No segundo parágrafo do texto CB1A1-I, com o emprego da con...
Texto CB1A1-I
Durante um seminário sobre a antropologia do dinheiro ministrado na Escola de Economia e Ciência Política de Londres, Jock Stirratt descreveu em um gráfico os usos a que alguns pescadores do Sri Lanka que prosperaram nos últimos anos submetiam sua riqueza recém-adquirida. A renda desses pescadores, antes muito baixa, deu um grande salto desde que o gelo se tornou disponível, o que possibilitou que seus peixes alcançassem, em boas condições, os mercados distantes da costa, onde atingiram preços altos. No entanto, as aldeias de pescadores ainda permanecem isoladas e, à época do estudo, não tinham eletricidade, estradas nem água encanada. Apesar desses desincentivos aparentes, os pescadores mais ricos gastavam os excedentes de seus lucros na compra de aparelhos de televisão inutilizáveis, na construção de garagens em casas a que automóveis sequer tinham acesso e na instalação de caixas-d’água jamais abastecidas. De acordo com Stirratt, isso tudo ocorre por uma imitação entusiasmada da alta classe média das zonas urbanas do Sri Lanka.
É fácil rir de despesas tão grosseiramente excêntricas, cuja aparente falta de propósito utilitário dá a impressão de que, por comparação, pelo menos parte de nosso próprio consumo tem um caráter racional. Como os objetos adquiridos por esses pescadores parecem não ter função em seu meio, não conseguimos entender por que eles deveriam desejá-los. Por outro lado, se eles colecionassem peças antigas de porcelana chinesa e as enterrassem, como fazem os Ibans, seriam considerados sensatos, senão encantados, tal como os temas antropológicos normais. Não pretendo negar as explicações óbvias para esse tipo de comportamento ― ou seja, busca de status, competição entre vizinhos, e assim por diante. Mas penso que também dever-se-ia reconhecer a presença de uma certa vitalidade cultural nessas atrevidas incursões a campos ainda não inexplorados do consumo: a habilidade de transcender o aspecto meramente utilitário dos bens de consumo, de modo que se tornem mais parecidos com obras de arte, carregados de expressão pessoal.
Alfred Gell. Recém-chegados ao mundo dos bens: o consumo entre os Gonde Muria. In: Arjun Appadurai (org). A vida social das coisas: mercadorias sob uma perspectiva cultural. Niterói: Eduff, 2008, p. 147-48 (com adaptações).
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Esta questão requer conhecimento acerca da classificação
morfológico-semântica das conjunções coordenativas.
As
conjunções
coordenativas ligam duas palavras ou orações da mesma classe
gramatical ou mesma função sintática. Elas se dividem em:
1. Aditivas -
ligam dois termos ou duas orações, exprimindo ideia de acréscimo. São elas: e, nem, que. Há
também as correlações aditivas: não só...mas
também / como também / senão também; tanto...quanto. Perceba
que o “mas" para ser aditivo deve vir em correlação “não só...mas
também". Ele não pode vir apenas “mas também", tem de vir em correlação.
2. Adversativas -
ligam dois termos ou duas orações, exprimindo ideia de contraste, oposição ou ressalva. São elas: mas, porém,
contudo, todavia, entretanto, no entanto. “Senão" depois
de uma negação vale como adversativa.
3. Alternativas -
ligam dois termos ou orações, exprimindo ideia de alternância, escolha, exclusão. São elas: ou e
as formas correlativas ou...ou;
ora...ora; já...já; quer...quer; seja...seja, etc.
4. Conclusivas -
exprimem conclusão ou
consequência. São elas: logo, portanto,
por conseguinte, por isso, então, pois (após o verbo na 2ª oração).
5. Explicativas -
ligam duas orações, de modo que a segunda justifica, explica a ideia contida na primeira. São
elas: que, porque,
porquanto, pois (antes do verbo na 2ª oração).
Alternativa (A) incorreta -
Retificação seria correção. Em nenhum momento, o autor corrige uma informação
apresentada no período imediatamente anterior. Ao contrário, ele ratifica
(=confirma) o que mencionou. Se, por ventura, viessem as palavras ou expressões
aliás, isto é,
ou melhor, digo, perdão, a ideia seria de retificação.
Alternativa (B) incorreta -
O autor não se opõe ao que disse anteriormente, ele apenas faz um adendo.
Alternativa (C) incorreta -
A conjunção “mas" não indica causa.
Alternativa (D) correta -
A conjunção coordenativa adversativa “mas" também indica uma ressalva.
Significado
de “ressalva" - observação escrita para emendar
o que se escreveu erradamente ou para tornar válida a inserção de palavra ou
trecho. Fonte: Dicionário eletrônico Houaiss de língua
portuguesa.
Gabarito da Professora: Letra D.
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Comentários
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Adversativas: Mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto.
Para a banca cespe sinônimos de adversativas: oposição, contraste, ressalva, restrição, refutação.
Gabarito: D.
GAB:D
Fragmento do texto: ...Não pretendo negar as explicações óbvias para esse tipo de comportamento ― ou seja, busca de status, competição entre vizinhos, e assim por diante. Mas penso que também dever-se-ia reconhecer a presença de uma certa vitalidade cultural ...
o MAS está no sentido de CONJUNÇÃO ADVERSATIVA.
Adversativas: exprimem oposição, contraste, ressalva, compensação, como:
- mas, porém, todavia, contudo, entretanto, senão, ao passo que, no entanto, não obstante, apesar disso, em todo caso.
Gabarito: D
Nesse caso, o termo “MAS” é uma conjunção coordenativa adversativa. Esse conectivo exprime ideia de oposição, ressalva, contraste, adversidade.
Para ajudar na memorização:
TOME NO COPO
TOdavia
Mas
Entretanto
NO entando
COntudo
POrém
Obs.: Colocar a vírgula depois do Mas? JAMAIS!
Exceção: se vier um termo intercalado.
As conjunções coordenadas adversativas trazem a ideia de oposição, contraste, adversidade (também chamadas de ressalva ou restrição à ideia anterior)
Gabarito: Letra D
É uma conjunção adversativa. São as conjunções que dão ideia de oposição, ressalva ou contraste ao que foi expresso anteriormente.
Decore as Conjunções adversativas: mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto, senão, não obstante, aliás, ainda assim.
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