Diz-se que há intertextualidade quando um texto interfere ou...
Texto I
Lisboa: aventuras
Tomei um expresso
cheguei de foguete
subi num bonde
desci de um elétrico
5 pedi cafezinho
serviram-me uma bica
quis comprar meias
só vendiam peúgas
fui dar descarga
10disparei um autoclismo
gritei “ó cara!”
responderam-me “ó pá!”
positivamente
as aves que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá.
PAES, José Paulo. Lisboa: aventuras. A poesia está morta, mas
juro que não fui eu. São Paulo: Duas Cidades, 1988, p. 40.
Diz-se que há intertextualidade quando um texto interfere ou se faz presente em outro. É o que acontece no último verso do poema “Lisboa: aventuras”, em que o autor incorpora um trecho da “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias. No poema de José Paulo Paes,