A crise do drama, que emerge nos anos pós-guerra, apresenta ...

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Ano: 2019 Banca: IDECAN Órgão: IF-PB Prova: IDECAN - 2019 - IF-PB - Professor - Artes |
Q2005719 Artes Cênicas
A crise do drama, que emerge nos anos pós-guerra, apresenta um mundo em que o homem confinado a seus medos, sem expectativas do porvir, vai tornando-se espectro de um presente esvaziado de sentido, em permanente desconstrução. Nessa crise, a organização coerente das estruturas de sentimento e da própria linguagem são colocadas em xeque. Em tal processo, surge a dramaturgia provocadora do teatro do absurdo, enfatizando o tédio, a perda da ordem e preconizando o teatro pós dramático. 
ESTRAGON. - Didi. VLADIMIR. - O que? ESTRAGON. - Não posso continuar assim.  VLADIMIR. - Diz isso facilmente.  ESTRAGON. - E se nos separássemos? Quiçá nos fosse melhor.  VLADIMIR. - Amanhã nos enforcaremos. (Pausa) A não ser que venha Godot.  ESTRAGON. - E se vier?  VLADIMIR. - Estaremos salvos. (...)” 
(Trecho do texto Esperando Godot de Samuel Beckett) 
O mundo via surgir uma nova possiblidade de escrita na figura de grandes dramaturgos. Sobre o tema, analise as afirmativas abaixo:
I. Samuel Beckett, Ionesco e Edward Albee diagnosticaram a falência do texto dramático tradicional; II. O teatro do absurdo é considerado a vanguarda dramática do pós-guerra III. O teatro do absurdo investe em uma realidade psicológica sem referencial identificável. IV. O teatro do absurdo foi interrompido com o surgimento do teatro performativo. V. O niilismo marca a trajetória das personagens Beckettianas.
Assinale 
Alternativas

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Alternativa Correta: D - se somente as afirmativas I, II, III e V estiverem corretas.

Tema Central: A questão aborda o teatro do absurdo, um movimento teatral que surgiu no pós-guerra, destacando-se pela quebra das convenções do drama tradicional e pela exploração de temas como a alienação, a falta de sentido e a desordem da existência humana.

Resumo Teórico: O teatro do absurdo foi um movimento que emergiu em resposta à crise do drama convencional após a Segunda Guerra Mundial. Dramaturgos como Samuel Beckett, Eugène Ionesco e Edward Albee buscaram expressar a falta de sentido da vida moderna através de suas obras, caracterizadas por diálogos ilógicos, situações absurdas e personagens que frequentemente se encontram em busca de significado. O texto "Esperando Godot" de Beckett é um exemplo clássico, simbolizando a espera interminável e a incerteza da esperança.

Justificativa da Alternativa Correta:

  • I. Samuel Beckett, Ionesco e Edward Albee diagnosticaram a falência do texto dramático tradicional: Correta. Esses autores são conhecidos por romperem com as formas convencionais do drama, explorando novas maneiras de expressar a realidade e o absurdo da condição humana.
  • II. O teatro do absurdo é considerado a vanguarda dramática do pós-guerra: Correta. Este movimento teatral foi destacado como inovador por introduzir novas formas de narrativa e expressão após a devastação da guerra.
  • III. O teatro do absurdo investe em uma realidade psicológica sem referencial identificável: Correta. As obras frequentemente apresentam situações desconcertantes, onde os personagens e o público não têm um referencial claro, enfatizando o caos e a incoerência.
  • V. O niilismo marca a trajetória das personagens Beckettianas: Correta. O niilismo, ou a ausência de sentido e propósito, é uma característica marcante nas obras de Beckett, onde as personagens frequentemente enfrentam um vazio existencial.

Análise das Alternativas Incorretas:

  • IV. O teatro do absurdo foi interrompido com o surgimento do teatro performativo: Incorreta. Embora o teatro performativo traga novas abordagens, ele não interrompe ou substitui o teatro do absurdo, mas sim oferece uma alternativa ou evolução na forma de expressão teatral.

Ao responder questões como essa, é importante prestar atenção aos termos específicos usados para descrever movimentos ou características teatrais e entender como eles se aplicam a exemplos clássicos, como as obras de Beckett.

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  1. A crise do drama, que emerge nos anos pós-guerra, apresenta um mundo em que o homem confinado a seus medos, sem expectativas do porvir, vai tornando-se espectro de um presente esvaziado de sentido, em permanente desconstrução.
  2. Nessa crise, a organização coerente das estruturas de sentimento e da própria linguagem são colocadas em xeque.
  3. Em tal processo, surge a dramaturgia provocadora do teatro do absurdo, enfatizando o tédio, a perda da ordem e preconizando o teatro pós dramático. 

ESTRAGON. - Didi. 

VLADIMIR. - O que? 

ESTRAGON. - Não posso continuar assim.  

VLADIMIR. - Diz isso facilmente.  

ESTRAGON. - E se nos separássemos? Quiçá nos fosse melhor.  

VLADIMIR. - Amanhã nos enforcaremos. (Pausa) A não ser que venha Godot.  

ESTRAGON. - E se vier?  

VLADIMIR. - Estaremos salvos. (...)” 

I. Samuel Beckett, Ionesco e Edward Albee diagnosticaram a falência do texto dramático tradicional;

II. O teatro do absurdo é considerado a vanguarda dramática do pós-guerra

III. O teatro do absurdo investe em uma realidade psicológica sem referencial identificável.

V. O niilismo (ideia de não haver nada ou nenhuma certeza que possa servir como base o conhecimento. Ou seja, nada existe de fato) marca a trajetória das personagens Beckettianas.

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