Marie-Claude Hubert, ao analisar a dramaturgia clássica, af...
Marie-Claude Hubert, ao analisar a dramaturgia clássica, afirma:
“A ação dramática não pode começar nem terminar ao acaso. Ela só seria coerente ao satisfazer a exigência do verossímil e do necessário. (…) A unidade de ação só é crível para o espectador, se os fatos se encadearem de acordo com um princípio lógico de causalidade.”
Esta afirmação confirma o pensamento aristotélico que privilegia:
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Alternativa correta: A - o verossímil sobre o verdadeiro
Vamos entender o tema central da questão. A análise feita por Marie-Claude Hubert sobre a dramaturgia clássica está intimamente ligada aos conceitos aristotélicos de teatro, especificamente à unidade de ação e ao verossímil. Aristóteles, em sua obra "Poética", enfatiza que a narrativa teatral deve seguir um curso lógico de eventos, onde cada acontecimento é consequência do anterior, gerando assim uma cadeia de causalidade que faz sentido para o espectador.
De acordo com Aristóteles, o verossímil (ou seja, o que parece ser verdade dentro do contexto da obra) é mais importante do que o verdadeiro factual. O público deve ser levado a acreditar na veracidade dos acontecimentos no universo da peça, mesmo que eles não sejam necessariamente verdadeiros no mundo real.
Justificativa para a alternativa correta (A): A opção "o verossímil sobre o verdadeiro" reflete precisamente a ideia aristotélica de que a coerência interna da obra é crucial, priorizando a lógica dos acontecimentos dentro da história sobre a verdade factual. Assim, a peça teatral deve ser crível e seguir uma sequência lógica que o público possa aceitar como plausível dentro do contexto narrativo.
Análise das alternativas incorretas:
B - o poético sobre o imaginário: Essa alternativa não se alinha com o pensamento aristotélico sobre a dramaturgia. Aristóteles distingue entre o poético e o histórico, mas não faz uma comparação direta entre poético e imaginário.
C - o real sobre o maravilhoso: Aristóteles não coloca o real em oposição ao maravilhoso. Na verdade, ele aceita o uso do maravilhoso, desde que as ações dentro do drama sejam verossímeis e logicamente estruturadas.
D - o sublime sobre o trágico: Esta opção está fora de contexto em relação à teoria aristotélica. Aristóteles discute a tragédia em sua "Poética" e não coloca o sublime em oposição ao trágico.
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