na época, o látex representava 50% da exportação do Brasil ...
Milton Hatoum. A temática amazônica se impõe, porque, por acaso, eu nasci em Manaus. Se tivesse nascido em Paraty ou Pequim, escreveria sobre Paraty ou Pequim, certamente. Ou sobre São Paulo, se eu tivesse passado a infância lá. Agora, lembro do Kafka que escreveu A muralha da China e acho que nesse momento ele foi chinês. O mais comum é que você escreva sobre o lugar onde nasceu. Eu tenho um vínculo forte com Manaus, sou um amazonense urbano, não conheço profundamente a floresta, mas conheço um pouco o interior da Amazônia. Mas, geralmente, nos meus livros, o cenário, o lugar simbólico, é Manaus.
E é uma Manaus que foge um pouco daquele estereótipo, para quem não é de lá.
Milton Hatoum. Se você imaginar a surpresa das pessoas que chegam a Manaus... O Glauber Rocha, na primeira vez em que foi a Manaus, pensou que fosse encontrar uma cidade barroca, aí ele encontrou uma cidade europeia, com aquela ópera, aquele teatro maravilhoso, aquela praça italiana, aquele desenho em ondas em preto-e-branco da Praça São Sebastião que inspirou o calçadão do Rio de Janeiro, em Copacabana, feito pelo Burle Marx. Aquilo foi inspirado nessa praça em Manaus, poucas pessoas sabem.
Manaus é uma cidade como as outras, só que ela tem, como as outras cidades, algumas particularidades, fortes particularidades. Uma delas é o fato de estar no coração da floresta. É uma cidade que tem características interessantes, porque tem ali uma tradição indígena muito forte - o nome da cidade é o de uma tribo indígena que foi dizimada, desapareceu, os Manaús -, tem uma tradição também europeia, de presença portuguesa, desde o século XVII, quando já era uma fortaleza avançada dos portugueses, que queriam defender e ocupar a Amazônia, em disputa com os espanhóis. E teve uma importância econômica fundamental durante 40 anos, com o grande ciclo da borracha; na época, o látex representava 50% da exportação do Brasil - o resto era café. Então a cidade sempre foi cosmopolita, com a presença de muitos estrangeiros. Tive professores estrangeiros na minha juventude em Manaus e convivi com muitos estrangeiros, acho que eles estão presentes no meu trabalho.
(Entrevista concedida por HATOUM, Milton. Disponível em:
www.saraivaconteudo.com.br, com adaptações)
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado acima encontra-se em:
Comentários
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LETRA E
REPRESENTAVA = pretérito imperfeito ( DICA PARA FCC : BUSCAR VERBOS TERMINADOS EM VA, IA E ERA ( verbo ser )
A ) impõe = presente
B ) escreveria = futuro do pretérito ( CUIDADO TERMINA EM "RIA" )
C) teve = pretérito perfeito
D) conheço = presente
E ) ERA = pretérito imperfeito
SUAR NO TREINO PARA NÃO SANGRAR NA LUTA!
Dica:
Tudo que é IMPERFEITO merece uma VA IA NHA porque já ERA.
grave essa, que você nunca mais irá errar uma questão desse tipo. ;)
Qual o problema da alternativa b?
Pablo Oliveira, a questão pede o mesmo tempo e modo verbal da palavra destacada, veja:
REPRESENTAVA = pretérito imperfeito (tempo) do indicativo (modo)
Na alternativa "B"
ESCREVERIA = futuro do pretérito (tempo) do indicativo (modo)
Portanto, a alternativa "B" não pode ser a correta, visto que o tempo é diferente, embora o modo seja o mesmo.
Pablo não confundir IA com RIA. O macete VA IA NHA ERA é ótimo, mas não é porque o verbo termina em IA que será necessariamente a resposta, observe que é estudaria, termina em ria, ou seja,futuro do pretérito.
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