O livro de Maria Helena Patto intitulado A Produção do Fraca...
O livro de Maria Helena Patto intitulado A Produção do Fracasso Escolar: histórias de submissão e rebeldia, segundo um de seus prefaciadores da quarta edição, é muito mais que a denúncia do caráter ideológico das explicações hegemônicas do fracasso escolar. Seu trabalho caracteriza-se também como uma brilhante aula sobre a história da educação do país. A autora, fundamentada no materialismo histórico, examina o percurso tomado pela produção intelectual brasileira a partir da Primeira República. Tendo em vista o capítulo Da experiência à Reflexão sobre a Política Educacional: algumas anotações, pode-se afirmar que a autora destacou quatro conclusões ou confirmações, capazes de contribuir para uma revisão de medidas comumente tomadas, tendo em vista a superação das dificuldades com que a escola pública elementar brasileira se defronta na consecução de sua tarefa de socializar conhecimentos.
I. As explicações do fracasso escolar baseadas nas teorias do déficit e da diferença cultural precisam ser revistas a partir do conhecimento dos mecanismos escolares produtores de dificuldades de aprendizagem.
II. O fracasso da escola pública elementar é o resultado inevitável de um sistema educacional congenitamente gerador de obstáculos à realização de seus objetivos.
III. O fracasso da escola elementar é administrado por um discurso científico que, escudado em sua competência, naturaliza esse fracasso aos olhos de todos os envolvidos no processo.
IV. A convivência de mecanismos de neutralização dos conflitos com manifestações de insatisfação e rebeldia faz da escola um lugar propício à passagem ao compromisso humano-genérico.
São corretas as conclusões:
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A alternativa correta é a E - I, II, III e IV. Todas as conclusões apresentadas são coerentes com as ideias desenvolvidas por Maria Helena Patto em seu livro, que examina criticamente o fracasso escolar no Brasil ao analisar fatores históricos, sociais e culturais.
Tema da Questão: O tema abordado na questão está centrado na análise do fracasso escolar a partir da perspectiva de Maria Helena Patto. Em seu trabalho, Patto examina como o sistema educacional brasileiro tem, ao longo do tempo, produzido e perpetuado esse fracasso, desafiando as explicações tradicionais baseadas em teorias do déficit e da diferença cultural.
Conhecimentos Necessários: Para resolver a questão, é importante ter um entendimento sobre as críticas feitas às explicações hegemônicas do fracasso escolar e como estas são vistas como ideológicas por Patto. Além disso, é necessário reconhecer a influência do materialismo histórico em sua análise, que busca compreender como as condições históricas e sociais contribuem para o insucesso escolar.
Justificativas das Alternativas:
I. Revisão das Teorias do Déficit e Diferença Cultural: Esta conclusão destaca a necessidade de repensar as explicações tradicionais do fracasso escolar, reconhecendo o papel dos mecanismos escolares que geram dificuldades de aprendizagem. Patto argumenta que muitas vezes as dificuldades enfrentadas pelos alunos são, na verdade, produzidas pela própria estrutura escolar.
II. Sistema Educacional como Gerador de Obstáculos: Aqui, Patto sugere que o fracasso escolar não é um acidente, mas sim um resultado previsível de um sistema educacional que, por sua própria natureza, gera barreiras para o sucesso dos alunos. Esta perspectiva é fundamental em sua análise crítica da escola pública no Brasil.
III. Naturalização do Fracasso: Patto aponta que o discurso científico muitas vezes administra e normaliza o fracasso escolar, fazendo com que ele seja visto como natural ou inevitável. Esta crítica é central para entender como certas narrativas podem perpetuar o status quo educacional.
IV. Escola como Espaço de Compromisso Humano-Genérico: A convivência de mecanismos de neutralização de conflitos e manifestações de rebeldia na escola sugere um potencial para a transformação social. Patto vê a escola como um espaço onde essas tensões podem se transformar em oportunidades para maior compromisso social e humano.
Todas as conclusões (I, II, III e IV) estão alinhadas com a análise crítica que Maria Helena Patto faz sobre a educação no Brasil, justificando assim a escolha da alternativa E como correta.
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