Tratamento da Dependência Afetiva nos Relacionamentos Amoros...

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Ano: 2018 Banca: AOCP Órgão: UFOB
Q1236793 Português
Tratamento da Dependência Afetiva nos Relacionamentos Amorosos  Alexandre Alves 

  A dependência afetiva é uma estratégia de rendição conduzida pelo medo com a finalidade de preservar as coisas boas que a relação oferece. Sob o disfarce de amor romântico a pessoa dependente afetiva sofre uma alteração profunda na sua personalidade de modo gradual até se transformar numa espécie de “apêndice” da pessoa amada. Ela obedece e se subordina ao amado para evitar o sofrimento. 
  Em muitos casos, não importa o quão nociva é a relação, as pessoas são incapazes de por um fim nela. Em outros, a dificuldade reside numa incapacidade para lidar com o abandono ou a perda afetiva. Ou seja, não se conformam com o rompimento ou permanecem, inexplicável e obstinadamente, numa relação desfavorável. Quando o bem-estar da presença do outro se torna indispensável, a urgência em encontrar o amado não o deixa em paz, e o universo psíquico se desgasta pensando nele, bem-vindo ao mundo dos viciados afetivos. 
  De forma mais específica, se poderia dizer que por trás de toda dependência há medo e, subjacente a isso, algum tipo de sentimento de incapacidade. O apego é a muleta preferida do medo, um calmante com perigosas contraindicações. O sujeito apegado promove um desperdício impressionante de recursos para reter a sua fonte de gratificação. Seu repertório de estratégias de retenção, de acordo com o grau de desespero e a capacidade inventiva pode ser diversificado, inesperado e perigoso. Podemos distinguir dois tipos básicos. São eles: 
  Os ativos-dependentes podem se tornar ciumentos e hipervigilantes, ter ataques de ira, desenvolver padrões de comportamentos obsessivos, agredir fisicamente ou chamar a atenção de maneira inadequada, inclusive mediante atentados contra a própria vida. Aqui se enquadram os casos de ciúmes patológico conhecidos também como síndrome de Otelo. E os passivos-dependentes tendem a ser submissos, dóceis e extremamente obedientes para tentarem ser agradáveis e evitar o abandono.  
  A segunda forma de desperdício energético não é por excesso, mas por carência. Com o tempo, essa exclusividade vai se transformando em fanatismo e devoção: “Meu parceiro é tudo”. O gozo da vida se reduz a uma expressão mínima: a vida do outro. Daí vale o velho ditado: “Não se deve colocar todos os ovos no mesmo cesto”. 
  A dependência afetiva faz adoecer, incapacita, elimina critérios, degrada e submete, deprime, gera estresse, assusta, cansa e exaure a vitalidade e a terapia cognitivo-comportamental objetiva auxiliar o dependente afetivo no autocontrole para que, ainda que necessite da “droga”, seja capaz de brigar contra a urgência e a vontade. No balanço custo-benefício, aprendem a sacrificar o prazer imediato pela gratificação a médio e a longo prazo. O mesmo ocorre com outros tipos de vícios como, por exemplo, a comida e o sexo.
Retirado e adaptado de: <https://psicologiario.com.br/tratamentoda-dependencia-afetiva-nos-relacionamentos-amorosos/>. Acesso em: 19 ago. 2018. 
A dependência afetiva nem sempre foi tratada com seriedade e é vista como um transtorno que necessita de cuidados especiais e auxílio especializado para seu tratamento. Em relação ao texto 1, julgue, como VERDADEIRO ou FALSO, o item a seguir. 
Em “Sob o disfarce de amor romântico a pessoa dependente afetiva sofre uma alteração profunda na sua personalidade de modo gradual até se transformar numa espécie de “apêndice” da pessoa amada. Ela obedece e se subordina ao amado para evitar o sofrimento.”, não há elementos coesivos que retomam os termos destacados. 
Alternativas

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Gabarito: E (Errado)

O tema central da questão é a verificação da presença de elementos de coesão no trecho do texto relacionado à dependência afetiva. Para resolver essa questão, é necessário ter conhecimento sobre coesão textual, que envolve a capacidade de identificar pronomes, advérbios, entre outros elementos que retomam ou fazem referência a partes do texto já mencionadas.

No trecho destacado: “Sob o disfarce de amor romântico a pessoa dependente afetiva sofre uma alteração profunda na sua personalidade de modo gradual até se transformar numa espécie de 'apêndice' da pessoa amada. Ela obedece e se subordina ao amado para evitar o sofrimento.”, existe um elemento coesivo.

A palavra "Ela" é um pronome pessoal que retoma "a pessoa dependente afetiva". Este é um exemplo claro de coesão pronominal, onde um pronome é usado para substituir ou retomar um sujeito já mencionado, evitando repetições desnecessárias e mantendo a fluência do texto.

Dessa forma, a afirmação de que "não há elementos coesivos que retomam os termos destacados" está errada, uma vez que o pronome "Ela" é um elemento coesivo que se refere diretamente à "pessoa dependente afetiva".

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Comentários

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Errado. O pronome possessivo sua retoma os termos destacados

✅ Gabarito: ERRADO

Em “Sob o disfarce de amor romântico a pessoa dependente afetiva sofre uma alteração profunda na sua personalidade de modo gradual até se transformar numa espécie de “apêndice” da pessoa amada. Ela obedece e se subordina ao amado para evitar o sofrimento.”

➥ Os termos destacados são retomados pelo pronome possessivo "sua", no trecho "sua personalidade", pelo pronome reflexivo "se", em "se transformar" e "se subordina" e pelo pronome reto "Ela", sujeito do verbo obedecer.

Em "sua personalidade", o pronome possessivo "sua" indica que a personalidade a que o texto se refere é a da pessoa dependente afetiva.

Em "se transformar" e "se subordina", o pronome reflexivo "se" indica, respectivamente, que a pessoa que se transforma e a pessoa que se subordina é "a pessoa dependente afetiva".

"Ela obedece e se subordina ao amado para evitar o sofrimento.” equivale a "A pessoa dependente afetiva obedece e se subordina ao amado para evitar o sofrimento.”

➥ FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

A questão quer que julguemos se verdadeiro ou falso a firmação feita que não há elementos de coesão que retomam (relacionam) com o termo sublinhado abaixo. Vejamos

Sob o disfarce de amor romântico a pessoa dependente afetiva sofre uma alteração profunda na sua personalidade de modo gradual até se transformar numa espécie de “apêndice” da pessoa amada. Ela obedece e se subordina ao amado para evitar o sofrimento.”, 

Os termos que são usados para retomada coesiva de termos são os pronomes. Vejam que os deixei em negrito para termos uma melhor visão.temos o pronome possessivo "sua" retomando o termo e indicando que a personalidade é pertencente dela, temos o pronome reflexivo "se" indicando uma ação reflexa da pessoa dependente, temos o pronome pessoal do caso reto "ela" substituindo o próprio termo e temos outra vez um pronome reflexivo "se" indicando uma ação reflexa praticada e sofrida pelo termo a que nos referimos. Portanto é falso dizer que não há elementos coesivos que retomam os termos destacados.

GABARITO ERRADO

Pronome pessoal- ela, retoma a pessoa dependente afetiva.

pronome possessivo- sua

Errado

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