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Q2522584 Português
IGUALDADE E EQUIDADE


A filosofia guarda uma máxima: “tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida da sua desigualdade”. A frase é de Aristóteles e está diretamente relacionada ao conceito de equidade. Mas qual a diferença entre igualdade e equidade?

Em uma busca rápida na internet, o significado de igualdade que surge é: "a inexistência de desvios ou incongruências sob determinado ponto de vista, entre dois ou mais elementos comparados, sejam objetos, indivíduos, ideias, conceitos ou quaisquer coisas que permitam que seja feita uma comparação”. Para além do dicionário, a igualdade está presente no artigo 5º da Constituição Federal, que diz o seguinte: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes”.

Sendo assim, igualdade parece ser o ideal para se viver numa sociedade plena e justa. Onde entraria, assim, o conceito de equidade? Essa busca por um equilíbrio real se dá pela certeza de que não são todos iguais. Numa sociedade múltipla, as pessoas vêm de lugares diferentes e, por isso, vivem contextos diferentes. As mulheres, por exemplo, vivem situações específicas e diferentes dos homens, e esse aspecto de desigualdade presume que os direitos devem ser amplos, a ponto de ultrapassar as desigualdades, ainda que as diferenças existam.

A diferença entre igualdade e equidade se dá pelo direito à diferença: a diversidade dos indivíduos é levada em conta na equidade. Quando se fala em igualdade, acredita-se que todos são regidos pelas mesmas regras, sem levar em conta as especificidades. A equidade usa a igualdade como base, mas busca o equilíbrio dos desiguais, reconhecendo as características de cada grupo. Um exemplo nítido do reconhecimento da importância da equidade são as ações afirmativas. A política de cotas raciais entende que as pessoas negras, por razões históricas, não possuem os mesmos acessos. Dessa forma, as cotas atuam como uma ferramenta para garantir que a disputa seja equilibrada, a partir dessa desigualdade prévia. No caso das mulheres, a cota criada para que haja um mínimo do fundo partidário a ser destinado a candidaturas femininas é uma forma de harmonizar as chances, sabendo que as representações de mulheres dos cargos eletivos ainda são bem menores.

A equidade aproxima-se do conceito de justiça: somos diversos, temos características e necessidades específicas e, por isso, precisamos de diferentes soluções para garantirmos oportunidades equivalentes e efetivas. A equidade se aplica, portanto, a uma adaptação à situação específica. Se há diferenças  salariais, não são todos iguais. Se um corpo está mais vulnerável a abusos e violências, não há igualdade. Então a análise se dá tendo essas desigualdades como pressuposto, para o diagnóstico poder ser justo. Desse modo, para uma sociedade mais justa e igualitária, exige-se a construção de uma realidade mais equânime que igual. Trata-se de levar em consideração o que cada um necessita. (https://jornaldaparaiba.com.br/, com adaptações)
[Questão Inédita] As mulheres, por exemplo, vivem situações específicas e diferentes dos homens, e esse aspecto de desigualdade presume que os direitos devem ser amplos, a ponto de ultrapassar as desigualdades, ainda que as diferenças existam.

Assinale a alternativa com informação errada. 
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Como o termo trocado exerce a função de sujeito do verbo “existir", a forma correta é: “ainda que as diferenças existam" = “ainda que elas existam". O uso do pronome átono “as" caberia na substituição por um objeto direto, o que não é o caso. Não deixe de perceber que, na alternativa A, temos informação correta, visto que, graças ao verbo transitivo direto, cabe a transformação em voz passiva: Voz ativa - “As mulheres, por exemplo, vivem situações específicas e diferentes dos homens." -Voz passiva - “Situações específicas e diferentes dos homens são vividas, por exemplo, pelas mulheres." GABARITO C

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Comentários

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A) A primeira oração do trecho acima permite a criação de voz passiva. CERTO

As mulheres, por exemplo, vivem situações específicas e diferentes dos homens. SITUAÇÕES ESPECÍFICAS E DIFERENTES DOS HOMENS SÃO VIVIDAS PELAS MULHERES, POR EXEMPLO. O objeto direto se torna o sujeito (situações específicas e diferentes dos homens), incluem-se o verbo ser com o respectivo verbo da oração no particípio (são vividas) e o antes sujeito agora é o agente da passiva (pelas mulheres).

B) A vírgula antes da conjunção “e” justifica-se por ela ligar duas orações com sujeitos distintos. CERTO

As mulheres (PRIMEIRO SUJEITO DA ORAÇÃO PRINCIPAL), por exemplo, vivem situações específicas e diferentes dos homens,(VÍRGULA) e esse aspecto de desigualdade (SEGUNDO SUJEITO DA ORAÇÃO COORDENADA ADITIVA SINDÉTICA) presume que os direitos devem ser amplos...

C) O termo “as diferenças”, ao ser trocado por um pronome, resultará em: “ainda que as existam”. GABARITO, ERRADO.

Ainda que as diferenças existam (ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL CONCESSIVA), ''as diferenças'' é um sujeito simples determinado nessa oração, pode ser trocado por um pronome pessoal do caso reto da terceira pessoa do plural: ainda que elas existam.

D) A expressão “ainda que“ tem valor concessivo e pode ser trocada por “conquanto”. CERTO.

Perfeitamente, conjunções concessivas são as que indicam uma oração em que se admite um fato contrário à ação principal, mas incapaz de impedi-la: embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, bem que, se bem que , apesar de que, nem que, que.

E) O verbo “existir” está conjugado no modo do subjuntivo. CERTO

Inclusive a conjunção concessiva atrai esse modo verbal '' AINDA QUE EXISTAM''

As mulheres(SUJEITO AGENTE), por exemplo, vivem(V.T.D) situações específicas(O.D) e diferentes dos homens(O.D), e esse aspecto de desigualdade presume que os direitos devem ser amplos, a ponto de ultrapassar as desigualdades, ainda que as diferenças existam.

Assinale a alternativa com informação errada

Alternativas

A

A primeira oração do trecho acima permite a criação de voz passiva. Certo, no texto a voz é ativa, pois o sujeito pratica a ação expressa pelo verbo, as mulheres praticam a ação de viver situações específicas. Para transformamos em voz passiva, é importante lembrar que para podermos passar para voz ativa o verbo principal deve ser transitivo direto ou bitransitivo, porém ele não pode ficar na voz passiva quando for transitivo indireto, ou transitivo direto preposicionado, ou verbo de ligação, ou verbo intransitivo devemos: Transformar o objeto direto em sujeito: Situações específicas e diferentes dos homens(SUJEITO PACIENTE), agora o verbo principal na voz passiva fica no particípio e passa a ser acompanhado do verbo auxiliar "ser", ficando: são vividas e o antigo sujeito(as mulheres) se torna agente da passiva somado com preposição, geralmente "por" (pelas mulheres), ficando: Situações específicas e diferentes dos homens são vividas pelas mulheres.

B

A vírgula antes da conjunção “e” justifica-se por ela ligar duas orações com sujeitos distintos. Correto, pois a vírgula, segundo as regras, deve separar duas orações com sujeitos diferentes, veja: As mulheres(1° SUJEITO), por exemplo, vivem(O SUJEITO "AS MULHERES" É DESSE VERBO, QUEM VIVEM? AS MULHERES) situações específicas e diferentes dos homens, (AQUI SE INÍCIA A SEGUNDA ORAÇÃO) e esse aspecto de desigualdade(2° SUJEITO) presume(O SUJEITO DESSE VERBO É "ESSE ASPECTO DE DESIGUALDADE" (perceba que a vírgula aqui serve para separar duas orações com sujeitos diferentes) que os direitos devem ser amplos, a ponto de ultrapassar as desigualdades, ainda que as diferenças existam.

C

O termo “as diferenças”, ao ser trocado por um pronome, resultará em: “ainda que as existam”. Errado, pois quando os pronomes subjetivos são usados ​​para substituir os substantivos que são o sujeito da frase. Eles podem ser primeira, segunda ou terceira pessoa. Eles também podem ser singulares ou plurais. Os pronomes sujeitos são: eu, você, ele, ela, isso, nós e eles, o sujeito "As diferenças" deve ser trocado por "elas".

D

A expressão “ainda que“ tem valor concessivo e pode ser trocada por “conquanto”. Correto, pois Inicia uma oração subordinada em que se admite um fato contrário à ação proposta pela oração principal, mas incapaz de impedi-la

Conjunções: (muito) embora, ainda que, ainda quando , se bem que, mesmo que, mesmo quando, posto que, apesar de que, por mais que, nem que, conquanto, malgrado, não obstante, inobstante, em que pese, por muito que, por pouco que, por melhor que, por pior que, por menos que.

E

O verbo “existir” está conjugado no modo do subjuntivo. Certo.

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