No que diz respeito ao emprego dos sinais de pontuação no te...

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Q2486710 Português
Texto CG3A1

            A crise durou minutos. Fiquei encolhido, trêmulo, com a testa gelada, o corpo retesado, os músculos das costas contraídos e a boca cerrada para não bater os dentes, à espera do calor que as cobertas não traziam.
               O termômetro marcou 40,2 graus. Os calafrios eram o prenúncio de uma doença que por pouco não me levou desta para outra melhor, como diria minha avó. Tomei um comprimido de dipirona e dormi novamente. Às sete, levantei indisposto, com o corpo moído e as pernas combalidas, para ir a uma reunião na faculdade de medicina.
              Foi uma luta para não pegar no sono no meio da discussão. No jardim da faculdade, a caminho da rua, achei prudente voltar para casa. Um pouco de repouso me deixaria em condições de ir à penitenciária do estado depois do almoço, para o atendimento aos presos, atividade iniciada nesse presídio após a implosão do Carandiru.
           Apesar da intenção, não consegui sair. Passei a tarde qual cachorro decrépito, caindo em cima do computador enquanto tentava escrever minha coluna de jornal. Afora a falta de energia, no entanto, nenhum sintoma de gripe, resfriado ou outra enfermidade.
              À noitinha a febre retornou alta, acompanhada dos mesmos calafrios e de dor nas costas. Tentei fazer o que muitas vezes aconselhei a meus pacientes nessas crises: respirar fundo e relaxar. Não sei onde aprendi recomendação tão inútil para quem não é monge budista nem vive nas montanhas do Tibete. Relaxar, com o corpo tremendo feito vara verde? Na febre alta, as toxinas cravam as garras nos músculos e entorpecem o cérebro. O pensamento fica fragmentado, fugidio, em estado de introspecção. A astenia deixa o corpo avesso aos mínimos esforços.

Drauzio Varella. O médico doente.
São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 10-11 (com adaptações).  

No que diz respeito ao emprego dos sinais de pontuação no texto CG3A1, julgue o item a seguir.


No último período do segundo parágrafo, a correção gramatical e a coerência do texto seriam mantidas caso a vírgula após “sete” fosse deslocada para imediatamente após “levantei”.

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Comentários

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Gabarito: Certo.

Há mudança de sentido, mas a correção e coerência são mantidas.

 Às sete levantei, indisposto, com o corpo moído e as pernas combalidas [...]

Embora haja uma sutil mudança de sentido, não há alteração na coerência ou na correção gramatical.

Isso decorre do fato do adjunto adverbial deslocado (às sete) ter apenas duas palavras, o que torna a inserção da vírgula após esse termo facultativa. Já quanto à nova forma, em que se isola o adjetivo "indisposto" por vírgulas, não há incorreção gramatical, mas tão somente uma ênfase dada a esse termo como uma caracterização do sujeito desinencial (eu).

Certo.

Correção gramatical OK, pois a colocação da vírgula deixa a expressão adverbial de pequena extensão intercalada. Isso é possível, porque com expressões curtas o USO DA VÍRGULA É FACULTATIVO.

E a coerência, Doraci? Fica mantida, pois é possível fazer a leitura do trecho sem a perda da lógica, por exemplo.

A reescrita ficaria assim:

Às sete levantei, indisposto, com o corpo moído e as pernas combalidas, para ir a uma reunião na faculdade de medicina...

RESILIÊNCIA NO TREINO!! ❤️✍

Gabarito CERTO

O termo "indisposto" deixa de ser um adjunto adverbial e passa a ser um predicativo do sujeito.

corrijam-me!!!



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