Cadáver do sexo feminino, 57 anos, obesidade grau II, encami...
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Gabarito comentado
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A) ERRADO. Os achados dos exames externos internos não são indicativos da ocorrência de necrose tubular aguda, que poderia ter causado um insuficiência renal aguda. Seria preciso avaliar uma série de exames laboratoriais para considerar essa hipótese.
B) ERRADO. A morte por falência múltipla de órgãos normalmente é precedida pela ocorrência de algum trauma grave que leva à manifestação dessa síndrome. Pelo exame externo, só foi constatada uma escoriação no cotovelo direito do indivíduo, e nenhum outro dado de condição pré-existente foi fornecido. Assim, não é possível chegar à conclusão de que essa teria sido a causa da morte.
C) CERTO. A hemorragia intracraniana resulta, em geral, da ruptura de uma pequena artéria enfraquecida, principalmente por hipertensão arterial crônica. No caso em tela, foi encontrada uma rotura em área de dilatação arteriolar na região hemorrágica, ou seja, um aneurisma cerebral se rompe (dilatação que se forma na parede enfraquecida de uma artéria do cérebro). Alguns fatores de risco que contribuem para tal quadro incluem obesidade e uma dieta de alto risco, que é o caso da paciente, com histórico de obesidade grau II. Os outros achados também são compatíveis com esse quadro: aterosclerose generalizada, cardiomegalia e esteatose hepática.
D) ERRADO. O exame externo mostrou apenas uma escoriação no cotovelo (provavelmente devido à queda em via pública); não foram constatadas fraturas ou outras lesões no tecido cerebral, que corroborassem a hipótese de ocorrência de traumatismo cranioencefálico.
E) ERRADO. Os achados dos exames internos não são compatíveis com a morte por infarto agudo do miocárdio, em que poder-se-ia encontrar, por exemplo, obstrução das artérias coronárias, zonas de lesão e necrose do miocárdio, além da alteração dos marcadores laboratoriais.
Gabarito do professor: alternativa C.
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Paciente com fatores de risco para doença cerebrovascular (obesa, dislipidêmica). Teve mal súbito com rebaixamento do nível de consciência e escoriações pela face. Eventos súbitos podem ser coração ou cérebro, na maioria das vezes. Neste caso teve uma hemorragia cerebral na região dos núcleos da base com rotura de dilatação arteriolar sacular (ANEURISMA CEREBRAL). Roturas de aneurismas podem ser traumáticas, mas a grande maioria é ESPONTÂNEA.
Por Marcos Paulo (Neurocirurgião)
Interessante pensar sobre essa questão, o enunciado constrói bem um paciente com alto risco cardiovascular: "aterosclerose generalizada, coração pesando 730 g, hipertrofia acentuada de ventrículo esquerdo, tortuosidade de coronárias, esteatose hepática, rins discretamente reduzidos", e relata que o paciente teve um "mal súbito" o que provavelmente o levou a perda de consciência e queda ao solo da própria altura "constatada escoriação em face posterior do cotovelo direito" e "Não foram constatadas fraturas.". Agora o pulo do gato "rotura de dilatação arteriolar sacular de 2 mm na região hemorrágica" e onde fica essa "região hemorrágica"? "área dos núcleos lenticulares e do tálamo" ou seja, núcleos da base, onde se formam os famosos microaneurismas de Charcot Bouchard. Pensem, se a hemorragia fosse causada pela queda ela provavelmente seria periférica e não em núcleos da base, e o fato de ser um paciente com alto risco cardiovascular, muito provavelmente hipertenso de longa data a principal hipótese seria essa: Rompimento de microaneurismas de Charcot Bouchard e consequente hemorragia intra-craniana.
Fonte para estudo: http://anatpat.unicamp.br/taneuhemorragias.html
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