Com base nas relações entre a geografia e a política, julgue...
O terreno em que vivemos sempre nos moldou. Ele moldou as guerras, o poder, a política e o desenvolvimento social dos povos que habitam hoje todas as partes da Terra. A tecnologia talvez pareça superar as distâncias entre nós no espaço mental e físico, mas é fácil esquecer que o terreno em que vivemos, trabalhamos e criamos nossos filhos é importantíssimo, e que as escolhas dos que dirigem os sete bilhões de habitantes deste planeta serão sempre moldadas, em alguma medida, por rios, montanhas, desertos, lagos e mares que nos restringem – e sempre o fizeram.
[...] Em termos gerais, a geopolítica examina as maneiras pelas quais os assuntos internacionais podem ser compreendidos por meio de fatores geográficos; não somente a paisagem física – as barreiras naturais ou conexões de redes fluviais, por exemplo –, mas também clima, dados demográficos, regiões culturais e acesso a recursos naturais. Fatores como esses podem ter um importante impacto sobre aspectos diferenciados de nossa civilização, de estratégia política e militar a desenvolvimento social humano, incluindo língua, comércio e religião.
As realidades físicas que sustentam a política nacional e internacional são desconsideradas, com demasiada frequência, tanto quando se escreve a respeito de história quanto na cobertura contemporânea da mídia acerca dos assuntos mundiais. A geografia é claramente uma parte do “por quê”, bem como de “o quê”. Ela pode não ser o fator determinante, mas, com certeza, é o mais subestimado.
MARSHALL, Tim. Prisioneiros da Geografia: 10 mapas que
explicam tudo o que você precisa saber sobre política global.
Rio de Janeiro: Ed. Zahar, 2018, p. 12-13, com adaptações.
Com base nas relações entre a geografia e a política, julgue o item a seguir.
A atual fronteira sinoindiana é exemplo da falta de
predominância de elementos naturais que dificultam o
avanço de grandes colunas militares pelo território, tendo
em conta que a rede hidrográfica que separa os dois
países tem como sentido predominante o
noroeste-sudeste. No entanto, o peso demográfico, aliado
ao poderio nuclear desenvolvido por ambos os países a
partir da segunda metade do século passado, desestimulou
conflitos armados de grande escala entre a China e a Índia
ao longo dos séculos 20 e 21, apesar de disputas
fronteiriças recorrentes no sul e sudeste da Ásia.
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O erro da questão está em afirmar que não predominam elementos naturais que dificultem o avanço de tropas. Uma das principais zonas de disputa fronteiriça, a região de Aksai Chin, tem relevo alpino, as margens da cadeia montanhosa do Himalaia.A parte final do item também contem um erro pois ignora a guerra sino-indiana de 1962. Decorrente da empreitada chinesa de fortificação da região em disputa, seguida que contestação e ataque indiano, com vitória militar chinesa
Embora atualmente China e Índia se esforcem para
estabelecer cooperações geopolíticas – a exemplo dos BRICS, do BASIC
e do G20 – durante muito tempo, a relação entre os dois países não foi
nada fácil, principalmente por conta das disputas nas regiões da
Caxemira e do Tibete do Sul. Por isso, é errado dizer que o peso
demográfico “desestimulou conflitos armados de grande escala entre a
China e a Índia ao longo dos séculos 20 e 21”. Por muito tempo, a
exemplo da Guerra Sino-Indiana, ambos os países têm se enfrentado
militarmente nas regiões fronteiriças.
Professor Alexandre Vastella Gabarito: Errado.
Um acordo assinado em 2005 impede o uso de armas de fogo entre os exércitos na região.
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