Paulo Resende, coordenador do núcleo de infraestrutura da F...
Próximas questões
Com base no mesmo assunto
Ano: 2017
Banca:
COPESE - UFT
Órgão:
UFT
Provas:
COPESE - UFT - 2017 - UFT - Administrador
|
COPESE - UFT - 2017 - UFT - Biólogo |
COPESE - UFT - 2017 - UFT - Relações Públicas |
COPESE - UFT - 2017 - UFT - Tecnólogo de Área de Gestão e Negócio |
Q793639
Português
Texto associado
Leio o texto a seguir e responda a questão.
Texto I
Transporte é apenas parte das soluções para mobilidade urbana
Pensar em soluções para mobilidade urbana não pode se
resumir a criar ou expandir sistemas de transporte, mas sim
integrar um conjunto de ações que passam também pelo uso e
ocupação racional do solo, sobre como as cidades são
ocupadas.
A afirmação é de Paulo Resende, coordenador do núcleo de infraestrutura da Fundação Dom Cabral. Além disso, Resende defende a revisão do papel do setor público como provedor de soluções em mobilidade, a criação de agências metropolitanas com mandato supramunicipal e um arcabouço jurídico e social que garanta a continuidade dos projetos estruturantes.
A afirmação é de Paulo Resende, coordenador do núcleo de infraestrutura da Fundação Dom Cabral. Além disso, Resende defende a revisão do papel do setor público como provedor de soluções em mobilidade, a criação de agências metropolitanas com mandato supramunicipal e um arcabouço jurídico e social que garanta a continuidade dos projetos estruturantes.
Suas recomendações têm como base a constatação de
que hoje as grandes e médias cidades em todo o mundo vivem
uma escolha entre o caos e a prosperidade.
"O gestor público ainda insiste no mito de que a redução
dos congestionamentos é o objetivo de todas as políticas de
mobilidade, mas Los Angeles, por exemplo, tem 400 km diários
de congestionamento", exemplifica.
Para ele, a diferença entre a cidade norte-americana e
São Paulo ou Bangalore, na Índia, é que lá trata-se de uma
opção. "Lá, assim como em outras grandes cidades do mundo,
há alternativas para quem quiser optar por não usar
o transporte individual. No Brasil não há."
Quando se fala em um uso racional do espaço, o principal
efeito sobre uma mobilidade mais eficiente é a redução dos
deslocamentos. Moradias longe dos destinos, sejam eles o
trabalho ou escola, obrigam as pessoas a atravessarem
diariamente grandes distâncias.
Desenvolvimento regional é parte dessa política. É por
isso que o especialista defende também ações de âmbito
metropolitano. "Municipalizar a questão da mobilidade só
transfere o caos para as periferias".
Resende lembra que não são só os mais pobres que
vivem longe do centro. Há um movimento forte da classe alta
para condomínios e cidades da região metropolitana. Nesse
aspecto, criar vias só beneficia o carro.
"Não adianta apenas focar em obras sem transporte de
massa, a integração entre os sistemas e a redução dos
deslocamentos. Respostas urgentes, como mais vias, são de
soluções de engenharia, não de inteligência."
E Resende vai além: para ele, o metrô é onde o rico anda
com o pobre em qualquer grande cidade do mundo, que
também tem processos de suburbanização de várias classes
sociais, mas o Brasil é o único país onde as cidades ainda
insistem na segregação. "Quem é favorecido por esse
sistema", questiona.
Segundo Resende, São Paulo tem 170 km2 de vias e
445 km2 de carros. Simplesmente não cabe. Ainda de acordo
com o especialista, a cidade perde R$ 80 bilhões por ano com
os congestionamentos, já descontados o que é considerado um
congestionamento natural numa cidade como essa.
"A falta de soluções para a mobilidade leva as pessoas ao
carro, o que retroalimenta o caos", conclui.
Fonte: Dimalice Nunes. Diálogos Capitais. Disponível em: <http:// http://www.cartacapital.com.br/dialogos-capitais/transporte-e-apenas-parte-dassolucoes-para-mobilidade-urbana>. Acesso em: 26 jan. 2017. (Texto adaptado).
Paulo Resende, coordenador do núcleo de infraestrutura da
Fundação Dom Cabral, propõe que: