Considerando a conjugação do verbo “cumprir” em “Os que não...

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Q1242843 Português
Feliz por nada

    Geralmente, quando uma pessoa exclama “Estou tão feliz!”, é porque engatou um novo amor, conseguiu uma promoção, ganhou uma bolsa de estudos, perdeu os quilos que precisava ou algo do tipo. Há sempre um porquê. Eu costumo torcer para que essa felicidade dure um bom tempo, mas sei que as novidades envelhecem e que não é seguro se sentir feliz apenas por atingimento de metas. Muito melhor é ser feliz por nada.
    Digamos: feliz porque maio recém começou e temos longos oito meses para fazer de 2010 um ano memorável. Feliz por estar com as dívidas pagas. Feliz porque alguém o elogiou.
    Feliz porque existe uma perspectiva de viagem daqui a alguns meses. Feliz porque você não magoou ninguém hoje. Feliz porque daqui a pouco será hora de dormir e não há lugar no mundo mais acolhedor do que sua cama.
    Esquece. Mesmo sendo motivos prosaicos, isso ainda é ser feliz por muito.
    Feliz por nada, nada mesmo?
  Talvez passe pela total despreocupação com essa busca. Essa tal de felicidade inferniza.
  “Faça isso, faça aquilo.” A troco? Quem garante que todos chegam lá pelo mesmo caminho?
   Particularmente, gosto de quem tem compromisso com a alegria, que procura relativizar as chatices diárias e se concentrar no que importa pra valer, e assim alivia o seu cotidiano e não atormenta o dos outros. Mas não estando alegre, é possível ser feliz também. Não estando “realizado”, também. Estando triste, felicíssimo igual. Porque felicidade é calma.
   Consciência. É ter talento para aturar o inevitável, é tirar algum proveito do imprevisto, é ficar debochadamente assombrado consigo próprio: como é que eu me meti nessa, como é que foi acontecer comigo? Pois é, são os efeitos colaterais de se estar vivo.
   Benditos os que conseguem se deixar em paz. Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções, que não se culpam por terem falhado, não se torturam por terem sido contraditórios, não se punem por não terem sido perfeitos. Apenas fazem o melhor que podem.
    Se é para ser mestre em alguma coisa, então que sejamos mestres em nos libertar da patrulha do pensamento. De querer se adequar à sociedade e ao mesmo tempo ser livre.
    Adequação e liberdade simultaneamente? É uma senhora ambição. Demanda a energia de uma usina. Para que se consumir tanto?
   A vida não é um questionário de Proust. Você não precisa ter que responder ao mundo quais são suas qualidades, sua cor preferida, seu prato favorito, que bicho seria. Que mania de se autoconhecer. Chega de se autoconhecer. Você é o que é, um imperfeito bem-intencionado e que muda de opinião sem a menor culpa.
    Ser feliz por nada talvez seja isso.


(MEDEIROS, Martha. Feliz por nada. Disponível em: https://www.
refletirpararefletir.com.br/4-cronicas-de-martha-medeiros. Acesso em:
20/09/2019.) 

Considerando a conjugação do verbo “cumprir” em “Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções, (...)” (10º§), é correto afirmar que ele foi empregado na 3ª pessoa do plural do:
Alternativas

Comentários

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Gabarito: C

✓ “Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções, (...)” (10º§)

➥ O Infinitivo Pretérito Pessoal se refere às pessoas do discurso tem o sujeito próprio, porém conta com o apoio dos verbos auxiliares "ter" ou "haver" no Infinitivo Pessoal para sua conjugação.

➥ FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

O que vc precisa saber para resolver o exercício:

1) infinitivo impessoal = não se remete a ninguém do discurso.

2) infinito pessoal refere-se a alguém do discurso.

Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções (..)

Perceba que como o colega citou estamos diante de um infinitivo pessoal.

e o tempo está no pretérito.

CUIDADO

A questão possui vicio, enunciado e gabarito não possuem, entre si, pertinência.

O enunciado solicita:

Considerando a conjugação do verbo “cumprir” em “Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções, (...)” (10º§), é correto afirmar que ele foi empregado na 3ª pessoa do plural do: (grifos meus).

A banca solicita de forma clara que consideremos a conjugação do verbo cumprir. Percebam que a banca ainda ressalta a solicitação quanto ao emprego do verbo em questão. A banca, em nenhum momento, solicita a classificação da locução verbal "terem cumprido".

A locução "terem cumprido", composta pela 3ª pessoa do plural do infinitivo pessoal do verbo "ter" + o particípio passado do verbo "cumprir", de fato forma o infinitivo pessoal pretérito. Porém, percebam que a banca solicita, deixando claro em mais de uma oportunidade, a conjugação do verbo cumprir, não da locução.

O comentário do colega Arthur Carvalho, que aparentemente apenas copiou a classificação do gabarito e deu um google, é a transcrição completa do primeiro resultado encontrado ao buscar o termo, incluindo os erros ortográficos lá presentes, disponível em: (http://www.achando.info/verbos/Infinitivo-preterito-pessoal.html#:~:text=O%20Infinitivo%20Pret%C3%A9rito%20Pessoal%20se,Infinitivo%20Pessoal%20para%20sua%20conjuga%C3%A7%C3%A3o.)

Pessoal -> tem sujeito

Impessoal -> sem sujeito

JUSTAMENTE, @igor, SIMPLES E SEM ENROLAÇÃO.

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