São sinônimos de “aresta” (1o parágrafo) e “efemeridade” ...
Próximas questões
Com base no mesmo assunto
Ano: 2023
Banca:
VUNESP
Órgão:
Prefeitura de São José do Rio Preto - SP
Prova:
VUNESP - 2023 - Prefeitura de São José do Rio Preto - SP - Professor de Educação Básica I |
Q2265827
Português
Texto associado
Tudo se perde – e nos transforma.
Há de existir em cada aresta deste planeta um buraco negro
de meias desquitadas, elásticos de cabelo exilados e chaves de
casa fugitivas. Uma espécie de país das maravilhas, um mundo
invertido acessível apenas ao santo dos três pulinhos — não
importa o quanto você revire o sofá, olhe embaixo da cama ou
verifique a geladeira (afinal, por que não?). O mistério universal
dos objetos perdidos é tema central de dois livros infantojuvenis recém-chegados às livrarias brasileiras. Em Doutor Sumiço
(Companhia das Letrinhas), o cartunista paulista Caco Galhardo dá vida a Lico, um garoto que tem o superpoder de fazer
as coisas desaparecerem, mas acaba fazendo mau uso desse
dom. Já em A costura (Pequena Zahar), a escritora e ilustradora
argentina Isol nos conduz pela busca da menina Lila por itens
perdidos, que ela crê terem caído em buracos pelo mundo, fissuras que decide procurar e costurar.
Em comum às duas histórias há o destaque à figura da
avó, não só como porto seguro para os netos, mas também
como detentora e guardiã de saberes ancestrais. “No livro,
a avó traz o afeto, o amor e a compreensão, sem contar os
bolinhos de queijo. E é na casa dela que estão todas as lendas dos nossos antepassados que vão ficando pelo caminho”,
conta Galhardo.
Embora pouco afeitos a moralidades, os autores deixam
esfumaçadas algumas lições valiosas. Por trás da sucessão de
perdas que vivenciamos, há uma bonita lição a ser aprendida
sobre acolher a impermanência, a efemeridade, o fluxo incessante de chegadas e partidas que dão cadência à vida. As coisas que são deixadas para trás sem que se saiba onde também
nos convidam a aceitar o inexplicável como parte intrínseca da
jornada. Afinal, mistério sempre há de pintar por aí.
(Marília Kodic. Revista Quatro Cinco Um. 30 de maio de 2023. Adaptado)
São sinônimos de “aresta” (1o
parágrafo) e “efemeridade”
(3o
parágrafo), respectivamente, no contexto em que foram
empregados, os termos