“Ansiedade climática. Este é apenas um dos males que acomete...
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Ano: 2024
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
Prefeitura de São João Nepomuceno - MG
Provas:
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Q3066192
Português
Texto associado
As ideias de um pensador indígena para adiar o fim do mundo
Em livro, Ailton Krenak reflete sobre o “mito da sustentabilidade” e desafia a visão sobre humanidade.
Ansiedade climática. Este é apenas um dos males que acometem tanta gente em tempos de enchentes, onda de calor,
secas e tantos outros desastres que são consequência, sobretudo, da devastação ambiental levada a cabo por nós mesmos.
Mas diante de tal aflição, um dos maiores pensadores indígenas da atualidade questiona “por que nos causa tanto desconforto
a ideia de que estamos caindo? A gente não fez outra coisa nos últimos tempos senão despencar”. Longe de fazer pouco caso
do iminente colapso do planeta, Ailton Krenak quer chamar a atenção para algo que às vezes nos escapa: a destruição que hoje
assusta a humanidade começou há séculos. Essa é uma das considerações centrais em “Ideias para adiar o fim do mundo”.
O livreto de cem páginas é uma adaptação de duas palestras e uma entrevista concedida por Krenak entre 2017 e 2019.
Mas contrariando – e criticando – o cientificismo ocidental, o autor não fornece uma fórmula ou um passo a passo para evitar
o fim do mundo que conhecemos. Ele provoca com reflexões que colocam em xeque a base do pensamento ocidental. [...]
Para adiar o fim do mundo, é preciso deixar de insistir no que Krenak chama de “mito da sustentabilidade”, defendido
inclusive por instituições como a ONU (Organização das Nações Unidas). É mito porque afirma ser possível salvar o planeta com
ações que, na verdade, só abrandam minimamente o problema, mas não agem na raiz dele. Para piorar, essas ações muitas
vezes sequer saem do papel. O Brasil, por exemplo, aumentou em 21,4% sua emissão de gases do efeito estufa nos últimos sete
anos, e com isso está distante de cumprir a meta assumida no Acordo de Paris, em 2015.
De acordo com o pensador indígena, é preciso, antes de tudo, mudar a forma como concebemos a natureza: deixar de
enxergá-la como um “recurso natural”, a ser explorado, e aceitar que somos parte dela. Nos desapegarmos da ideia de que
somos uma única humanidade, mas que há vivências múltiplas.
Recorrendo a outros grandes nomes como Eduardo Viveiros de Castro, Davi Kopenawa e Eduardo Galeano, Krenak nos
lembra da resistência secular dos povos indígenas, recorda crimes ambientais, questiona as corporações e instituições
ocidentais e sentencia: “se pudermos dar atenção a alguma visão que escape a essa cegueira que estamos vivendo no mundo
todo, talvez ela possa abrir a nossa mente para alguma cooperação entre os povos, não para salvar os outros, mas para salvar
a nós mesmos”.
(Por: Taís Ilhé. Em: 19/06/2024.)
“Ansiedade climática. Este é apenas um dos males que acometem tanta gente em tempos de enchentes, onda de calor, secas
e tantos outros desastres que são consequência, sobretudo, da devastação ambiental levada a cabo por nós mesmos.” (1º§)
Acerca do termo destacado pode-se afirmar que:
I. Foi empregado com o objetivo de contribuir para a coesão textual como elemento de conexão.
II. Tem sua concordância estabelecida considerando apenas a expressão “ansiedade climática” por ele retomada.
III. Poderia ser substituído “Estes” caso o verbo ser fosse empregado na forma do plural, mantendo-se o mesmo tempo verbal.
Está correto o que se afirma em
I. Foi empregado com o objetivo de contribuir para a coesão textual como elemento de conexão.
II. Tem sua concordância estabelecida considerando apenas a expressão “ansiedade climática” por ele retomada.
III. Poderia ser substituído “Estes” caso o verbo ser fosse empregado na forma do plural, mantendo-se o mesmo tempo verbal.
Está correto o que se afirma em