Os agentes econômicos bem informados, sejam empresas ou con...
Os agentes econômicos bem informados, sejam empresas ou consumidores, estão sempre atentos às decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, com respeito à fixação da taxa de juros básica de curto prazo (a taxa Selic), porque esta influencia as demais taxas de juros da economia como um todo. De agosto de 2016 a março de 2018, a taxa Selic foi reduzida de 14,25% a.a. para 6,50% a.a., o que, descontada a inflação anual, significou maior convergência entre as taxas de juros reais brasileiras e internacionais.
Tendo em vista a determinação das taxas de juros básicas de curto prazo num país que adota um regime de metas de inflação, como o Brasil, os dois fatores que justificam a contínua e significativa redução da taxa Selic no país, desde agosto de 2016, foram a(o)
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Gabarito comentado
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A) ERRADA: De fato, houve queda progressiva da inflação no período, no entanto o Brasil apresentou alto nível de desemprego, o qual não foi recuperado mesmo após o fim do período mais recessivo;
B) ERRADA: Após o período recessivo e de instabilidade política de 2015 e 2016, o Ibovespa apresentou bons resultados, sem muitos abalos e volatilidade. Os mercados globais, de 2016 a 2018, demonstraram um ambiente relativamente favorável, cenário alterado pelos eventos subsequentes da pandemia e guerra da Ucrânia.
C) ERRADA: Não houve rápida recuperação da economia brasileira após a recessão de 2015 e 2016, ao contrário o país apresentou pífio crescimento econômico ao redor de 1%, quase uma estagnação, mesmo antes da pandemia. O cenário econômico externo foi, relativamente, favorável como vimos no item anterior;
D) ERRADA: Já vimos que a primeira parte está errada, por outro lado, também, não houve significativa recuperação dos preços das commodities exportadas pelo Brasil;
E) CERTA: Aqui está o gabarito, o baixo crescimento econômico manteve a capacidade ociosa da economia muito elevada, herdada já do período, fortemente, recessivo de 2015/2016. Se o desemprego está alto (consumo baixo) e a capacidade de oferta muito além da demanda corrente, há uma tendência para queda gradual e contínua do nível de preços, permitindo a convergência citada.
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Letra E
A inflação tem sido baixa, medida não somente pelo IPCA, mas também por diferentes medidas de inflação subjacente. Esses níveis correntes de inflação contribuem, por meio de mecanismos inerciais, para níveis de inflação mais baixos no futuro.
Por outro lado, a política monetária estimulativa favorece o estreitamento da capacidade ociosa dos fatores de produção, contribuindo para a convergência da inflação para a meta.
O cenário básico para a inflação evoluiu de forma mais benigna que o esperado nesse início de ano. O comportamento da inflação permanece favorável, com diversas medidas de inflação subjacente em níveis baixos, inclusive os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária.
Em sua reunião mais recente (213ª reunião), o Copom decidiu, por unanimidade, pela redução da taxa básica de juros em 0,25 p.p., para 6,50% a.a. O Comitê entende que esse movimento é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui os anos-calendário de 2018 e, com peso gradualmente crescente, de 2019.
Na ocasião, o Copom comunicou que seu cenário básico para a inflação envolve fatores de risco em ambas as direções. Por um lado, (i) a possível propagação, por mecanismos inerciais, do nível baixo de inflação pode produzir trajetória prospectiva abaixo do esperado. Por outro lado, (ii) uma frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira pode afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação no horizonte relevante para a política monetária. Esse risco se intensifica no caso de (iii) reversão do corrente cenário externo favorável para economias emergentes.
O Copom entende que a política monetária tem que balancear duas dimensões: reagir para assegurar que a inflação convirja para a meta em uma velocidade adequada e, ao mesmo tempo, garantir que a conquista da inflação baixa perdure, mesmo diante de choques adversos. O Copom reafirma que a política monetária tem flexibilidade para reagir a riscos de ambos os lados.
https://www.bcb.gov.br/htms/relinf/port/2018/03/ri201803c2p.pdf
Bons estudos !!!
Questãozinha complicadíssima. Além das competências do COPOM, a questão exigiu conhecimento de política monetária e um pouco de raciocínio também.
A situação é de inflação baixa e consumo baixo. Se a Selic está reduzindo, o governo quer aumentar a base monetária (aumentar a quantidade de dinheiro em circulação na economia). Afinal, diminuindo os juros, há maior concessão de crédito às pessoas. Logo, essas pessoas vão gastar mais.
Vejamos as alternativas:
a) Errado. De fato, a inflação em queda é um cenário que permite redução dos juros, para estimular o consumo. Entretanto, se há menor consumo, as lojas e empresas venderão menos e empregarão menos. Portanto, desemprego em crescimento.
b) Errado. Sempre que há volatilidade no mercado há uma tendência de se retirar os recursos dos países “emergentes” para colocá-lo no chamado “porto seguro”, mais conhecido como Estados Unidos. Nessa situação, haveria uma saída de capital do país, pressionando assim a cotação do dólar (que tenderia a subir), bem como as reservas internacionais do país tenderiam a diminuir com a saída do capital. Nessa situação, o ortodoxo (tradicional) seria elevar a taxa Selic para evitar uma fuga de capitais, já que com a Selic em baixa o investidor estrangeiro não teria motivo algum para deixar o dinheiro no país.
c) Errado. Uma economia em recuperação é uma economia em que as pessoas estão gastando. Logo, não é uma situação típica de redução da Selic.
d) Errado. Assim como na alternativa anterior, uma economia em crescimento representa um aumento no consumo.
e) Certo. A Selic visa cumprir a meta de inflação determinada pelo CMN. Além disso, com a base monetária baixa e o consumo baixo, o preço das coisas caem por as vendas não estarem indo bem. As fábricas param de produzir e ficam ociosas. Portanto, aumenta a ociosidade da economia.
Resposta: E
Fonte: Moisés Araujo
e os níveis elevados de capacidade ociosa da economia brasileira
o governo queria facilitar o crédito para alavancar a empresas e aumentar a produção.
Baixar os juros também significa a injeção de dinheiro barato no mercado para as empresas, medida possível quando a inflação está sob controle.
As demais alternativas citam crescimento economico, baixo desemprego, cenario externo... coisas que nao se relacionam com a selic.
Aleiton, muda essa fonte! esse comentário é dos professores do Direção Concursos:
Ivan Cavalcante e Beto Fernandes.
A TLP é a taxa de longo prazo que substituiu a TJLP – taxa de juros de longo prazo – nas principais fontes de financiamentos de longo prazo, sejam eles diretos ou indiretos, nos contratos firmados a partir de janeiro de 2018.
Ao contrário da antiga TJLP que era fixada para o trimestre, a TLP é composta por um componente variável (IPCA) e outro prefixado, portanto varia mensalmente, de acordo com a inflação.
TJLP significa Taxa de Juros de Longo Prazo.
A TJLP é calculada com base em dois parâmetros: uma meta de inflação calculada pro rata para os doze meses seguintes ao primeiro mês de vigência da taxa, inclusive, baseada nas metas anuais fixadas pelo Conselho Monetário Nacional; e um prêmio de risco.
A TJLP é divulgada trimestralmente pelo Banco Central do Brasil até o último dia útil do trimestre imediatamente anterior ao de sua vigência para as posições de 1º de janeiro, 1º de abril, 1º de julho e 1º de outubro, sendo expressa em percentual ao ano.
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