Releia o trecho a seguir. “[...] Eugênio Bucci sugere caute...

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                     A marcha da insensatez: redes sociais estão

                               destruindo a sociedade civil

Professor de Stanford, Niall Ferguson afirma que a polarização nas redes sociais está levando a sociedade a um estado de declínio que só pode ser qualificado de “incivilidade”


Umberto Eco (1932–2016) disse que as redes sociais possibilitaram o surgimento – e quiçá uma hegemonia – de uma “legião de imbecis”. Antes, concentrados em bares, tomando vinho ou cerveja, “falavam sem prejudicar a coletividade. Normalmente, eles [os imbecis] eram imediatamente calados, mas agora eles têm o mesmo direito à palavra de um Prêmio Nobel. O drama da internet é que ela promoveu o idiota da aldeia a portador da verdade”. O escritor e filósofo italiano sugere que os jornais filtrem de maneira rigorosa as informações divulgadas nas redes sociais, porque, no geral, não são confiáveis.

O historiador escocês Niall Ferguson – autor de livros seminais sobre a Primeira Guerra Mundial e a Segunda Guerra Mundial, além de obras sobre a decadência do Ocidente [...] – segue o mesmo caminho de Umberto Eco, acrescentando sua própria interpretação. O professor de Stanford afirma que a polarização excessiva nas redes sociais está levando a sociedade “a um estado de declínio que só pode ser qualificado de “incivilidade”.

Suas interpretações foram colhidas pelos repórteres Ana Paula Ribeiro e Gustavo Schimitt, de O Globo. “A minha preocupação hoje é que a sociedade civil foi tão erodida pelo advento das redes sociais que não podemos mais falar em sociedade civil. Os Estados Unidos se tornaram uma sociedade não civilizada. A polarização se tornou um veneno. Eu me pergunto se a civilização não está se tornando algo diferente, em uma não civilização ocidental”, critica Niall Ferguson. No livro “A Grande Degeneração – A Decadência do Mundo Ocidental” [...], o autor não arrola as redes sociais como um dos fundamentos da ruína do Ocidente.

Dirigentes do Facebooke do Twitter não estão, sugere Niall  Ferguson, minimamente preocupados com a extensão do dano que está acontecendo no tecido social. Quanto mais barbárie, produzida ou não pela tensão ideológica, mais pessoas circulam pelas redes, aumentando seus ganhos financeiros. “Uma das consequências das redes sociais gigantes é a polarização. As pessoas se agrupam em grupos de esquerda ou de direita. O que notamos é um maior engajamento em tuítes de linguagem moral, emocional e até obscena. As redes estão polarizando a sociedade, produzindo visões extremistas e fake news”, frisa o historiador.

[...]

Insensatez

Eugênio Bucci, da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, apresenta uma tese ligeiramente diversa da de Niall Ferguson. O professor diz que, mais do que incivilidade, a polarização está gerando insensatez nas redes sociais. “A tendência é que discursos exacerbados sejam favorecidos nas redes.

E isso vai produzindo o efeito bolha: as pessoas que fazem parte delas dentro das redes são governadas por algoritmos e não pelo discernimento racional. O que é um paradoxo, porque tudo o que o Brasil precisa neste momento é de sensatez. Mas parece que os ventos favorecem a insensatez”, afirma o mestre. Não é uma visão apocalíptica, mas também não é integrada. É moderada.

Ao contrário do que diz Niall Ferguson, mais apocalíptico, Eugênio Bucci sugere cautela, pois não aposta que as redes sociais vão corromper a democracia no Ocidente. “As redes não podem ser definidas como mal absoluto. É bom lembrar que também representam um arejamento das democracias. E foram responsáveis por imprimir nova dinâmica nas relações entre a sociedade e o Estado”, pontua.

O professor Fabio Malini, coordenador do Laboratório de estudos sobre Internet e Cultura (Labic) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), corrobora a tese de Niall Fergunson. A incivilidade já predomina no Brasil, sobretudo no comportamento político (o que vai além do comportamento dos políticos). “A polarização é corriqueira na política. Mas, nas redes sociais, tem um modelo específico de atenção das pessoas que influi nisso. A proximidade tem sido a tônica de como algoritmos são construídos fortalecendo bolhas ideológicas, onde há atitudes impulsivas, que redundam em decisões emocionais.”

As redes sociais são incontornáveis, quer dizer, vão continuar (goste-se ou não, são positivas). O mais provável é que, após uma primeira fase como terreno da barbárie, retome o caminho civilizatório, abrindo oportunidade ao debate entre indivíduos que pensam de maneiras diferentes a respeito de política, economia, cultura e comportamento. Isto, claro, numa perspectiva otimista. No momento, tornaram-se frigoríficos de ideias, de comportamentos e de pessoas. Talvez não seja possível piorar.

BELÉM, Euler de França. Revista Bula. Disponível em:<https://goo.gl/uoVXcZ> . Acesso em: 18 dez. 2017 (Fragmento adaptado).

Releia o trecho a seguir.


“[...] Eugênio Bucci sugere cautela, pois não aposta que as redes sociais vão corromper a democracia no Ocidente.”


A palavra destacada indica que a segunda parte desse trecho é, em relação à primeira, uma:

Alternativas

Gabarito comentado

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A alternativa correta é a alternativa B - explicação.

Vamos entender melhor o porquê:

No trecho destacado da questão, temos a seguinte frase: “Eugênio Bucci sugere cautela, pois não aposta que as redes sociais vão corromper a democracia no Ocidente.”

A palavra “pois” é uma conjunção explicativa. Ela serve para introduzir uma explicação ou justificação para a ideia anterior. Portanto, a segunda parte da frase está explicando o motivo pelo qual Eugênio Bucci sugere cautela.

Agora, vejamos as outras alternativas para entender por que estão incorretas:

A - conclusão: Uma conjunção conclusiva indicaria que a segunda parte da frase é uma conclusão da primeira. Exemplo de conjunções conclusivas são “portanto”, “logo”, “assim”. Como “pois” não serve para concluir uma ideia, essa alternativa está errada.

C - ressalva: Uma conjunção adversativa, como “mas”, “porém”, “entretanto”, indicaria uma oposição ou ressalva à ideia anterior. No entanto, “pois” não introduz uma ideia contrária, então esta alternativa também está incorreta.

D - comparação: Conjunções comparativas, como “como”, “tal qual”, “assim como”, servem para comparar duas ideias ou elementos. “Pois” não faz uma comparação, logo, esta alternativa também não é adequada.

Portanto, a alternativa correta é mesmo a alternativa B - explicação, pois a conjunção “pois” está introduzindo uma justificativa para a cautela sugerida por Eugênio Bucci.

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Gabarito B

“[...] Eugênio Bucci sugere cautela, pois não aposta que as redes sociais vão corromper a democracia no Ocidente.”

Pois ante do verbo (=explicação.) Oração coordenada sindética explicativa

GABARITO: LETRA B

? ?[...] Eugênio Bucci sugere cautela, pois não aposta que as redes sociais vão corromper a democracia no Ocidente.?

? Temos uma conjunção coordenativa explicativa, "pois" antes do verbo é explicativo, "pois" após o verbo no final da frase ou entre vírgulas é conclusivo.

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? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

Assertiva b

Eugênio Bucci sugere cautela, pois não aposta que as redes sociais vão corromper a democracia no Ocidente.”

Obs

,Pois , = entre Virgulas é conclusão.

,pois = antecipado de virgulas explicação.

A conclusão.

Conjunções coordenativas conclusivas: têm valor semântico de conclusão, fechamento, finalização ...

São elas: logo, portanto, por isso, por conseguinte, pois (posposto ao verbo), então, destarte, dessarte...

Ex.: Estudamos muito, portanto passaremos no concurso.

B explicação.

Conjunções coordenativas explicativas: têm valor semântico de explicação, justificativa, motivo, razão ...

São elas: porque, pois (antes do verbo), porquanto, que...

Ex.: Vamos indo, porque já é tarde.

C ressalva.

Conjunções coordenativas adversativas: têm valor semântico de oposição, contraste, adversidade, ressalva ...

São elas: mas, porém, entretanto, todavia, contudo, no entanto, não obstante, inobstante, senão (= mas sim)...

Ex.: Não estudou muito, mas passou nas provas.

D comparação.

Conjunções subordinativas comparativas: têm valor semântico de comparação, analogia, paralelo...

São elas: como, assim como, mais... (do) que, menos... (do) que, tão... como (ou quanto), tanto... quanto..., qual ou como (precedidos de tal)...

Ex.: Ele dorme como um urso. (dorme)

Gabarito: Letra B

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