[...] nunca se realizou uma obra filosófica que fosse durado...
[...] nunca se realizou uma obra filosófica que fosse duradoura em todas as suas partes. Por isso não se pode aprender filosofia em absoluto, porque ela ainda não existe.
(Kant, 1983, p. 407.)
É clássico citar Kant quando se pretende defender que não é possível ensinar a filosofia, mas sim a filosofar. Para Kant, a filosofia é um saber que está sempre incompleto, pois está sempre em movimento, sempre aberto, sempre sendo feito e se revendo e, por isso, não pode ser capturado e ensinado. Ainda, segundo Kant:
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A alternativa correta é a Alternativa A: "Aprender a filosofar só pode ser feito estabelecendo um diálogo crítico com a filosofia."
Para compreender essa questão, é importante entender a perspectiva de Immanuel Kant sobre a filosofia. Kant acreditava que a filosofia não é um saber estático ou acabado, mas sim um processo contínuo de pensamento crítico e reflexivo que está sempre em evolução. Dessa forma, não se pode "ensinar" a filosofia como um conjunto de conhecimentos fixos, mas sim ensinar a "filosofar", o que significa engajar-se em um diálogo crítico e constante com as ideias filosóficas.
Alternativa A está correta porque reflete essa visão de Kant: o aprendizado da filosofia se dá por meio do diálogo crítico e do questionamento, não pela transmissão de verdades absolutas.
Agora, vamos analisar as alternativas incorretas:
Alternativa B: "Só quem tem o natural talento filosófico pode se aventurar no entendimento completo da filosofia."
Esta alternativa está incorreta porque Kant não limita o filosofar a um 'talento natural'; ele acredita que o filosofar é uma prática acessível a todos que se dispõem a pensar criticamente.
Alternativa C: "Só filosofa quem segue os princípios universais e as tentativas filosóficas já existentes, confirmando-os sempre e nunca rejeitando-os."
Esta ideia está em desacordo com Kant, pois ele defendia justamente o contrário: o filosofar implica questionar e revisar constantemente os princípios, não apenas segui-los cegamente.
Alternativa D: "É necessário lançar-se ao 'filosofar' pura e simplesmente, sem a necessidade de se esforçar na compreensão crítica da filosofia e de seus conceitos."
Esta alternativa falha ao sugerir que não é necessário um esforço crítico. Para Kant, o verdadeiro filosofar exige um engajamento ativo e crítico com os conceitos filosóficos.
Assim, a essência do filosofar kantiano é a prática contínua do questionamento e da reflexão crítica, não a adesão a um conjunto de verdades fixas. A alternativa A captura precisamente essa ideia.
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