado para indicar uma pergunta, o que está em conformidade com a regra gramatical.

Alternativa B: Em "Primeiro que os salgadinhos, docinhos e afins não existem." (terceiro parágrafo), o ponto final foi empregado para encerrar uma frase declarativa.

Comentário: Também está correta. O ponto final é usado para encerrar uma frase declarativa, que é exatamente o caso apresentado.

Alternativa C: Em "Ninguém por aqui entende o motivo de tanta pompa e circunstância – e eu compartilho esse sentimento [...]." (terceiro parágrafo), o travessão foi empregado para indicar a mudança de interlocutor.

Comentário: Essa afirmação está incorreta. O travessão, nesse caso, foi usado para adicionar um comentário ou explicação ao que foi dito anteriormente, e não para indicar mudança de interlocutor.

Alternativa D: Em "Aos 4 anos, ela pode convidar quatro amiguinhos." (quarto parágrafo), vírgula foi empregada para separar uma expressão adverbial antecipada.

Comentário: A afirmação está correta. A vírgula foi usada para separar a expressão adverbial antecipada "Aos 4 anos".

Alternativa E: Em "O convite para a festa é específico: tem a hora em que os pais devem deixar os filhos na casa do aniversariante e a hora em que devem buscá-los." (quarto parágrafo), os dois-pontos foram empregados para introduzir um esclarecimento.

Comentário: Correto. Os dois-pontos introduzem um esclarecimento sobre a especificidade do convite para a festa.

Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!

Clique para visualizar este gabarito

Visualize o gabarito desta questão clicando no botão abaixo

Comentários

Veja os comentários dos nossos alunos

Galera, fui eliminado e cheguei no gabarito C

ERRO DA "C" O TRAVESSÃO UTILIZADO MARCA A PRESENÇA DE UMA ORAÇÃO INTERFERENTE

Não entendi, alguém pode comentar ou solicitar ao professor que responda?

Alternativa correta: C. 

 

Bem simples. Não há a troca de interlocutor, é o mesmo em ambas as frases. O que ocorre é um juízo de opinião do locutor em meio ao texto que ele narra. Dá a sensação de que troca o interlocutor, mas o cara que narra a frase é o mesmo que dá a opinião. 

 

"Ninguém por aqui entende o motivo de tanta pompa e circunstância (locutor explica) – e eu compartilho esse sentimento (locutor fala o que acha): ... "

AFT, interlocutor é QUEM fala ou participa de uma conversa. Como se percebe na oração, o interlocutor permanece o mesmo - a autora do texto. 

 

Quem fala "ninguém aqui..." é a autora do texto. Quem fala "e EU..." também.

Clique para visualizar este comentário

Visualize os comentários desta questão clicando no botão abaixo