Considerando o contexto profissional do Serviço Social...
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No contexto profissional do Serviço Social, compreender a relevância histórica das décadas de 1970 e 1980 é fundamental para entender a evolução e transformação da profissão.
A década de 1980, em especial, foi um período de intensa reformulação teórica e prática devido ao contexto político do Brasil, marcado pela redemocratização e pelas críticas ao modelo conservador vigente anteriormente.
Alternativa Correta: E - pela reorientação das ações profissionais e construção das raízes do projeto ético-político do Serviço Social.
Essa alternativa está correta porque, durante essas décadas, o Serviço Social no Brasil passou por uma transformação significativa, buscando se distanciar do conservadorismo e construir um novo perfil profissional alinhado aos princípios éticos e políticos que reconhecem os direitos sociais e a justiça social. Este período é marcado pela reformulação dos currículos acadêmicos e o fortalecimento do movimento de renovação crítica. Este movimento culminou na elaboração do Código de Ética Profissional de 1993.
Análise das Alternativas Incorretas:
A - pela imutabilidade dos referenciais teóricos. Essa alternativa está incorreta, pois foi justamente o contrário: o período foi caracterizado por uma profunda revisão dos referenciais teóricos no Serviço Social, buscando novas bases críticas.
B - pela tenacidade da herança conservadora. Embora o conservadorismo tenha sido um ponto de partida, as décadas de 1970 e 1980 foram marcadas por um movimento de ruptura com essa herança, e não por sua permanência.
C - pela construção dos projetos individuais do Serviço Social. Ao contrário, o período se destacou pela coletivização dos esforços em busca de um projeto comum para a profissão, baseado na defesa dos direitos coletivos e sociais.
D - por projetos de militância política. Apesar de a militância ter sido importante, o foco principal estava na construção de um projeto ético-político que transcendia a mera militância, integrando-a a um projeto profissional mais amplo.
Compreender essas nuances é crucial para que você, como estudante, desenvolva uma visão crítica e fundamentada sobre a história e os desafios do Serviço Social. Manter-se atualizado e refletir sobre as mudanças históricas ajuda a consolidar sua formação e prática profissional.
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O nosso projeto profissional foi construído no contexto histórico de
transição dos anos 1970 aos 1980, num processo de redemocratização da sociedade brasileira, recusando o conservadorismo profissional presente no Serviço Social brasileiro. Constata-se o seu amadurecimento na década de 1990, período de
profundas transformações societárias que afetam a produção, a economia, a política, o Estado, a cultura, o trabalho, marcadas pelo modelo de acumulação flexível (Harvey) e pelo neoliberalismo.
Condições necessárias para desenvolver e aprofundar o projeto ético-político:
- Condição política, que teve na luta pela democracia seu principal rebatimento, onde as aspirações democráticas e populares foram
incorporadas e intensificadas pelas vanguardas do Serviço Social.
- Espaço legitimado na academia, que permitiu a profissão estabelecer fecunda interlocução com as Ciências Sociais e criar e revelar
quadros intelectuais respeitados no conjunto da categoria.
- Debate sobre a formação profissional, cujo empenho foi dirigido no sentido de adequá-la às novas condições postas, em um marco democrático da questão social. Em suma, a construção de um novo perfil profissional.
No interior da categoria profissional, modalidades prático-interventivas tradicionais foram ressignificadas e novas áreas e campos
de intervenção foram emergindo devido, sobretudo, às conquistas dos direitos cívicos e sociais que acompanharam a restauração democrática na sociedade brasileira (práticas interventivas junto a categorias sociais como criança, adolescente, mulheres, e outras.
Fonte: http://cress-es.org.br/projetoetico.htm
Para matar essa questão basta lembrar do III CONGRESSO BRASILEIRO DE ASSISTENTES SOCIAIS que aconteceu em São Paulo em 1979. Esse congresso foi promovido pelo Conselho Federal de Assistentes Sociais sobre o tema "Serviço Social e política social". O evento questionou o conservadorismo de sua própria organização, foi denominado de "Congresso da Virada", constituindo-se em marco no processo de politização e mobilização dos profissionais e estudantes de Serviço Social e na reativação das entidades sindicais em todo o país.
Significou rompimento do Serviço Social tradicional, ruptura com a neutralidade da profissão. É considerado por muitos teóricos como o maior acontecimento que reflete o posicionamento de se romper com o conservadorismo no Serviço Social, pois é nele que os profissionais passam a afirmar seu compromisso com a classe trabalhadora, contribuindo para consolidar uma consciência da prática profissional, bem como influenciando na construção do projeto ético-político da categoria. Conforme José Paulo Netto, pág. 141: “Este período marca um momento importante no desenvolvimento do Serviço Social no Brasil, vincado especialmente pelo enfrentamento e pela denuncia do conservadorismo profissional.”
Letra E sem dúvidas - Congresso da Virada
Nas palavras de Netto, o objeto deste debate – e, sobretudo, a própria construção deste projeto no marco do Serviço Social no Brasil – tem uma história que não é tão recente, iniciada na transição da década de 1970 à de 1980. Este período marca um momento importante no desenvolvimento do Serviço Social no Brasil, vincado especialmente pelo enfrentamento e pela denúncia do conservadorismo profissional. É neste processo de recusa e crítica do conservadorismo que se encontram as raízes de um projeto profissional novo, precisamente as bases do que se está denominando projeto ético-político.
Por José Paulo Netto - A Construção do Projeto Ético-Político do Serviço Social∗
1980 - Intenção de ruptura: entende a profissão como inserida na sociedade de classes. No 1º momento é a aproximação do marxismo sem o recurso ao pensamento de Marx, mas de outros autores que interpretavam Marx. Questiona-se a prática institucional conservadora e seus objetivos de adaptação social. Essa direção será a base para construção do atual projeto ético-político hegemônico do Serviço Social.
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