Dois pacientes foram submetidos à realização de he...

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Ano: 2019 Banca: Quadrix Órgão: FHGV Prova: Quadrix - 2019 - FHGV - Farmacêutico |
Q1069120 Biomedicina - Análises Clínicas
Dois pacientes foram submetidos à realização de hemograma. O paciente A tinha cinquenta anos de idade e apresentava esplenomegalia, enquanto o paciente B tinha quatro anos de idade e mostrou‐se com quadro de febre, aumento do fígado e do baço e linfoadenopatia. Os resultados do eritrograma mostraram anemia normocítica normocrômica para ambos os pacientes. Os resultados do leucograma e da contagem de plaquetas estão apresentados a seguir.
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Com base nesse caso hipotético, assinale a alternativa correta.
Alternativas

Comentários

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C - Caso seja detectado, no paciente A, o rearranjo gênico BCR‐ABL por meio de teste molecular ou o cromossomo Filadélfia, ele deverá receber o diagnóstico de leucemia mieloide crônica.

Paciente A - 50 anos

O paciente apresenta anemia normocitica e normocrômica

900.000 plaquetas --> Trombocitose (VR: 150.000 a 400.00)

Além disso, o leucograma nos mostra a presença de leucocitose com desvio a esquerda até blastos (note que todas as células da linhagem mielóide foram observadas no sangue periférico, desde blastos até células maduras) e basofilia (Basófilos são células que normalmente se apresentam em baixa porsentagem, 8% é alto)

O conjunto:

  • Trombocitose
  • Anemia normocitica e normocromica
  • Leucocitose com desvio a esquerda até blastos
  • Basofilia
  • Blastos < 10%

Nos faz pensar imediatamente em LMC.

Paciente B - 4 anos

O paciente apresenta anemia normocitica e normocrômica

100.000 plaquetas --> Plaquetopenia (VR: 150.000 a 400.00)

O leucograma nos mostra ausência de células imaturas da linhagem mielóide, predominio de linfócitos e blastos > 20%

Esse conjunto nos leva a pensar em LLA, principalmente pelos blastos estarem elevados e o predominio de linfócitos.

Caso vc não saiba, uma leucemia é considerada aguda quando no sangue peirférico ou na medula óssea são encontrados mais de 20% de blastos, e quando encontramos menos de 10% é considerada crônica.

Agora vamos às alternativas:

  • A partir dos resultados de leucograma apresentados, é correto afirmar que os dois pacientes apresentam leucemia linfoide aguda.
  • A presença de blastos em ambos os leucogramas indica diagnóstico de leucemia mieloide aguda.

A presença de blastos não é suficiente para determinar a leucemia aguda, é necessária a quantificação deles e a análise de outros paramêtros.

  • Caso seja detectado, no paciente A, o rearranjo gênico BCR‐ABL por meio de teste molecular ou o cromossomo Filadélfia, ele deverá receber o diagnóstico de leucemia mieloide crônica.

O paciente já tem tudo para ser considerado com LMC, se encontrado o cromossomo filadélfia (responsável por causar a LMC) ou o gene BCR-ABL (fruto da translocação que gera o cromossomo filadélfia) o diagnóstico estará firmado.

  • Caso o paciente B seja submetido à realização de exame citogenético e seja identificado t(9;22) (q34;p11), o diagnóstico será de leucemia mieloide aguda.

A translocação entre os cromossomos 9 e 22 levam a formação do cromossomo filadélfia, que causa a leucemia mieloide crônica, não a aguda. Além disso, o paciente B não apresenta índicos de leucemia mieloide, e sim linfoide.

  • Considerando‐se os resultados de leucograma, ambos os pacientes devem ser submetidos a exame imunofenotípico e receber tratamento com mesilato de imatinibe.

Esse medicamento é indicado para pacientes com LMC, se aplicaria somente ao paciente A.

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