No quarto e no quinto parágrafo, com o objetivo de convencer...

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Q2369315 Português
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Texto 2

A lógica do humor

    Piada racista termina com polícia em casa de shows. É engraçado gozar de minorias? Até onde se pode chegar para fazer os outros rirem? Aliás, do que rimos?

    De um modo geral, achamos graça quando percebemos um choque entre dois códigos de regras ou de contextos, todos consistentes, mas incompatíveis entre si. Um exemplo: “O masoquista é a pessoa que gosta de um banho frio pelas manhãs e, por isso, toma uma ducha quente”. 

   Cometo agora a heresia de explicar a piada. Aqui, o fato de o sujeito da anedota ser um masoquista subverte a lógica normal: ele faz o contrário do que gosta, porque gosta de sofrer. É claro que a lógica normal não coexiste com seu reverso, daí a graça da pilhéria. Uma variante no mesmo padrão é: “O sádico é a pessoa que é gentil com o masoquista”.

    Essa “gramática” dá conta da estrutura intelectual das piadas, mas há também dinâmicas emocionais. Kant, na Crítica do juízo, diz que o riso é o resultado da “súbita transformação de uma expectativa tensa em nada”. Rimos porque nos sentimos aliviados. Torna-se plausível rir de desgraças alheias. Em alemão, há até uma palavra para isso: “schadenfreude”, que é o sentimento de alegria provocado pelo sofrimento de terceiros. Não necessariamente estamos felizes pelo infortúnio do outro, mas sentimo-nos aliviados com o fato de não sermos nós a vítima. 

    Mais ou menos na mesma linha vai o filósofo francês Henri Bergson. Em “O riso”, ele observa que muitas piadas exigem “uma anestesia momentânea do coração”. Ou seja, pelo menos as partes mais primitivas de nosso eu acham graça em troçar dos outros. Daí os inevitáveis choques entre humor e adequação social. 

    Como não podemos dispensar o riso nem o combate à discriminação, o conflito é inevitável. Resta torcer para que seja autolimitado. Não deixaremos de rir de piadas racistas, mas não podemos esquecer que elas colocam um problema moral. 


Disponível em: <https://avaranda.blogspot.com/2012/03/logica-do-
humor-helio-schwartsman.html>. Acesso em: 30 nov. 2023.

No quarto e no quinto parágrafo, com o objetivo de convencer o interlocutor da validade de suas proposições, o locutor do texto utiliza argumentos de 
Alternativas

Comentários

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GAB: A

No texto, utiliza do discurso de autoridade: Kant e Henri Bergson.

Gab. A (alerta texto longo)

Argumento de autoridade

O argumento de autoridade é aquele que se baseia na citação de uma fonte confiável, como um especialista no assunto que está sendo debatido. Em um debate sobre educação, por exemplo, Paulo Freire, como educador e pedagogo reconhecido internacionalmente, poderia ser citado como meio de fundamentar uma ideia apresentada na fala.

A citação da fonte pode ser feita tanto de forma direta – quando há a transcrição da citação, utilizando, em geral, as aspas – quanto de forma indireta, quando se reescreve aquilo que foi dito pela autoridade escolhida.

Argumento por evidência (ou por comprovação)

Esse tipo de argumento se baseia em uma evidência que possa levar o leitor a admitir e aceitar uma tese. Essa evidência pode ser, por exemplo, formada por dados estatísticos ou por pesquisas de diversos tipos, desde que a fonte esteja explícita. Ainda é possível utilizar esse tipo de argumento a partir de fatos notórios, ou seja, que são de domínio público.

Argumento por comparação (ou por analogia)

A argumentação por comparação ou analogia é aquela em que se estabelece relação de semelhança ou diferença entre a tese defendida e algum tipo de dado a fim de comprovar o ponto de vista defendido. Nesse caso, é possível construir analogias com obras de ficção, por exemplo, tais como romances e séries de televisão.

Argumento por causa e consequência

Esse tipo de recurso argumentativo busca comprovar a tese defendida a partir da exploração das relações de causa e consequência associadas ao tema debatido. Ao explicar os porquês e as consequências da temática em questão, pode-se confirmar as ideias expressas pela tese.

Argumento por ilustração (ou exemplificação)

Quando se tem um tema, ou mesmo uma tese, de caráter muito teórico, uma das maneiras mais interessantes de fundamentar o ponto de vista adotado é por meio da ilustração ou exemplificação. Esse recurso argumentativo se constrói a partir da elaboração de uma breve narrativa, que pode ser real ou fictícia, com o intuito de tornar mais concreto aquilo que está sendo defendido pelo texto.

Fonte: https://querobolsa.com.br/enem/redacao/tipos-de-argumentos

Essa “gramática” dá conta da estrutura intelectual das piadas, mas há também dinâmicas emocionais. Kant, na Crítica do juízo, diz que o riso é o resultado da “súbita transformação de uma expectativa tensa em nada”. Rimos porque nos sentimos aliviados. Torna-se plausível rir de desgraças alheias. Em alemão, há até uma palavra para isso: “schadenfreude”, que é o sentimento de alegria provocado pelo sofrimento de terceiros. Não necessariamente estamos felizes pelo infortúnio do outro, mas sentimo-nos aliviados com o fato de não sermos nós a vítima. 

  Mais ou menos na mesma linha vai o filósofo francês Henri Bergson. Em “O riso”, ele observa que muitas piadas exigem “uma anestesia momentânea do coração”. Ou seja, pelo menos as partes mais primitivas de nosso eu acham graça em troçar dos outros. Daí os inevitáveis choques entre humor e adequação social. 

Letra A

Argumento de autoridade é aquele que se baseia na citação de uma fonte confiável, como um especialista no assunto que está sendo debatido.

Caramba, não fazia ideia que tinha esse nome também

GABARITO: A

O Apelo à Autoridade é caracterizado como a tendência mental que todos nós possuímos, como seres humanos, de nos apoiarmos nos comportamentos e opiniões de pessoas bem sucedidas em certas áreas ao tomarmos nossas próprias decisões.

Elas podem ser famosas (como Platão, Marie Curie e Jane Goodall) ou figuras de referência na sua vida (como o seu pai, o seu melhor amigo ou o seu chefe).

O fato é que, embora recorramos à Platão em uma discussão filosófica ou às opiniões do seu pai sobre como limpar leite condensado quando ele se espalhou pela geladeira inteira, essas figuras nem sempre estão corretas em suas opiniões.

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