“[...] o discurso em favor da educação popular é antigo: pre...
No Brasil, o discurso em favor da educação popular é antigo: precedeu mesmo a Proclamação da República. Já em 1822, Rui Barbosa, baseado em exaustivo diagnóstico da realidade brasileira da época, denunciava a vergonhosa precariedade do ensino e apresentava propostas de multiplicação de escolas e de melhoria qualitativa.
Desde então, e até hoje, diagnósticos, denúncias e propostas de educação popular têm estado sempre presentes no discurso político sobre a educação no Brasil. E também desde então, e até hoje, esse discurso vem sempre inspirado nos ideais democrático-liberais: o objetivo é a igualdade social, e a democratização do ensino é vista como instrumento essencial para a conquista desse objetivo.
Assim, as expressões “igualdade de oportunidades educacionais” e “educação como direito de todos” tornaram-se lugares-comuns, num repetido discurso em favor da democratização do ensino.
Ao longo do tempo, esse discurso ora toma uma direção quantitativa, em defesa da ampliação de ofertas educacionais — aumento do número de escolas para as classes populares, obrigatoriedade e gratuidade do ensino elementar —, ora se volta para a melhoria qualitativa do ensino — reformas educacionais, reformulações da organização escolar, introdução de novas metodologias, aperfeiçoamento de professores.
Na verdade, o discurso oficial pela democratização da escola, seja na direção quantitativa, seja na direção qualitativa, procura responder à demanda popular por educação, por acesso à instrução e ao saber. A escola pública não é, como erroneamente se pretende que seja, uma doação do Estado ao povo; ao contrário, ela é uma progressiva e lenta conquista das camadas populares em sua luta pela democratização do saber, através da democratização da escola.
(SOARES, Magda. Linguagem e escola: uma perspectiva social. São Paulo: Ática, 1989. Adaptado).
“[...] o discurso em favor da educação popular é antigo: precedeu mesmo a Proclamação da República.” (1º parágrafo)
Em qual reestruturação do período acima a norma-padrão foi atendida?
Comentários
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Gabarito está A.
Essa ênclise com o verbo no futuro do pretérito está correta?
Marquei C.
Atualizado 12/09/17
QC alterou o gabarito para C.
O GABARITO É A ALTERNATIVA C E NÃO A ALTERNATIVA A
Vamos ao que segue....
A - O discurso em favor da educação popular é antigo, pois sucederia-lhe a Proclamação da República.
ERRADO- verbo no futuro exige MESÓCLISE. Ficando assim: sucede-lhe-ia.
B - À Proclamação da República, ocorrida em 1889, precedeu o discurso em favor da educação popular.
ERRADO. Não inicia frase com crase... OBS: existem casos que a frase está invertida, podendo apresentar crase no início da frase. Porém, nesse caso, a frase está na ordem direta.
C - O discurso em favor da educação popular é antigo, já que a Proclamação da República foi-lhe sucedida.
CORRETO
D - O discurso à favor da educação popular é antigo, visto que precedeu mesmo a Proclamação da República.
ERRADO - faltou crase antes de "Proclamação da República". Visto que o verbo "precedeu" exige a preposição "a" (quem precede, precede a algo)
E - A Proclamação da República ocorreu em 1889, logo, o discurso a favor da educação popular não sobreveio-lhe.
ERRADO - O "não" é palavra atrativa que atrai o pronome. Deveria ser assim:"... não lhe sobreveio."
Espero ter ajudado...
Abraço
C- O discurso em favor da educação popular é antigo, já que a Proclamação da República foi-lhe sucedida.
A locução a favor de é mais usada como sinônimo de favorável a.
A locução em favor de é mais usada como sinônimo de em prol de.
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