Receio que futuros muito encolhidos comandem vidas francamen...
O futuro encolheu
Nós, modernos, acordando, voltamo-nos sobretudo para o futuro. Definimo-nos pela capacidade de mudança − não pelo que somos, mas pelo que poderíamos vir a ser: projetos e potencialidades. O tempo de nossa vida é o futuro. Em nossos despertares cotidianos, podemos ter uma experiência fugaz e minoritária do presente, mas é a voz do futuro que nos acorda e nos faz sair da cama.
A questão é: qual futuro? Ele pode ser de longo prazo: desde o apelo do dever de produzir um mundo mais justo até o medo das águas que subirão por causa do efeito estufa. Ou então ele pode ser imediato: as tarefas do dia que começa, as necessidades do fim do mês, a perspectiva de um encontro poucas horas mais tarde.
Do século 17 ao começo do século 20, o tempo dominante na experiência de nossa cultura parece ter sido um futuro grandioso − projetos coletivos a longo prazo. Hoje prevalece o futuro dos afazeres imediatos. Nada de utopia, somente a agenda do dia. Afinal, aqueles futuros de outrora, gloriosos, revelaram-se como barbáries do século.
Ainda assim, o futuro encolhido de hoje parece um pouco inquietante. É que o futuro não foi inventado só para espantar a morte. O futuro nos serve também para impor disciplina ao presente. Ele é nosso árbitro moral. Esperamos dele que avalie nossos atos. Em suma: a qualidade de nossos atos de hoje depende do futuro com o qual sonhamos. Nossa conduta tenta agradar ao tribunal que nos espera. Receio que futuros muito encolhidos comandem vidas francamente mesquinhas.
(Adaptado de: CALLIGARIS, Contardo. Terra de ninguém. São Paulo: Publifolha, 2004, p. 88-89)
Receio que futuros muito encolhidos comandem vidas francamente mesquinhas.
A frase acima ganha nova redação, sem prejuízo para sua correção e seu sentido, em: Receio que
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Sinônimo de franco (francamente)
Leal, lhano, aberto, autêntico, cândido, correto, espontâneo, natural, simples, sincero, verdadeiro.
GABARITO D
OBSERVAÇÃO
A banca está pedindo uma Nova Redação em que sejam mantidos o sentido e a correção.
TEXTO BASE
" [Eu] Receio que futuros muito encolhidos comandem vidas francamente mesquinhas." = Isso significa dizer que o Sujeito (Eu) tem medo que "futuros muito encolhido" comandem/ordenem "vidas francamente mesquinhas". Além disso, pode ser feita a transposição da voz ativa para a voz passiva analítica, a qual seguiria o seguinte padrão: "vidas francamente mesquinhas"(OD) vira Sujeito da Passiva; Verbo Principal (comandem) vira Locução de Passiva; Sujeito da Ativa (futuros muito encolhidos) vira Agente da Passiva.
JUSTIFICANDO
A) [ERRADO] (Receio que) o comando de vidas essencialmente mesquinhas venham a encolher os nossos futuros. = O termo "venham" não está em concordância com o sujeito (o comando) da oração subordinada adjetiva restritiva. Logo, não preenche o segundo requisito, correção. Além disso, de qualquer modo, não atende ao mantimento dos sentidos, porquanto o receio não mais tem relação com a questão de o futuro comande a vida.
B) [ERRADO] (Receio que) nossos futuros passem a se encolherem comandados por vidas inteiramente mesquinhas. = Nessa alternativa, não se encontram erros gramaticais, visto que a forma "se encolherem" corresponde a uma dupla possibilidade, a qual pode estar tanto no plural quanto no singular. Porém, ao se analisar o sentido do excerto, percebe-se que o sujeito passivo passa a ser o "nossos futuros", diferentemente do que ocorre no texto base. Para perceber isso, basta substituir o "passem a se encolherem comandados por vidas (...)" por "passem a ser comandados por vidas (...)". Ao fazermos isso, perceberemos a locução de passiva caracterizadora da Voz Passiva Analítica. Transpondo-se, portanto, para a voz ativa, ficaria da seguinte forma: Eu receio que vidas inteiramente mesquinhas passem a comandar nossos futuros. Assim, isso muda o sentido da oração.
C) [ERRADO] (Receio que) vidas mesquinhas possam vir a comandar futuros objetivamente encolhidos. = Como ocorreu na última alternativa, o erro se encontra no sentido, o qual é alterado sempre que se coloca "vidas mesquinhas" como sendo o sujeito que pratica a ação de "comandar".
D) [CERTO] (Receio que) vidas verdadeiramente mesquinhas sejam comandadas por bem encolhidos futuros. = Nessa alternativa, podemos encontrar a versão correta, como ocorreu na alternativa B. "Sejam comandadas" corresponde à Locução de Passiva característica da Voz Passiva Analítica. Respeitando-se uma possível transposição da Voz Ativa para a Voz Passiva Analítica, caberia como foi ordenado pelo dispositivo da alternativa.
E) [ERRADO] (Receio que) nossos futuros mais encolhidos possam comandar nossas vidas mais mesquinhas. = Nessa alternativa, há alteração de sentido, posto que o Pronome Possessivo ("nosso") atribui a "vidas mais mesquinhas" uma característica adjetiva que não lhe pertence, no texto original.
Toda e qualquer observação é bem-vinda.
Gab. D
Muito (encolhidos) = bem (encolhidos)
Francamente = verdadeiramente
+ interpretação.
Fiz com base nisso e deu certo.
gabarito d
"futuros muito encolhidos comandem": para resolver essas questões vc precisa olhar para quem está com a ação de comandar, quem prartica. Aqui está dizendo que futuros comamdem e na reescrita ele precisa aparecer comandando novamente. Nas demais alternativas, mudaram os sujeitos que praticam a ação de comandar.
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