“Independente das variações de tempo e espaço, tem certas ca...

Nascido na Bélgica, o Art Noveau é um estilo que esteve em vigor no período de 1880 a 1920. Surgiu fora do circuito das vanguardas artísticas e teve como máxima inspiração a natureza com as linhas sinuosas e assimétricas das flores e animais. Sua aplicação reverberou principalmente no design de interiores, de produto, tecidos, roupas, joias e acessórios.

O Art Noveau também pode ser encontrado na arquitetura. Algumas características predominam nas obras do período como a utilização das formas orgânicas; a preocupação com a estética e com os elementos decorativos; a presença de vitrais e mosaicos; e estruturas com inspiração nos estilos Rococó e Barroco. Dentro da arquitetura, um de seus expoentes mais famosos é o catalão Antoni Gaudí. Suas formas ousadas representam a essência do estilo, marcado por criações inovadoras e inusitadas.

Os três maiores expoentes austríacos dessa modalidade artística são o pintor Gustav Klimt (1862-1918), o arquiteto Joseph Olbrich (1867-1908) e o arquiteto e designer Josef Hoffmann (1870-1956). Os trabalhos de Klimt são emblemáticos do modo como a pintura se associa diretamente à decoração e à ilustração no Art Nouveau. Suas figuras femininas, de tom alegórico e forte sensualidade, têm grande impacto em pintores como Oskar Kokoschka (1886-1980) e Egon Schiele (1890-1918).

Art Nouveau no Brasil

No Brasil, observam-se leituras e apropriações de aspectos do estilo Art Nouveau na arquitetura e na pintura decorativa. O estilo conquistou adeptos e foi empregado no país, principalmente, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Elaborado pelo arquiteto sueco Carlos Ekman, em 1902, o edifício Vila Penteado, localizado na cidade de São Paulo, é considerado a primeira obra com características de Art Nouveau no Brasil.

Em sintonia com o boom da borracha, nos anos de 1850 a 1910, as cidades de Belém (PA) e Manaus (AM) assistiram à incorporação de elementos do Art Nouveau em algumas residências. O estilo na região encontra-se mesclado às representações da natureza e do homem amazônicos, e aos grafismos da arte marajoara, como indicam as peças decorativas de Theodoro Braga (1872-1953) e os trabalhos do português Correia Dias (1892-1935).

No modernismo de 1922, nomes como John Graz (1891-1980) e os irmãos Regina Graz (1897-1973) e Antonio Gomide (1895-1967), evidenciam influências do Art Nouveau no Brasil. Di Cavalcanti (1897-1976) também utilizou elementos da “arte nova” em trabalhos gráficos, como no “Projeto para Cartaz (Carnaval)”.