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Q2915789 História

Entre as décadas de 1980 e 2010 emergiu uma nova historiografia da escravidão na Idade Moderna, cujo foco englobava, além das formas de trabalho, a diversidade da organização sociocultural dos africanos e afrodescendentes escravizados e trazidos para o Brasil.


Assinale a opção que caracteriza corretamente os autores e as obras responsáveis por esta renovação no campo da historiografia.

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A alternativa correta é a alternativa E.

A questão aborda as mudanças na historiografia da escravidão na Idade Moderna, especialmente entre as décadas de 1980 e 2010. Esse período foi marcado por uma nova abordagem, que não se limitou a tratar das formas de trabalho dos escravizados, mas também incluiu a análise da rica e diversa organização sociocultural dos africanos e afrodescendentes trazidos ao Brasil. Os estudiosos começaram a explorar mais profundamente as dimensões culturais, sociais e familiares dos escravos, mostrando como esses aspectos influenciaram e foram influenciados pelo sistema escravista.

Justificativa da alternativa correta:

Alternativa E: Em 2000, Luis Felipe de Alencastro publicou O Trato dos Viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul, obra que mostra como as relações entre a América Portuguesa e Angola formavam um único sistema de exploração colonial. Esse estudo examina as conexões entre as duas regiões e como essas relações impactaram a formação do Brasil contemporâneo, focando nas interações complexas e multifacetadas que caracterizaram a experiência colonial. Essa abordagem é representativa da nova historiografia que a questão menciona, pois vai além de apenas descrever o trabalho escravo e analisa o contexto mais amplo das relações coloniais.

Justificativa das alternativas incorretas:

Alternativa A: Em 1999, Robert Slenes publicou Na Senzala, uma flor: esperanças e recordações na formação da família escrava. Contudo, essa obra não se alinha com a tese de Gilberto Freyre sobre a licenciosidade sexual dos negros cativos. Pelo contrário, Slenes desafia essa visão simplista ao explorar como as famílias escravas se formaram e mantiveram seus laços, mesmo dentro do sistema opressor da escravidão.

Alternativa B: Em 1988, Sílvia Hunold Lara publicou Campos da Violência, onde de fato explora a violência no sistema escravista. No entanto, não retrata os escravos apenas como objetos passivos, incapazes de resistência. Lara discute as complexidades das relações de poder e as formas de resistência dos escravos, mostrando um panorama mais completo e dinâmico da escravidão.

Alternativa C: Em 1982, Kátia Mattoso publicou Ser escravo no Brasil. Embora essa obra seja importante, ela não pode ser caracterizada simplistamente como "um estudo marxista" que trata a escravidão apenas como um sistema econômico. Mattoso oferece uma análise mais abrangente, incluindo aspectos culturais, sociais e econômicos da vida dos escravizados.

Alternativa D: O artigo de José Luis Fragoso e Manolo Florentino, publicado em 1987, não conclui que os escravos eram incapazes de criar laços duráveis. Pelo contrário, os autores demonstram as estratégias e esforços dos escravos para manter suas famílias unidas, apesar das dificuldades impostas pelo sistema escravista, como a separação de membros da família.

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Comentários

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Luis Felipe de Alencastro publicou ´O Trato dos Viventes´

Era caracterizado por uma posição racista, de modo que via os escravos como, por natureza, inferiores, não os tratando como seres humanos, mas sim como objetos que não eram dignos de respeito.

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