A respeito dos verbos destacados em “Passam na frente da ban...
Universitários em fim de semestre: sobreviventes
Ruth Manus
Tá certo que eu sou mais uma dentre uma espécie chamada “professor”, que semi morre todo final de ano. Mas do sofrimento dos professores ninguém duvida. Estamos até um pouco na moda, vira e mexe aparecem posts fofos a nosso respeito, com ursinhos, imagens de pôr do sol e tudo mais.
Mas, sejamos justos, do drama dos universitários ninguém fala.
Tento ser durona com meus alunos, mando parar com o mimimi do fim do semestre, mas acabo sempre admitindo, ainda que não conte para eles, que os coitadinhos estão mesmo lascados.
Eu me lembro bem: segundo ano da faculdade, prova oral de processo civil e previdenciário no mesmo dia. Fatídico dia em que o termo “gastrite” saiu das bulas de remédios e foi parar na minha barriga pela primeira vez.
Gastrite, torcicolo, enxaqueca, dor nas costas, aftas, espinhas monstruosas. Universitário em época de prova é o sonho de toda farmácia e o pesadelo de todo plano de saúde.
Homens não fazem a barba, mulheres não depilam a perna. Suspeito, às vezes, que até do banho eles acabem esquecendo. Mas em nome do conhecimento, tá tudo liberado.
Universitários no fim do ano ficam completamente xaropes. Erram o dia da prova, estudam a matéria errada, vão fazer exame de matéria na qual passaram direito, esquecem caneta, esquecem a mochila, esquecem o nome do professor, quando não esquecem o próprio nome.
Por alguns dias, essas criaturas chegam ao ponto de passar mais tempo atualizando o portal para tentar verificar as notas (taca-lhe pau no F5) do que no facebook, no whatsapp e no instagram. Juntos.
E entre novembro e dezembro, quando chego para dar aula antes das 8 da manhã ou ainda estou na faculdade depois das 22 (pois é…), tenho a sensação de estar em um episódio de The Walking Dead. Alunos com aspecto moribundo perambulam pelos corredores como se não houvesse esperança, pensando seriamente em devorar cérebros de professores para ver se facilita na hora da prova.
E se o aluno estiver precisando de meio pontinho e encontrar o professor na cantina, pode aparecer o Caio Castro, a Ísis Valverde, o Ashton Kutcher ou a Megan Fox, que eles NÃO saem de lá. Oferecem um café, compram sonho de valsa, elogiam a roupa, tudo na maior sinceridade. Como diria Tim Maia, vale tudo.
E não podemos esquecer da interminável angústia das faltas. “Professor, o sistema está marcando 26 faltas, mas eu juuuuuro que só faltei 3 vezes. Não sei o que houve.”. Clássico. Esses sistemas são mesmo uns canalhas.
Mas dentre os surtados, o Prêmio Nobel do Surto Acadêmico vai para os que vão defender o TCC. Esses já nem se recordam que existe um negócio chamado “vida”. Passam na frente da banca de jornal e já têm dor de barriga só de pensar na palavra “banca”. O vocabulário se resume a: capa dura, capítulo, rodapé, orientador, espiral e pânico. Não tem água com açúcar, suco de maracujá ou calmante que resolva. O único remédio para essa dor é um composto de 8 letras: a + p + r + o + v + a + d + o. Mas, falando sério, não é fácil mesmo. Tem que ter muita força de vontade e compromisso. Provas, trabalhos, fichamentos, estágio, emprego, trânsito, ônibus, metrô, chuvaradas no fim da tarde, correria para evitar atrasos, chororô para justificar atrasos. Tem um ou outro fanfarrão, mas a maioria dá duro mesmo.
Tem conta pra pagar; casa para arrumar; relatório para entregar; filho para cuidar. Desses alunos que têm filho, por sinal, sou fã incondicional.
Não vou dizer para vocês que quando se formarem melhora. Seria mentira. As responsabilidades crescem em uma proporção bem incompatível com a progressão do salário; as horas de sono não aumentam e ainda tem uma pós, um mestrado e um futuro te esperando.
Mas posso dizer: vale a pena. Segurem a onda, força na peruca, inspira, respira, não pira. Já já o Natal tá aí. E uma hora o diploma também chega. Talvez vocês já não tenham cabelos, as unhas estejam completamente roídas, as olheiras tenham cor de berinjela e a miopia alcance 8 graus em cada olho, mas acreditem gatinhos, vocês chegam lá. Palavra de quem chegou (com algum cabelo, alguns dentes e alguma sanidade, até que se prove o contrário )
Fonte: http://vida-estilo.estadao.com.br/blogs/ruth-manus/universitarios-em-fim-de-semestre-sobreviventes/
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Comentários
Veja os comentários dos nossos alunos
GABARITO: LETRA E
? Mas dentre os surtados, o Prêmio Nobel do Surto Acadêmico vai para os que vão defender o TCC. Esses já nem se recordam que existe um negócio chamado ?vida?. Passam na frente da banca de jornal e já têm dor de barriga só de pensar na palavra ?banca?.
? Ambos verbos possuem sujeitos ocultos subentendidos (=refere-se aos "surtados"); ambos verbos estão conjugados na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo; (=têm ? acento diferencial).
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? FORÇA, GUERREIROS(AS)!!
“Passam na frente da banca de jornal e já têm dor de barriga só de pensar na palavra “banca”.”
A) Pelo contrário! presente do indicativo os que vão defender TCC passam e Têm (..)
B) Ele passam / Eles (TÊM)= 3ª do plural. Não esquecer: Tem = singular TÊM= Plural.
C) O sujeito é o mesmo em ambos os casos ..
Como não está expresso, mas pode ser determinado pelo contexto = desinencial/ Elíptico= Oculto.
os que vão defender o TCC. Esses já nem se recordam que existe um negócio chamado “vida”. Passam na frente da banca de jornal e já têm dor de barriga só de pensar na palavra “banca”.
D) 1º Não é sujeito simples, porque o sujeito simples é o que está expresso no período.
EX: Marcos joga basquete.
E) Ambos estão na 3ª e tem o mesmo referente.
Equívocos? Mande msg.
NÃO desista!
A questão é sobre concordância verbal e precisamos analisar não só o trecho deixado, mas como todo o parágrafo que está inserido. Após analisar marcaremos na alternativa a opção correta. Vejamos:
a) Incorreta.
Os verbos não estão no pretérito perfeito do indicativo e sim no presente do indicativo.
b) Incorreta.
Ambas são formas da terceira pessoa do plural. O verbo TER é marcado pelo acento circunflexo quando na terceira pessoa do plural.
c) Incorreta.
Ambos têm como sujeito "os que vão defender o TCC".
d) Incorreta.
Deveria sim, porque embora não seja sujeito composto, está no plural "os que vão defender o TCC".
e) Correta.
Sim, os verbos estão na terceira pessoa do plural e encontram-se no tempo presente do modo indicativo, porque expressam ação certa atual.
GABARITO: E
Mas dentre os surtados, o Prêmio Nobel do Surto Acadêmico vai para os que vão defender o TCC. Esses já nem se recordam que existe um negócio chamado “vida”. Passam na frente da banca de jornal e já têm dor de barriga só de pensar na palavra “banca”.
Verbos conjugados no presente do indicativo, mesmo sujeito para ambos os verbos e concordância adequada.
Assertiva E
Ambos referem-se à terceira pessoa do plural e encontram-se no tempo presente do modo indicativo.
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