No período “Uma coisa tão banal que quase dispensa a presen...
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Ano: 2019
Banca:
IBADE
Órgão:
JARU-PREVI - RO
Prova:
IBADE - 2019 - JARU-PREVI - RO - Assistente Administrativo |
Q1075531
Português
Texto associado
O DIMINUTIVO
O diminutivo é uma maneira ao mesmo tempo
afetuosa e precavida de usar a linguagem. Afetuosa
porque geralmente a usamos para designar o que é
agradável, aquelas coisas tão afáveis que se deixam
diminuir sem perder o sentido. E precavida também
porque a usamos para desarmar certas palavras que, na
sua forma original, são ameaçadoras demais.
Operação, por exemplo. É uma palavra assustadora.
Pior do que intervenção cirúrgica, porque promete uma
intromissão muito mais radical nos intestinos. Uma
operação certamente durará horas e os resultados são
incertos. Suas chances de sobreviver a uma operação... sei
não. Melhor se preparar para o pior.
Já uma operaçãozinha é uma mera formalidade.
Anestesia local e duas aspirinas depois. Uma coisa tão
banal que quase dispensa a presença do paciente.
No Brasil, usa-se o diminutivo principalmente com
relação à comida. Nada nos desperta sentimentos tão
carinhosos quanto uma boa comidinha.
- Mais um feijãozinho?
O feijãozinho passou dois dias borbulhando num
daqueles caldeirões de antropófagos com capacidade para
três missionários. Mas a dona da casa o trata como um
mingau de todos os dias.
O diminutivo é também uma forma de disfarçar o
nosso entusiasmo pelas grandes porções. E tem um efeito
psicológico inegável. Você pode passar duas horas
tomando cervejinha sem nenhum dos efeitos que sofreria
depois de duas cervejas.
E agora, um docinho.
E surge um tacho de ambrosia que é um porta-aviões.
Luís Fernando Veríssimo
No período “Uma coisa tão banal que quase dispensa a
presença do paciente.”, a conjunção subordinativa QUE é
classificada como: