A mesma obrigatoriedade para o emprego do sinal de crase em...

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Q787808 Português
Texto para responder à questão.

* Final do romance “Vidas Secas” que narra a família de Fabiano, mais uma vez, se retirando para algum outro lugar, em virtude da seca:  

  Pouco a pouco uma vida nova, ainda confusa, se foi esboçando. Acomodar-se-iam num sítio pequeno, o que parecia difícil a Fabiano, criado solto no mato. Cultivariam um pedaço de terra. Mudar-se-iam depois para uma cidade, e os meninos frequentariam escolas, seriam diferentes deles. Sinhá Vitória esquentava-se. Fabiano ria, tinha desejo de esfregar as mãos agarradas à boca do saco e à coronha da espingarda de pederneira.
  Não sentia a espingarda, o saco, as pedras miúdas que lhe entravam nas alpercatas, o cheiro de carniças que empestavam o caminho. As palavras de Sinhá Vitória encantavam-no.
   Iriam para diante, alcançariam uma terra desconhecida. Fabiano estava contente e acreditava nessa terra, porque não sabia como ela era nem onde era. Repetia docilmente as palavras de Sinhá Vitória, as palavras que Sinhá Vitória murmurava porque tinha confiança nele. E andavam para o sul, metidos naquele sonho. Uma cidade grande, cheia de pessoas fortes. Os meninos em escolas, aprendendo coisas difíceis e necessárias. Eles dois velhinhos, acabando-se como uns cachorros, inúteis, acabando-se como Baleia. Que iriam fazer?
  Retardaram-se, temerosos. Chegariam a uma terra desconhecida e civilizada, ficariam presos nela. E o sertão continuaria a mandar gente para lá. O sertão mandaria para a cidade homens fortes, brutos, como Fabiano, Sinhá Vitoria e os dois meninos.
(Vidas Secas, Graciliano Ramos.) 
A mesma obrigatoriedade para o emprego do sinal de crase em “Fabiano ria, tinha desejo de esfregar as mãos agarradas à boca do saco [...]” (1º) pode ser vista no exemplo:
Alternativas

Comentários

Veja os comentários dos nossos alunos

 A) Tranquilize-se, aspiro àquela vaga específica, e não à sua.  

 Correto. Verbo ''aspirar'', tendo como sentido ''almejar'', é transitivo indireto. A aglutinação a + aquela, cujo resultado é o fenômeno da crase, é justificável, correta e, sobretudo, obrigatória para que não incorramos em erro. Em contrapartida, no trecho ''e não à sua'' o uso do sinal é facultativo.

 

 

B) Dirigiu-se à minha casa, onde ficaria hospedado por alguns dias.

 Incorreto. Para não errar mais: NUNCA, EM HIPÓTESE ALGUMA haverá sinal indicativo da crase diante da palavra "casa" se não houver um termo modificador. No mais, à exceção desse caso, será acolhido o sinal  diacrítico.

 

Ex.1: Fui à casa da namorada anteontem.

Ex.2: No ponto de ônibus, segredei a um homem que meu sonho era ir à Casa Branca.

Ex.3: Você irá à Casa de Custódia hoje?

Ex.4: Esqueci as chaves, então retornei a casa para buscá-las. (Sem termo modificador, sem ocorrência da crase).

 

 

C) Diante de tal demanda, o funcionário colocou-se à sua disposição.

 Incorreto. Observo o erro tão somente em virtude da palavra ''obrigatoriedade'' contida no enunciado. Nessa alternativa, embora corretamente craseado o ''a'', poderia ter sido retirado o sinal sem quaisquer prejuízos, não havendo, portanto, obrigação. 

 

D) Convocaria à qualquer pessoa que atendesse aos requisitos descritos.  

Incorreto. Não se justifica o sinal, dado que há um pronome indefinido. Sempre que houver um pronome dessa natureza, não poderá existir o sinal diacrítico.

 

 

Gabarito A

b) Dirigiu-se à minha casa, onde ficaria hospedado por alguns dias. INCORRETA

Creio que essa afirmativa esteja errada, não pela construção, mas pelo pedido da assertiva que é quanto à obrigatoriedade do acento grave; ou seja, o seu uso é facultado antes de pronomes possessivos femininos, nomes próprios femininos e após a preposição essencial "até". Observe que o substantivo "casa" está qualificado pelo pronome possessivo feminino "minha". Também discordo da afirmação de que a expressão acento diacrítico (que é o acento agudo) possa ser utilizado para se referir ao acento grave, próprio nas ocorrência de crase.

É o que eu aprendi. Corrijam-me se houver incorreções.

Caro, Douglas!

Faço apenas uma correção no seguinte trecho do seu comentário: "Em contrapartida, no trecho ''e não à sua'' o uso do sinal é facultativo."

 

"e não à sua": neste caso a crase é obrigatória, pois o pronome "SUA" é, na ocasião, um pronome possessivo substantivo (já que substitui um substantivo)... a crase só é facultativa nos casos de pronomes possessivos adjetivos femininos no singular.

 

Ex.: Enviaram uma encomenda a (à) nossa residência, não à sua.

Nossa = pronome possessivo adjetivo (fica ao lado do substantivo “residência”, crase facultativa)

Sua = pronome possessivo substantivo (substitui o substantivo “residência”, crase obrigatória)

 

A observação feita pelo(a) último(a) comentador(a) está correta. De fato o SINAL DIACRÍTICO (termo correto, pois serve para designar tanto o acento grave, quanto o agudo e o circunflexo) é obrigatório. Por incúria de minha parte acabei por incorrer em erro. De qualquer maneira, a correção está feita.

Fabiano ria, tinha desejo de esfregar as mãos agarradas à boca do saco....

 

Fabiano RIA = VI 

Tinha desejo de = VTI

Agarradas à boca do saco = VTI (quem está agarrado, está agarrado A alguma coisa) + a do termo regido BOCA = A+A= À

 

A) Tranquilize-se, aspiro àquela vaga específica, e não à sua (VAGA).

Note que neste exemplo, a palavra "vaga" está subentendida! Neste caso, incorre em caso OBRIGATÓRIO.

Quem aspira, aspira A alguma coisa, logo VTI. 

 

 

 

 

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