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Ano: 2019 Banca: NUCEPE Órgão: FMS Prova: NUCEPE - 2019 - FMS - Médico Psiquiatra |
Q1051377 Psiquiatria
A alteração psicopatológica que descreve o quadro de uma “mulher de 30 anos de idade com relato de crença de que um rapaz, que acredita estar interessado em sua pessoa, esteja controlando seus comportamentos e inserindo pensamentos em sua mente”, é:
Alternativas

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A alternativa correta para a questão é a Alternativa B - Alteração da consciência da atividade do eu.

Tema central da questão: A questão aborda o conceito de distúrbios psicopatológicos relacionados à percepção do 'eu'. Especificamente, examina como uma pessoa pode experienciar pensamentos ou ações que não reconhece como próprios, mas sim como sendo controlados ou inseridos por outros. Este é um campo da psicopatologia que requer entendimento sobre a experiência subjetiva de controle mental.

Justificativa da alternativa correta (B): A alteração da consciência da atividade do eu refere-se a uma perturbação onde a pessoa sente que suas ações ou pensamentos estão sob o controle de outra pessoa ou entidade externa. No caso descrito, a mulher acredita que um rapaz está controlando seus comportamentos e inserindo pensamentos em sua mente, o que é um exemplo clássico deste tipo de alteração.

Análise das alternativas incorretas:

A - Alteração da consciência dos limites do eu: Esta se refere a uma dificuldade em diferenciar o que faz parte do seu próprio corpo ou mente do que é externo. Embora esteja relacionada, não descreve adequadamente a crença de ser controlado por outro.

C - Alucinação cenestésica: Envolve sensações corporais incomuns que não têm base em estímulos reais, como sentir que algo está se movendo dentro do corpo. Não se aplica ao cenário descrito, que envolve controle mental e não sensações físicas.

D - Alucinação cinestésica: Esta refere-se a percepções falsas de movimento em partes do corpo, novamente não relevante para a questão de inserção de pensamentos ou controle mental.

E - Disprosexia: Refere-se a distúrbios da atenção, uma área distinta da psicopatologia que não se relaciona com a crença de controle ou inserção de pensamentos por outra pessoa.

Para resolver questões como esta, é importante entender bem as definições e exemplos de diferentes distúrbios psicopatológicos, focando nas descrições clínicas e nas experiências subjetivas relatadas.

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Consciência da atividade do Eu – a consciência de pertença dos sentimentos e ações. Por vezes os doentes têm a sensação de já não serem os mesmos, sentem-se estranhos em relação a si próprios. São as vivências de personalização que, em situações ligeiras podem surgir em momentos de grande stresse e ansiedade, e em situações graves em perturbações depressivas e esquizofrénicas. Noutros casos os doentes perdem a noção de pertença do seu pensamento, que é manipulado pelo exterior, podendo ser subtraído, como no roubo do pensamento, ou imposto, como na imposição do pensamento. Outras atividades como a vontade, a linguagem e os comportamentos podem deixar de ser dominados pelo doente, que se sente controlado pelo exterior: são as chamadas vivencias de influenciamento. Estas alterações são comuns em doentes esquizofrénicos e são vividas com convicção absoluta. Consciência da unidade do Eu – consciência que em cada momento há só um “eu”. Em algumas situações de despersonalização ansiosa ou depressiva, o indivíduo pode sentir-se como dividido. No entanto, é em alguns psicóticos que se pode encontrar uma clara perturbação da unidade do Eu, sentindo-se o doente como duas pessoas simultaneamente. Consciência da identidade do Eu – consciência que se é o mesmo que antes. Alguns doentes esquizofrénicos sentem que já não são a mesma pessoa que no passado. Em algumas situações dissociativas, como na fuga dissociativa (fuga psicogénica), e na perturbação dissociativa da identidade (perturbação múltipla da personalidade), também estão presentes sentimentos de mudança de identidade. Consciência dos limites do Eu – consciência do Eu em oposição ao exterior e aos outros. Em alguns indivíduos os limites entre o Eu e o mundo externo não estão bem definidos. Temos como exemplos algumas situações vividas por doentes esquizofrénicos, como a difusão do pensamento, em que o doente pensa que os seus pensamentos são conhecidos por toda a gente, o transitivismo, em que projeta para o exterior o que se passa nele, e a apropriação, em que sente como dele o que se passa à sua volta.

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