Para Durkheim, a socialização do indivíduo se inicia na infâ...

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Ano: 2014 Banca: NC-UFPR Órgão: UNILA
Q1224631 Sociologia
Para Durkheim, a socialização do indivíduo se inicia na infância e se completa com a chegada da idade adulta. Anselm Strauss, em seu livro “Espelhos e Máscaras”, defende a tese da socialização na vida adulta, ou seja, a socialização seria um processo que se dá ao longo da vida. Sobre o pensamento desses dois autores, é correto afirmar:
Alternativas

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Vamos analisar a questão sobre a socialização segundo Durkheim e Strauss:

Alternativa correta: E - Strauss, ao considerar a socialização como processo que se dá também na vida adulta, desenvolve uma teoria na qual a identidade é uma construção constante e varia de acordo com as circunstâncias históricas e culturais.

Para compreender essa questão, é importante entender os conceitos de socialização e identidade na Sociologia. Émile Durkheim e Anselm Strauss são dois teóricos que abordaram o tema da socialização, mas com perspectivas diferentes.

Durkheim acreditava que a socialização se inicia na infância e se completa na idade adulta. Ele via a socialização como um processo essencial para a formação do indivíduo social, pois é através dela que os valores, normas e práticas sociais são internalizados. Para Durkheim, a identidade do indivíduo está fortemente ligada ao aprendizado social que ocorre principalmente na família, escola e outras instituições durante a infância e adolescência.

Anselm Strauss, em seu livro “Espelhos e Máscaras”, argumenta que a socialização não é um processo que se completa na infância ou adolescência, mas sim um processo contínuo ao longo da vida. Strauss enfatiza que a identidade é uma construção dinâmica e constante, influenciada pelas circunstâncias históricas e culturais em que o indivíduo está inserido.

Agora, vamos justificar as alternativas:

A - Incorreta. Embora Durkheim reconheça a importância da família na socialização inicial, ele não afirma que a identidade do indivíduo se completa apenas na família. Outros agentes de socialização, como a escola e a comunidade, também são fundamentais.

B - Incorreta. Durkheim desenvolve, sim, uma teoria da identidade, mas sua análise está focada na socialização durante a infância e adolescência, estendendo-se até a idade adulta. Sua preocupação com o indivíduo não se esgota apenas nas fases iniciais da vida.

C - Incorreta. Strauss não considera os processos de socialização e de construção da identidade como distintos e não relacionados. Na verdade, ele vê a socialização e a construção da identidade como processos interligados e contínuos ao longo da vida.

D - Incorreta. Durkheim se preocupa com a questão da identidade, mas ele a vê como fruto da coerção social. Ele acredita que a identidade individual é moldada pela existência coletiva e pelas normas sociais, mas não ignora a importância da identidade.

E - Correta. Strauss argumenta que a socialização é um processo contínuo e que a identidade é uma construção constante que varia conforme as circunstâncias históricas e culturais. Essa visão amplifica a compreensão da socialização para além das fases iniciais da vida, destacando a dinâmica e a variabilidade da identidade.

Entender essas perspectivas ajuda a compreender como diferentes teóricos da Sociologia explicam a relação entre o indivíduo e a sociedade e como as identidades são formadas e transformadas ao longo do tempo.

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Comentários

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Gab. E

Anselm Leonard Strauss: filósofo político germano-americano de origem judaica, um dos mais influentes do século XX, foi professor de Ciência Política na Universidade de Chicago. Ele trabalhou notavelmente no campo da sociologia médica.

A identidade, para Strauss, é um processo dinâmico e contextualizado. [...] No seu livro Espelhos e Máscaras, Strauss sublinha a relevância de compreender as identidades individuais entendendo também os processos mais sociais que se encontram as ações dos sujeitos. Trata-se de mobilizar a discussão epistemológica sobre indivíduo e sociedade. Pode-se conferir de forma mais precisa lançando mão de uma passagem esclarecedora na obra. Essa vinculação da identidade individual (igualmente agregada) à coletiva, bem como de suas respectivas coreografias temporais – cada uma afetando a outra no tempo – conduz a uma igual associação explícita entre a estrutura e a interação. As interações acontecem entre indivíduos, mas os indivíduos também representam – em termos sociológicos – coletividades diferentes e muitas vezes múltiplas que se estão expressando por meio das interações. É claro que as interações entre as coletividades envolvem igualmente atores representativos, como, por exemplo, diplomatas ou soldados envolvidos em batalha. Por conseguinte, a estrutura social e a interação estão intimamente associadas, e também afetam reciprocamente uma à outra (novamente) no tempo (STRAUSS, 1999, p. 26-27).

Fonte: Pompeu, Dionas Ávila Percursos formativos e identidades laborais: o professor de Sociologia do Ensino Médio / Dionas Ávila Pompeu.- 2019. 191 p.; 30 cm. Manancial - Repositório Digital da UFSM.

Disponível em: https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/21107/DIS_PPGCS_2019_POMPEU_DIONAS.pdf?sequence=1&isAllowed=y

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