Em “Trabalhava no Centro e, devido ao engarrafamento, não c...
Meu mundo, naquele momento, era aquele vagão de metrô. O código social “dá licença” era quase um signo inexistente, impossibilitado pela realidade duramente apreendida por todos. Soa o apito do fechamento das portas. Um indivíduo, apenas mais um na multidão do “vagão mundo”, me avisa: “Meu irmão, aqui não adianta pedir licença, tem que sair empurrando!”. Enfim consigo sair do “avião do trabalhador”, em que, definitivamente, como diz a música, “todo mundo se encosta”.
Daquele momento em diante minhas viagens foram mais tranquilas; afinal, fui iniciado pela relação, que também é educativa, a como me comportar no metrô, quase um código de conduta. Com os anos, fiz mestrado em “esperar ônibus à noite na periferia carioca” e doutorado na Supervia, orientado pelo “ramal de Belford Roxo”. E olha que não teve refresco na orientação, pois a maioria dos trens não possuía ar-condicionado.
Apesar de soar como brincadeira, esse relato serve para demonstrar como nos condicionamos, na condição de sujeitos, a partir dessas relações. Nesse aspecto, destaco a importância de pensar o contexto das pessoas, os modos de vida, as condições em que cada um sobrevive, a formação da identidade, tudo envolvido com um processo que disputa com as clássicas instituições educativas a formação do sujeito. É preciso, nem que seja nas minúcias, refletir sobre a cidade e seus espaços de convivência.
A contribuição que esse debate pode angariar na formação dos professores refere-se à construção de uma concepção educacional que parta do sujeito. Como um estrangeiro na cidade do Rio de Janeiro, mantenho um olhar de estranhamento de certas práticas. Nesse aspecto, fui “obrigado” a refletir sobre como os alunos, em diferentes lugares dessa cidade tão complexa, se percebem nesse espaço e como o espaço interfere nas suas práticas. A cidade “obrigava” o despertar matinal de uma aluna às 4 horas da manhã para conseguir chegar às 7 horas em sala de aula. Ir de trem, de Japeri, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, até a UERJ leva um tempo. Será que isso interferiu no seu desempenho?
Na Baixada Fluminense, dou aula em um curso noturno e os alunos são majoritariamente trabalhadores. São sujeitos que materialmente, nesse espaço social, foram desprovidos de certas oportunidades. “Professor, só posso chegar à aula às 20 horas”, confessou-me um aluno. Trabalhava no Centro e, devido ao engarrafamento, não conseguiria chegar às 19 horas na faculdade. Entre aceitar ou sugerir que abandonasse os estudos, preferi a primeira opção.
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Comentários
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Assertiva A
a regência da palavra destacada está: Adequada, uma vez que devido equivale a por motivo de.
A questão é sobre regência nominal e quer saber se a regência da palavra destacada a seguir está adequada ou não: “Trabalhava no Centro e, devido ao engarrafamento, não conseguiria chegar às 19 horas na faculdade”. Vejamos.
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A) Adequada, uma vez que devido equivale a por motivo de.
Certo. A regência está adequada. "Devido a" é sinônimo de por causa de; por motivo de; em razão de; em virtude de; graças a...
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B) Inadequada, visto que não pode ser sucedida por preposição.
Errado. Pode e deve ser sucedida pela preposição "a": "devido A alguma coisa".
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C) Adequada, pois caracteriza uma oração reduzida de infinitivo.
Errado. Não caracteriza uma oração, mas, sim, um adjetivo.
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D) Inadequada, sendo que poderia ser substituída por oração reduzida de gerúndio.
Errado. Não poderia ser substituída por uma oração reduzida de gerúndio.
Exemplo de uma oração reduzida de gerúndio: Chovendo amanhã, não irei fazer a prova. (sem conjunção, com verbo no gerúndio). Temos nesse caso uma oração subordinada adverbial condicional reduzida de gerúndio.
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Gabarito: Letra A
GABARITO A
Devido no sentido de "em razão de, por causa de DEVIDO" - VTI - A
( https://portugues.dicaseexercicios.com.br/a-crase-e-a-palavra-devido/#:~:text=No%20sentido%20de%20em%20raz%C3%A3o,substantivo%20feminino
%2C%20ocorrer%C3%A1%20a%20crase. )
Devido quando equivaler a "por motivo de", "em razão de" pedirá preposição A
Ex: A cidade entrou em estado de atenção devido à chuva forte.
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