O poema “ Ternura”:

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Q2964499 Português

Leia com atenção ao poema de autoria de Vinícius de Moraes a seguir:

TERNURA

Eu te peço perdão por te amar de repente

Embora o meu amor

seja uma velha canção nos teus ouvidos

Das horas que passei à sombra dos teus gestos

Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos

Das noites que vivi acalentando

Pela graça indizível d

os teus passos eternamente fugindo

Trago a doçura

dos que aceitam melancolicamente.

E posso te dizer que o grande afeto

que te deixo

Não traz o exaspero das lágrimas

nem a fascinação das promessas

Nem as misteriosas palavras

dos véus da alma...

É um sossego, uma unção,

um transbordamento de carícias

E só te pede que te repouses quieta,

muito quieta

E deixes que as mãos cálidas da noite

encontrem sem fatalidade

o olhar estático da aurora.

Texto extraído da antologia "Vinicius de Moraes ­ Poesia completa e prosa", Editora Nova Aguilar ­ Rio de Janeiro, 1998, pág. 259.

O poema “ Ternura”:

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