O conceito de clientelismo, muito aplicado na história da r...

O conceito de clientelismo, frequente na história republicana do Brasil, envolve as relações entre "poder" e "dependência". Vamos detalhar as afirmativas relacionadas a esse fenômeno:

• (I) Na antiga República Romana, muitos camponeses, que perderam suas terras, migraram para a cidade. Neste contexto, eles se tornaram clientes de famílias abastadas ou então passaram a compor a multidão de desocupados, pobres e famintos.
• (II) No Brasil colonial, a prática do clientelismo foi favorecida pela estruturação da sociedade patriarcal, baseada na posse de terras e escravos. Neste sistema, parentes menos afortunados, pequenos proprietários e prestadores de serviços dependiam da proteção dos grandes senhores, tornando-se seus clientes em troca de lealdade e serviços.
• (III) A prática do clientelismo também foi intensificada durante a República Velha, com a concentração do poder econômico e político nas mãos dos grandes “coronéis”, que mantinham a dependência de seus clientes por meio de favores e proteção.

Diante disso, podemos afirmar corretamente que:

A - Todas as afirmativas são verdadeiras.

Portanto, as três afirmativas exemplificam como o clientelismo se manifestou em diferentes períodos históricos, mantendo sua essência de troca de favores por lealdade e apoio político.

O clientelismo é uma relação de troca de favores entre o cidadão e o político. Sua origem se remonta a República Romana e pode ser encontrado em várias esferas de poder do governo.

Atualmente, o clientelismo pode ser entendido como um intercâmbio de votos por favores entre eleitores e políticos. Normalmente, isto acontece em sociedades onde a desigualdade social é muito grande e gera governos populistas. No Brasil temos uma grande quantidade de exemplos de clientelismo que vão desde a compra de votos à distribuição de benefícios somente na época das eleições.

GAB A

O termo é originalmente aplicado par a Roma antiga, mas não conforme o processo descrito ali. Havia clientelismo entre homens novos (como Cícero) e setores aristocráticos mais antigos (todos urbanos, e muitas vezes não tendo qualquer relação com camponeses que foram expulsos de suas terras). Gostaria muito que essa banca informasse sua bibliografia, porque toda essa prova traz coisas que só essa banca viu. Não encontro respaldo historiográfico para pelo metade dessa prova.

Para mim, acredito que o problema desta questão consiste na afirmação número I, foi mal redigida e que, portanto, abre caminho para uma outra interpretação. O "ou" utilizado na frase, poderia ser substituído por um "senão", "de outro modo", "do contrário", que são conjunções alternativas, mas que possuem características explícitas de consequência.

Honestamente falando, acho que questões de concurso público precisam bem redigidas e bem pensadas. Porém, a maioria dos brasileiros não sabem mais escrever (vide as questões pessimamente escritas, que nós somos submetidos a fazer, e pior: somos avaliados por elas).