A Triagem Auditiva Neonatal Universal (TANU), implementada p...
I. As habilidades auditivas são funções primordiais para que a criança possa desenvolver adequadamente a fala e a linguagem. A interrupção total ou parcial dessas funções poderá causar atraso no desenvolvimento da criança. Portanto, o diagnóstico precoce da deficiência auditiva, acompanhada de imediata e adequada intervenção fonoaudiológica, poderá evitar atrasos não só no processo da alfabetização de crianças, mas também no seu desenvolvimento psicossocial. O Joint Committee on Infant Hearing (JCIH) recomenda os métodos de triagem, diagnóstico e acompanhamento audiológico, considerando as perdas auditivas neonatais, progressivas, de aparecimento tardio e, ainda, o espectro da neuropatia auditiva.
II. A triagem auditiva deve ser um processo rápido e simples, utilizando-se exames fisiológicos, para identificação de possíveis alterações auditivas em neonatos. A metodologia difere para as crianças com e sem indicadores de risco para a perda auditiva. Para crianças sem indicadores de risco para a perda auditiva são utilizadas as emissões otoacústicas e para aquelas com indicadores de risco, devido à maior probabilidade de apresentar o espectro da neuropatia auditiva, é utilizado o potencial evocado auditivo de troncoencefálico.
III. São considerados indicadores de risco para a perda auditiva: histórico familiar de perdas auditivas precoces, progressivas ou de início tardio; UTI neonatal por mais de cinco dias; hiperbilirrubinemia com exsanguíneo transfusão; aminoglicosídeos por mais de cinco dias; asfixia/hipóxia; oxigenação extracorpórea; infecções intrauterinas, como herpes, rubéola, sífilis, toxoplasmose, citomegalovírus e zika vírus congênita; anomalias craniofaciais, incluindo microtia/atresia, displasia auricular, fissura oral; microcefalia congênita e hidrocefalia congênita ou adquirida; anomalias no osso temporal; síndromes associadas a perdas auditivas; infecções virais e bacterianas, sendo elas, herpes virais, varíola, meningites ou encefalites; traumatismo do osso temporal; quimioterapia; preocupação da família sobre o desenvolvimento de linguagem da criança.
IV. As três etapas do programa de saúde auditiva neonatal – identificação, diagnóstico e intervenção – devem ser integradas e de forma subsequente, com a estipulação de metas no tempo de realização. O Joint Committee on Infant Hearing (JCIH) nomeou esse processo de etapas 1-6-12, ou seja, a etapa 1 de triagem deve ser realizada até o primeiro mês de vida; a etapa 6 é o diagnóstico sendo concluído, preferencialmente, até o sexto mês de vida; e a etapa 12 é a intervenção auditiva, que não deve ultrapassar o primeiro ano de vida.
Está correto o que se afirma em
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A alternativa correta é a D - I, II e III, apenas.
Vamos analisar o tema central da questão: a Triagem Auditiva Neonatal Universal (TANU), importante para a identificação precoce de deficiências auditivas em neonatos. Este procedimento é crucial para garantir o desenvolvimento adequado da fala e da linguagem, evitando atrasos no desenvolvimento psicossocial das crianças. A implementação da TANU é orientada por diretrizes como as do Joint Committee on Infant Hearing (JCIH).
Alternativa I: Está correta. A habilidade auditiva é fundamental para o desenvolvimento da fala e da linguagem. O diagnóstico precoce, seguido de intervenção fonoaudiológica, é crucial para prevenir atrasos no desenvolvimento. A recomendação do JCIH acerca de métodos de triagem e acompanhamento reforça essa afirmativa.
Alternativa II: Está correta. A triagem auditiva deve ser rápida e utilizar métodos fisiológicos. Para neonatos sem indicadores de risco, utilizam-se as emissões otoacústicas, enquanto que para aqueles com indicadores, como risco de neuropatia auditiva, utiliza-se o potencial evocado auditivo de troncoencefálico.
Alternativa III: Está correta. Diversos fatores são considerados indicadores de risco para a perda auditiva, incluindo histórico familiar, condições neonatais e infecções intrauterinas. Esses indicadores exigem atenção especial durante a triagem auditiva.
Alternativa IV: Está incorreta. O erro está no detalhamento dos tempos das etapas. O modelo correto, segundo o JCIH, é o 1-3-6. Ou seja, a triagem deve ocorrer até o primeiro mês, o diagnóstico até o terceiro mês, e a intervenção não deve ultrapassar o sexto mês de vida. Portanto, a informação de que a intervenção deve ocorrer até o primeiro ano está equivocada.
Essa questão aborda tanto a importância da triagem auditiva neonatal quanto as etapas e métodos recomendados para sua realização. É importante entender o papel da legislação e das diretrizes internacionais na prática fonoaudiológica.
Estratégia de Interpretação: Ao analisar questões como essa, fique atento a detalhes numéricos e descrições de processos, pois erros nessas áreas são comuns pegadinhas em provas de concurso.
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