A família pode ser constituída dinamicamente de forma consc...
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Alternativa correta: C - Saber emprestar as suas funções de ego, ou seja, a capacidade de perceber e de pensar enquanto as do filho ainda não estão desenvolvidas.
A questão aborda a importância das funções da mãe no desenvolvimento emocional e psicológico da criança, com foco na teoria de Donald Winnicott, que introduziu o conceito de "mãe suficientemente boa". Para resolver essa questão, é necessário ter conhecimentos sobre as funções que uma mãe desempenha no processo de desenvolvimento do ego infantil.
Vamos detalhar a alternativa correta e as incorretas para facilitar a compreensão:
Alternativa C - Saber emprestar as suas funções de ego: Essa afirmação está correta. Winnicott argumenta que uma mãe suficientemente boa consegue "emprestar" suas funções de ego ao bebê, ajudando-o a organizar suas experiências e a desenvolver sua capacidade de pensar e perceber a realidade. Enquanto o bebê ainda é incapaz de fazer isso por conta própria, a mãe atua como intermediária, facilitando o desenvolvimento gradual dessas habilidades.
Alternativa A - Ser continente: Embora a função de ser continente, que envolve oferecer uma forma de comunicação primitiva e uma sintonia afetiva com o bebê, seja importante, essa descrição corresponde mais à função de um "ambiente suficientemente bom" do que especificamente às funções de ego. Essa resposta está parcialmente correta, mas não é a mais precisa para o contexto da questão.
Alternativa B - Saber determinar as inevitáveis frustrações: Esta alternativa menciona um conceito importante relacionado à introdução do pai na dinâmica familiar e às frustrações inevitáveis que ajudam no desenvolvimento da criança. No entanto, isso se refere mais à teoria de Jacques Lacan sobre a função paterna e o complexo de Édipo, e não diretamente às funções de uma mãe suficientemente boa segundo Winnicott.
Alternativa D - Para-excitação: A ideia de para-excitação, que envolve a mãe sobreviver aos ataques destrutivos e às demandas vorazes do filho, está associada às teorias de Melanie Klein sobre a relação mãe-filho. Embora seja um aspecto relevante do vínculo mãe-filho, não é o conceito central da mãe suficientemente boa segundo Winnicott.
Com essas explicações, fica claro que a alternativa C é a correta, pois ela se alinha diretamente com a teoria de Winnicott sobre a mãe suficientemente boa. Esta teoria enfatiza a importância da mãe em "emprestar" suas funções de ego ao filho enquanto ele desenvolve suas próprias capacidades.
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Resposta: C
Uma adequada maternagem – que Winnicott denomina como sendo aquela provinda de uma mãe suficientemente boa – alude ao fato de que essa mãe não frustra, nem gratifica, de forma excessiva, e que possibilita um sadio crescimento do self do seu filho. Essa condição de maternagem requer uma série de atributos e funções da mãe, que tanto podem pautar por uma normalidade, como também podem adquirir caraterísticas patogênicas. Pela extrema importância que esses múltiplos aspectos da relação mãe-filho exercem no desenvolvimento do ser humano, cabe descrevê-los separadamente.
A mãe deve emprestar as suas “funções do ego”, como as capacidades de perceber, pensar, juízo crítico, etc., de modo a organizar
e processar essas funções do ego de seu filho, enquanto ele ainda não as tem desenvolvidas.
Saber emprestar as suas funções de ego, ou seja, a capacidade de perceber e de pensar enquanto as do filho ainda não estão desenvolvidas. Correto
Saber emprestar as suas funções de ego, ou seja, a capacidade de perceber e de pensar enquanto as do filho ainda não estão desenvolvidas. Correto
Winnicott chama de “mãe suficientemente boa” a mulher “comum” que, naturalmente, adapta-se sensivelmente às necessidades de seu bebê. Inicialmente, a “mãe suficientemente boa” encontra-se num estado especial de “sensibilidade exacerbada, quase uma doença” (Winnicott, 1956), que começa a se desenvolver na gestação e se intensifica nas últimas semanas de gravidez se prolongando às primeiras semanas após o nascimento do bebê, atenuando-se após este período e tendendo ao desaparecimento. Nesta fase, a mãe atinge o mais alto grau da capacidade de identificação com o seu bebê e para isso usa suas próprias experiências como bebê, voltando-se totalmente aos cuidados de seu filho. “Ela passa a ser ele. É um estado de verdadeira fusão emocional” (Coutinho, 1997, p. 98). Winnicott deu um nome especial a esse estado psicológico especial da mãe - “preocupação materna primária” (Winnicott, 1956). Para entrar nesse estado delicado, a mulher precisa se sentir protegida, necessita de um ambiente facilitador para ela mesma, representado pelo pai do bebê e pela família.
Saber emprestar as suas funções de ego, ou seja, a capacidade de perceber e de pensar enquanto as do filho ainda não estão desenvolvidas, compreender as necessidades e desejos do bebê.
COUTINHO, F. (1997). O ambiente facilitador: a mãe suficientemente boa. In PODKAMENI, A. B. & GUIMARÃES, M.A.C. Winnicott: 100 anos de um analista criativo. Rio de Janeiro: NAU, 1997.
WINNICOTT, D. W. (1956). A preocupação materna primária. In Da pediatria à psicanálise: obras escolhidas. Rio de Janeiro: Imago Ed., 2000.
Gabarito: Letra C
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