Com base na leitura do texto, considere as afirmativas a seg...
Leia o texto a seguir e responda à questão.
Exemplos de honestidade
“Fui cortar a luz de uma residência, pois estava para vencer o terceiro talão. Antes de sair, quando encerrava o serviço no tablete, um menino me pediu R$ 1 para comprar doces. Como só tinha R$ 5, dei a nota e falei para ele dividir com os dois irmãos. No fim da tarde, ao voltar para religar a energia, ele me esperava todo feliz. Achei que era por causa da luz, mas ele se aproximou e disse ‘ainda bem que você veio’, abriu a mão e me deu R$ 2. Falou que era meu troco”.
Em um país que se depara constantemente com casos de corrupção e de inversão de valores, a história do eletricista João Cândido da Silva Neto acaba se transformando em exceção. O episódio com o funcionário da Copel (Companhia Paranaense de Energia) aconteceu entre setembro e outubro de 2016, em Santo Antônio da Platina, porém foi compartilhado somente dois dias depois do Dia das Crianças de 2017. “Gosto de registrar o que acontece no meu dia a dia, então escrevi isto e guardei. Como vi a situação da família, que está passando por dificuldades, resolvi postar no Facebook na expectativa de que meia dúzia de colegas de trabalho viesse ajudar”, explica Neto.
O que ele não esperava, porém, é que a meia dúzia se transformasse em milhares e que o caso repercutisse em todo o Brasil. “Na data em que fiz o post, meu celular não parava de receber notificações durante a noite. Fiquei meio sem entender o porquê. No outro dia, quando vi, já estava com milhares de acessos”. Para o eletricista, essa comoção retrata o sentimento que teve ao receber o inesperado troco da criança. “Na hora em que ele me deu o dinheiro, ‘a ficha não caiu’. Mas depois parei e percebi o quanto a atitude daquele menino havia sido grandiosa. O quão honesto era aquele singelo gesto”, acredita. “Cheguei à conclusão de que temos uma geração linda que está vindo para melhorar nossa sociedade”.
A origem do menino Alessandro Júnior, entretanto, mostra que a atitude que teve é reflexo da vida simples e baseada em valores que leva junto com a família. Para Alessandro Monteiro Sousa, pai do garoto, o gesto do filho é motivo de orgulho, mas principalmente de certeza de que ele aprendeu a relevância de ser honesto e ter caráter. “Fazemos de tudo para criar nossos filhos com educação. Busco passar para eles os valores que recebi quando era criança. Não somos ricos, porém o que temos é nossa dignidade e nossos valores. Dinheiro nenhum vale mais que isso”, ressalta.
(Adaptado de: MARCONI, P. Exemplos de honestidade. Folha de Londrina, 4 e 5 de novembro de 2017. Folha Especial. p. 8.)
I. Em “O que ele não esperava, porém, é que meia dúzia se transformasse em milhares”, a conjunção “porém” estabelece uma relação de alternância. II. A partícula “que” em “baseada em valores que leva junto com a família” e “os valores que recebi quando criança” pertence à mesma classe gramatical. III. Em “Para Alessandro Monteiro Sousa, pai do garoto, o gesto do filho é motivo de orgulho”, as vírgulas separam um aposto. IV. Em “Mas depois parei e percebi o quanto a atitude daquele menino havia sido grandiosa”, a partícula “mas” estabelece relação com o que foi dito anteriormente.
Assinale a alternativa correta.
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Alternativa correta: E - Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
Vamos analisar cada uma das afirmativas para entender o motivo dessa escolha:
I. Em “O que ele não esperava, porém, é que meia dúzia se transformasse em milhares”, a conjunção “porém” estabelece uma relação de alternância.
Essa afirmativa está incorreta. A conjunção “porém” é uma conjunção adversativa, e não de alternância. Ela indica uma oposição ou contraste com o que foi dito anteriormente. Portanto, afirmar que estabelece uma relação de alternância está errado.
II. A partícula “que” em “baseada em valores que leva junto com a família” e “os valores que recebi quando criança” pertence à mesma classe gramatical.
Essa afirmativa está correta. Em ambos os casos, a partícula “que” é um pronome relativo, que retoma um termo antecedente e introduz uma oração subordinada adjetiva.
III. Em “Para Alessandro Monteiro Sousa, pai do garoto, o gesto do filho é motivo de orgulho”, as vírgulas separam um aposto.
Essa afirmativa está correta. O trecho “pai do garoto” está explicando quem é Alessandro Monteiro Sousa, funcionando como um aposto explicativo. As vírgulas são utilizadas corretamente para separar esse termo do restante da oração.
IV. Em “Mas depois parei e percebi o quanto a atitude daquele menino havia sido grandiosa”, a partícula “mas” estabelece relação com o que foi dito anteriormente.
Essa afirmativa está correta. A conjunção “mas” é uma conjunção adversativa que estabelece uma relação de oposição ou contraste com a ideia anterior, confirmando a relação entre as orações.
Analisando as alternativas:
A - Somente as afirmativas I e II são corretas.
Incorreta. A afirmativa I está errada.
B - Somente as afirmativas I e IV são corretas.
Incorreta. A afirmativa I está errada.
C - Somente as afirmativas III e IV são corretas.
Incorreta. A afirmativa II está correta e foi desconsiderada.
D - Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
Incorreta. A afirmativa I está errada.
E - Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
Correta. As afirmativas II, III e IV estão todas corretas.
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Comentários
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Pra resolver essa era só ler a 1, que está errada: porém é conjunção adversativa, e ler a 2, que está certa: a partícula que exerce função de pronome relativo nas duas frases apresentadas.
Gabarito letra E.
Gabarito e)
I. Em “O que ele não esperava, porém, é que meia dúzia se transformasse em milhares”, a conjunção “porém” estabelece uma relação de alternância. (errado) - A ideia é de oposição.
Conjunções coordenativas adversativas (ideia de oposição): mas, porém, entretanto, no entanto, contudo, todavia, não obstante.
II. A partícula “que” em “baseada em valores que (os quais) leva junto com a família” e “os valores que (os quais) recebi quando criança” pertence à mesma classe gramatical.
O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente pronomes relativos: por isso, são utilizados didaticamente para verificar se palavras como "que", "quem", "onde" (que podem ter várias classificações) são pronomes relativos. Todos eles são usados com referência à pessoa ou coisa por motivo de clareza ou depois de determinadas preposições.
III. Em “Para Alessandro Monteiro Sousa, pai do garoto, o gesto do filho é motivo de orgulho”, as vírgulas separam um aposto.
Aposto é sintaticamente equivalente ao termo a que se relaciona porque poderia substituí-lo.
IV. Em “Mas depois parei e percebi o quanto a atitude daquele menino havia sido grandiosa”, a partícula “mas” estabelece relação com o que foi dito anteriormente.
“Na hora em que ele me deu o dinheiro, ‘a ficha não caiu’. Mas depois (...) "
Resolvi da mesma forma Henrique Andrade
Ótima questão, porém a IV ficou confusa para mim... Acertei por eliminação.
I I = baseava em lavores: é uma oração subordinada restritiva . pois toda oraçao subordinada restritiva inicia com o pronome relativo .
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