Em 2016, a psicóloga Gésica Bergamini ouviu falar de uma téc...
Próximas questões
Com base no mesmo assunto
Ano: 2025
Banca:
UFU-MG
Órgão:
UFU-MG
Provas:
UFU-MG - 2025 - UFU-MG - Arquiteto e Urbanista
|
UFU-MG - 2025 - UFU-MG - Bibliotecário - Documentalista |
UFU-MG - 2025 - UFU-MG - Arquivista |
UFU-MG - 2025 - UFU-MG - Economista |
UFU-MG - 2025 - UFU-MG - Engenheiro/Civil |
UFU-MG - 2025 - UFU-MG - Médico/Pediatra |
UFU-MG - 2025 - UFU-MG - Técnico em Assuntos Educacionais/Educação Superior e Apoio Administrativo |
UFU-MG - 2025 - UFU-MG - Técnico em Assuntos Educacionais/Educação Básica/Educação Especial e Apoio Administrativo |
Q3157761
Português
Em 2016, a psicóloga Gésica Bergamini ouviu falar de uma técnica terapêutica alternativa que estava se
popularizando: a constelação familiar. Como uma profissional da área, decidiu se atualizar – comprou livros sobre
o tema e foi participar de sessões presenciais para entender aquele método alternativo. O que ela ouviu ao ser
atendida, porém, não é o que se espera de uma terapia convencional.
É que Gésica tem um filho autista – e o que lhe foi dito em uma sessão de constelação é que a “culpa” disso era dela mesma. O motivo? Ela era uma pessoa que enfrentava ideação suicida, decorrente de transtornos psiquiátricos. “Me disseram que, como eu negava a vida, eu não poderia dar a vida a ele. Eu precisava aceitar a vida e renascer para meu filho se ‘curar’ do autismo”, conta.
Nem é preciso dizer que isso é pura balela: o transtorno do espectro autista resulta do desenvolvimento atípico do cérebro de uma pessoa, tem raízes genéticas e não é “culpa” de alguém, muito menos por razões espirituais. E, claro, não tem cura.
Esse nem foi o maior absurdo que Gésica ouviu naquele dia. Na sessão de outra paciente – as constelações ocorrem em grupo e são abertas, como veremos adiante –, uma mulher relatou que havia sido abusada sexualmente pelo pai. Um homem desconhecido foi chamado para “representar” seu pai naquela sala, e ela foi orientada a se ajoelhar e pedir perdão a ele. “Ela chorava demais e dizia ‘eu não consigo, eu não consigo”’, conta Gésica.
Esse não é um relato isolado. Nos últimos anos, depoimentos de pessoas que passaram por situações vexatórias e humilhantes durante sessões de constelação familiar passaram a aparecer com mais frequência na mídia e nas redes sociais, levantando um debate sobre a validade de sua aplicação. [...]
Disponível em: https://super.abril.com.br/ciencia/o-que-e-a-constelacao-familiar-e-quais-sao-seus-perigos. Acesso em: 29 ago. 2024.
Com base nas sequências textuais e na construção argumentativa do fragmento, a estrutura do texto
É que Gésica tem um filho autista – e o que lhe foi dito em uma sessão de constelação é que a “culpa” disso era dela mesma. O motivo? Ela era uma pessoa que enfrentava ideação suicida, decorrente de transtornos psiquiátricos. “Me disseram que, como eu negava a vida, eu não poderia dar a vida a ele. Eu precisava aceitar a vida e renascer para meu filho se ‘curar’ do autismo”, conta.
Nem é preciso dizer que isso é pura balela: o transtorno do espectro autista resulta do desenvolvimento atípico do cérebro de uma pessoa, tem raízes genéticas e não é “culpa” de alguém, muito menos por razões espirituais. E, claro, não tem cura.
Esse nem foi o maior absurdo que Gésica ouviu naquele dia. Na sessão de outra paciente – as constelações ocorrem em grupo e são abertas, como veremos adiante –, uma mulher relatou que havia sido abusada sexualmente pelo pai. Um homem desconhecido foi chamado para “representar” seu pai naquela sala, e ela foi orientada a se ajoelhar e pedir perdão a ele. “Ela chorava demais e dizia ‘eu não consigo, eu não consigo”’, conta Gésica.
Esse não é um relato isolado. Nos últimos anos, depoimentos de pessoas que passaram por situações vexatórias e humilhantes durante sessões de constelação familiar passaram a aparecer com mais frequência na mídia e nas redes sociais, levantando um debate sobre a validade de sua aplicação. [...]
Disponível em: https://super.abril.com.br/ciencia/o-que-e-a-constelacao-familiar-e-quais-sao-seus-perigos. Acesso em: 29 ago. 2024.
Com base nas sequências textuais e na construção argumentativa do fragmento, a estrutura do texto