Está empregada com sentido figurado a palavra destacada na s...

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Q1029489 Português

Leia o texto de Hélio Schwartsman para responder à questão.


                                                Por quê?

      “Correlação não é causa” é um mantra que todos aqueles que já entraram numa aula de estatística ou de metodologia científica ouviram. E de fato não é. O canto do galo e o nascer do sol estão fortemente correlacionados, mas ninguém deve achar que é o som emitido pelo galináceo que provoca o surgimento do astro todas as manhãs.

      O problema é que, durante muito tempo, estatísticos e cientistas se deixaram cegar pelo mantra e renunciaram a investigar melhor a causalidade e desenvolver ferramentas matemáticas para lidar com ela, o que é perfeitamente possível. Essa pelo menos é a visão do cientista da computação Judea Pearl, exposta em “The Book of Why” (O livro do porquê), obra que escreveu com o matemático e jornalista científico Dana Mackenzie.

      Os prejuízos foram grandes. Muitas vidas se perderam porque, por várias décadas, a ciência julgou não ter meios para estabelecer com segurança se o cigarro causava ou não câncer, incerteza que a indústria do tabaco foi hábil em explorar.

      Em “The Book of Why”, Pearl e Mackenzie explicam de forma razoavelmente didática quais são as novas técnicas que permitem responder a perguntas causais como “qual a probabilidade de esta onda de calor ter sido provocada pelo efeito estufa?” ou “foi a droga X que curou a doença Y?”. Mais até, os autores falam em usar a estatística para destrinchar o obscuro mundo dos contrafactuais1 .

      Uma advertência importante que os autores fazem a entusiastas do “big data”2 é que não podemos nos furtar a entender as questões estudadas e formular teorias. Não se chega a lugar nenhum só com dados e sem hipóteses.

      Minha sensação, pela retórica empregada (não tenho competência para avaliar tecnicamente), é que Pearl exagera um pouco. Ele faz um uso pouco comedido de termos como “revolução” e “milagre”. Mas é um cientista de primeira linha e, mesmo que ele esteja aumentando as coisas em até 30%, ainda sobram muitas ideias fascinantes no livro.

                            (Hélio Schwartsman. 19.08.2018. www.folha.uol.com.br. Adaptado)

1contrafactual: simulação (sentido aproximado)

2big data: grande banco de dados

Está empregada com sentido figurado a palavra destacada na seguinte passagem do texto:
Alternativas

Gabarito comentado

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A questão trabalha aspectos semânticos das palavras: denotação e conotação.


1. Denotação – quando uma palavra é usada no seu sentido real, lógico, objetivo, próprio, o sentido do dicionário.

Exemplo: Comprei uma joia rara para mim. (A palavra “joia" está sendo usada no seu sentido real.)

2. Conotação – quando uma palavra é usada no sentido figurado.

Exemplo: Aquela menina é uma joia rara. (A palavra “joia" está sendo usada no sentido figurado, pois pessoa não é joia; com certeza, a menina deve ser uma pessoa bacana, prestativa, que o falante a acha uma preciosidade assim como uma joia.)

Na alternativa (B), a palavra “cegar" não está sendo empregada em seu sentido próprio - sentido de deficiência visual -, mas no sentido de não querer enxergar a realidade. Foi dada uma outra significação ela, por isso, dizemos que está empregada no sentido figurado (=conotativo). Nas outras alternativas, as palavras destacadas estão sendo empregadas no sentido denotativo - sentido próprio.

Gabarito da professora: Letra B.

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Comentários

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GABARITO: LETRA B

→ O problema é que, durante muito tempo, estatísticos e cientistas se deixaram cegar pelo mantra e renunciaram a investigar melhor a causalidade e desenvolver ferramentas matemáticas para lidar com ela, o que é perfeitamente possível. 

>>> expressão empregada no sentido figurado, conotativo, irreal, sentido de conto de fadas;

>>> foi utilizado com o sentido que eles focaram no mantra (Correlação não é causa) e esqueceram-se do resto, "cegaram-se" para o resto;

FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

Assertiva b

 cegar pelo mantra

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